Mensagem dos diretores Profs. Esdras e Anna – Reflexões sobre a gestão

Nesta quarta-feira, 08/07/2015, se encerra nosso mandato como diretores do IA durante o período de 2011-2015. Gostaríamos, antes de tudo, de deixar nosso sincero agradecimento pela oportunidade do aprendizado e crescimento pessoal e profissional a serviço do Instituto, pelo privilégio de atuação como seus gestores, e em especial pela colaboração de nossa comunidade e dos colegas, ingrediente indispensável para que agora nos sintamos afortunados quanto aos resultados alcançados. Devemos também registrar aqui o imprescindível apoio recebido da administração central da universidade, na pessoa de seu reitor e pró-reitores, bem como de seus órgãos administrativos, durante as gestões dos Profs. José Tadeu Jorge e Fernando Costa.

Uma atuação no âmbito da universidade como um todo nos permitiu entender mais integralmente a complexidade da vida acadêmica e a magnitude de nosso Instituto, quer no cenário local, nacional ou internacional, o que, além do natural estímulo e confiança produzidos, gerou também alto grau de preocupação, frente ao desafio de dirigir tão complexa instituição.

Cremos que, ainda que em diferentes níveis de compreensão, toda a comunidade do IA consegue enxergar os pontos mais vulneráveis do Instituto, mais facilmente perceptíveis nos aspectos ligados a infraestrutura, recursos humanos e aporte financeiro. Nesse sentido, através de um mapeamento dos diferentes níveis de sua estrutura, procuramos identificar seus pontos fortes e fracos, de modo a propor ações que fortalecessem institucionalmente nossa unidade, e que repercutissem positivamente em seus três eixos de atuação: ensino, pesquisa e extensão. Compreendendo o desafio imposto por essa tarefa, buscamos aproximar toda a equipe gestora do Instituto através da discussão e participação, estimulando a cooperação, a cordialidade e o compartilhamento de recursos.

Dois momentos em particular nos propiciaram discussão mais aprofundada sobre questões cruciais à vida do Instituto: o processo de Certificação da Unidade e a Avaliação Institucional e Revisão do PLANES (Planejamento Estratégico da Unidade). Durante o processo de Certificação, tivemos a oportunidade de fazer uma reflexão cuidadosa sobre a questão de recursos humanos no Instituto, frente a seu quadro atual de servidores, à situação que se avisava no horizonte em relação a aposentadorias, e à perspectiva de ampliação de infraestrutura física com o novo prédio da Midialogia e a construção em andamento do Teatro Laboratório. Daí, não só resultou uma reconfiguração do organograma do Instituto com a extinção, a criação, ou a transformação de algumas seções (como a extinção das secretarias de departamento que geraram as Seções de Apoio aos Departamentos e Apoio à Vida Funcional Docente, a elevação do status do Centro de Produções (Ceprod) para Diretoria de Apoio à Produção, o da Seção de Manutenção mais autônoma, a inclusão do Teatro Laboratório), bem como a criação de novos postos de supervisão e gestão. Além disso, acirrou-se a discussão sobre uma nova política de RH e a busca por soluções criativas frente ao desafio de atender às demandas técnicas e administrativas do Instituto em momento de falta de perspectiva na reposição ou expansão de seus quadros. Entre as medidas adotadas, vale mencionar também a criação da Seção de Apoio a Projetos e Pesquisas, a Seção de Programação Visual e Comunicação que cuida da imagem gráfica do instituto, além do projeto piloto de criação de equipe técnica de prestação de serviços de iluminação para o Instituto, reunindo os profissionais da área numa equipe que compartilha agenda e projetos.

Tornou-se ferramenta basilar para o sucesso destas propostas a implantação da Intranet/IA. O sistema, gentilmente cedido pela Sra. Diretora Profa. Shirlei Pimentel do Instituto de Biologia, passou por longo processo de adequação conduzido por nossa equipe de informática, que juntou elementos suficientes para o desenvolvimento de novos módulos a fim de atender às demandas e especificidades do IA.

As medidas adotadas, ainda que apresentem retorno positivo na vida administrativa e no funcionamento do Instituto (ensino, pesquisa e extensão), são, porém, insuficientes para sanar o rápido acúmulo de demandas cada vez mais urgentes. Terminamos o mandato com uma programação em aberto com o DGRH/UNICAMP que visa levar a cabo um mapeamento completo das demandas de trabalho e do perfil da equipe atual, de modo a instrumentar uma reestruturação de RH, através da revisão da atuação de servidores e da capacitação funcional.

Certamente que tais proposições cairiam no vazio sem um repensar completo do Instituto, dos seus departamentos, do conteúdo curricular de seus cursos, da situação da pesquisa e da extensão, da otimização de seu espaço físico e de sua força de trabalho, em particular agora, passados os 40 anos do Instituto, que luta para manter-se livre de anacronismo e por estabelecer uma identidade forte e duradoura.

A Avaliação Institucional e Revisão do PLANES, ocorrida no final de 2014, permitiu um momento de reflexão ímpar, em que temas caros ao Instituto por longo tempo, bem como outros apresentados e trabalhados por esta gestão, pudessem ser debatidos por representantes de sua comunidade. Destacamos aqui as propostas de reestruturação departamental, de fortalecimento de áreas já existentes, de criação de novos cursos, de maior interdisciplinaridade entre os cursos de graduação, de maior cooperação entre graduação e pós, de aumento quantitativo/qualitativo e controle de sua produção artística/acadêmica, da revisão da estrutura de RH, de adequação de infraestrutura, de internacionalização, entre outras.

Considerável impulso pôde ser dado ao longo dessa gestão a vários desses pontos. O incremento na interação entre os cursos de graduação é exemplo disso, resultado de um trabalho afinado entre as coordenações de graduação, por sua vez estimuladas e balizadas por visitas a instituições de ensino internacionais e por ampla discussão e revisão curricular. Forte apoio foi dado a produções e projetos de docentes e discentes, impactando na internacionalização do Instituto e em sua produtividade, ao mesmo tempo em que se investia na Seção de Apoio a Projetos e Pesquisa. O período foi também marcado por número significativo de eventos acadêmicos/artísticos, convênios, e colaborações internacionais, que durante o período de 2012 ao presente apresenta o expressivo número de 150 discentes com bolsas, 160 visitas técnicas/participação em eventos/pesquisa de campo, mobilidade de 5 funcionários, e 109 alunos estrangeiros na graduação. Esses dados estão distribuídos entre Europa, América do Norte, Central e do Sul, África, Oceania e Ásia. Nossas licenciaturas, alvo de grande procura, receberam importante apoio com a aprovação de três novos docentes para seus quadros. Atenção especial foi dada à realização e agilização de concursos. Novos cursos de especialização e extensão foram oferecidos. Um novo Website para o IA foi desenvolvido por nossa equipe da Diretoria de Informática/Home Page com a colaboração da comunidade.

Como o que se passa com o restante da universidade, infraestrutura física tornou-se nossa grande vilã. Houve grande empenho dessa gestão no sentido de solucionar as demandas de infraestrutura do Instituto. A constituição de uma Comissão de Obras, composta por arquitetos de nosso quadro docente e assessora da direção em assuntos de infraestrutura, foi passo fundamental nesse sentido. Ao todo, a direção que se encerra tem aprovados junto aos órgãos da universidade recursos em torno dos 7,5 milhões de reais e, que serão distribuídos em obras de grande, médio e pequeno porte (além dos recursos destinados ao Teatro Laboratório), e que em futuro próximo irão alterar significativamente a qualidade de vida do IA em seus espaços de trabalho, ensino e convívio.

No primeiro mês de gestão aprovaram-se recursos junto à Reitoria para a construção da sede das entidades estudantis (CAIA, VISARTE e Atlética), atualmente em construção, e com a entrega da obra em atraso desde março/2015, dado problemas apresentados pela empresa construtora.

Projeto da sala das Entidades Estudantis

Projeto da sala das Entidades Estudantis

A alegria esfuziante advinda do início das obras do tão sonhado Teatro Laboratório do IA foi rapidamente substituída pela decepção, uma vez anunciado o problema estrutural que interrompeu a obra desde Julho de 2013. No presente momento, a licitação para a obra de recuperação da estrutura está quase concluída. As revisões dos projetos de hidráulica e elétricas, já em andamento, permitirão a retomada da obra, finda a recuperação da estrutura.

Os recursos necessários para a reforma e modernização do PAVIARTES II tiveram sua aprovação junto à reitoria em 11/2013, após trabalho conjunto da Pró-reitoria de Graduação, nossa Comissão de Obras, chefes de departamento e coordenadores de cursos, e a CPO. A obra contemplará uma readequação do espaço interno com melhorias em salas de aula e laboratórios, aumento da área construída com novas salas e depósitos, além de banheiros e vestiários acessíveis. Esta primeira fase teve recursos aprovados em torno de 5,5 milhões, sendo que o projeto executivo se encontra em elaboração. A segunda fase contará com a reestruração do espaço externo, que envolve circulação e convívio, inclusive com a melhoria dos espaços das unidades vizinhas como IFGW, IE e FEC. A obra desta segunda fase foi orçada em torno de 3,5 milhões de reais e tem o comprometimento de financiamento da atual reitoria.

Proposta de urbanização do entorno do Paviartes

O Auditório/IA foi alvo de bastante atenção e ações, dada sua utilidade e importância para o ensino, pesquisa e extensão do Instituto. Através de vários editais foi possível aprovar recursos suficientes para ampla reforma do espaço, incluindo acessibilidade, poltronas, segurança contra incêndio, rede elétrica, climatização, iluminação, piso do palco, sistema de videoconferência, entre outros. O projeto executivo já se encontra em fase de elaboração.

Maquete eletrônica da reforma do Auditório

Maquete eletrônica da reforma do Auditório

Perspectiva do palco

Após a criação do MAV (Museu de Artes Visuais da Unicamp), a Galeria do IA tornou-se a GAIA. Durante o período de gestão esta passou por revisão em sua missão e por projeto de reestruturação física. Uma parceria com a Biblioteca Central da Unicamp permitiu a realização de obras de adequação e melhorias (interna e externa), bem como a ampliação de seu espaço físico com a cessão do subsolo da galeria pela biblioteca. Apoio da CGU/Unicamp, através de seu programa “Campus Tranquilo”, vai possibilitar a recuperação do espaço externo a GAIA. A nova proposta para a galeria busca tanto atender às demandas internas de graduação e pós-graduação, quanto manter agenda de exposições com artistas da comunidade externa selecionados por editais de âmbito nacional. O uso do espaço gradualmente estendeu-se de modo a abrigar mais projetos interdisciplinares de pesquisa (com teatro, dança e música), agora com potencial amplificado pelo recém-criado programa “GAIA+”.

A retirada das árvores da praça de convívio entre o prédio principal e o da biblioteca (“Vão” do IA), condenadas por conta dos riscos que apresentavam para a integridade física de nossos prédios, ainda que inicialmente desalentadora, acabou por acelerar projeto desenvolvido por essa gestão de tornar a praça de convívio em entrada principal do IA. O projeto prevê uma torre de acessibilidade de quatro pavimentos, que também abrigará grande número de salas, área de exposição e copa, uma passarela suspensa entre os prédios, e um jardim interno que servirá ao prédio principal, biblioteca, prédio da Midialogia e sede das entidades estudantis. O projeto da obra, atualmente em fase de elaboração junto ao GGO/Unicamp, foi orçado em torno de 3,5 milhões de reais e tem o comprometimento de financiamento da atual reitoria, que aguarda a finalização do projeto para sua aprovação.

terreo

Planta da recepção do Instituto de Artes

corte

Corte destacando rampas de acesso

fachada

Fachada da futura recepção e bloco de acaesibilidade

A reestruturação do organograma do IA exigiu que diversos novos espaços fossem criados ou adaptados para atender às novas configurações de RH. Assim, foram reformadas seis salas, incluindo revisão elétrica, pintura e mobiliário. Na mesma ocasião deu-se a ampliação e melhora da sala de reuniões da diretoria.

Por último, diversos projetos encontram-se em fase de elaboração de seus projetos executivos, e com recursos já aprovados. Estes contemplarão a troca da rede elétrica e exaustão da marcenaria do DAP, reforma e revisão do sistema de exaustão do DM, a troca de poltronas e climatização do Auditório da pós-graduação, a reforma de diversos espaços do DM, climatização de espaços administrativos, banheiros de servidores do IA, e iluminação externa.

Mas esses dados correm o risco também de parecerem mais efetivos no papel, uma vez que nossa realidade, sempre fortemente impregnada por dificuldades bastante concretas, faz com que nos mantenhamos absortos na batalha de manter afastadas nossas ameaças diárias. Uma sucessão de períodos de quatro anos vem conduzindo o Instituto, sua comunidade e diretorias nesse processo de contrução institucional, repleto de certezas, mas também de dúvidas. Desafios… muitos, sempre!!

Aqui, aproveitamos a proximidade para olharmos atentamente para a relação do artista com sua arte, munido de dedicação, de perseverança, de sentidos aguçados, e sem pressa… Talvez assim, esqueçamo-nos dos períodos de quatro anos, para enxergar mais claramente nosso papel individual no processo continuo de composição a muitas mãos dessa imensa sinfonia intitulada “INSTITUTO DE ARTES”.

Diante da confiança em nós depositada, agradecemos uma vez mais a colaboração e a cordialidade a nós demonstrada ao longo desse período.

Esdras e Anna