Cena e representação: reflexões sobre etnocenologia e algumas atualizações das noções de espetacularidade na cena da diversidade cultural humana
Resumo
Este artigo trata-se este de reflexões acerca das noções de Representação e Espetacularidade no âmbito de proposições da Etnocenologia e seus agenciamentos. São questões advindas de diálogos com pesquisadoras e pesquisadores como Oyèrónké Oyéwùmí, Armindo Bião, Daniela Amoroso, Eliene Benício, Miguel Santa Brígida, Filipe Dias e participantes dos Grupos de Pesquisa AFETO (UnB), Umbigada e GIPE-CIT (UFBA) e TAMBOR (UFPA), para repensar essas duas noções fulcrais para os estudos da cena na contemporaneidade. Desde a ampliação das teorizações sobre Artes da Performance e suas noções aparentadas, representar tem sido cada vez mais relegado a um lugar menor nas Artes do Corpo e do Espetáculo, no ambiente acadêmico, sendo substituído por Performatividade, Teatro Performativo, Práticas Performativas etc. Parte então este de atualizações sobre as percepções de Espetacularidade, que agrega afeto e percepto à tríade “trajeto, objeto, projeto” (Bião), propostas por etnocenólogas e etnocenólogos do Brasil. Assim, é este artigo também a exposição de discussões sobre a utilização do léxico utilizado por praticantes de teatro de fora da Academia, que continuam denominando seus fazeres cênicos como Representação ou Interpretação.
Referências
BIÃO, A. A vida ainda breve da etnocenologia: uma nova perspectiva transdiciplinar para as artes do espetáculo. Cátedra de Artes nº 10 (2011). Faculdad de Artes. Pontifícia Universidad Católica de Chile. Disponível em: http://catedradeartes.uc.cl/pdf/ catedra%2010/la%20aun%20breve%20vida%20 de%20la%20estnoescenologia.pdf
____a (2000), “A especificidade da pesquisa em artes cênicas no ambiente universitário brasileiro” In Memória ABRACE I: Anais do I Congresso Brasileiro de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas, Salvador: ABRACE, 254-257.
____b, (2000), “Aspectos epistemológicos e metodológicos da Etnocenologia: por uma Cenologia Geral”, In Memória ABRACE I: Anais do I Congresso Brasileiro de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas. Salvador: ABRACE, 364-367.
____ (1996), “Estética performática e cotidiano”, In TEIXEIRA, J. G. L. C. Performáticos, performance e sociedade (Revista do TRANSE – Núcleo transdisciplinar de estudos sobre a Performance – UNB), Ed. da UNB, Brasília, 11-20.
KHAZNADAR, C. (1999), “Contribuição para a definição do conceito de etnocenologia”, In GREINER, C. e BIÃO, A. (Org). Etnocenologia: textos selecionados, Annablume, São Paulo.
MANIFESTO DA ETNOCENOLOGIA – Trechos (1996), In TEIXEIRA, J. G. L. C. Performáticos, performance e sociedade (Revista do TRANSE – Núcleo transdisciplinar de estudos sobre a performance – UNB), Ed. da UNB, Brasília.
MAFESOLI, M. (1998), “Mediações simbólicas: a imagem como veículo social”, Trad. Juremir Machado da Silva, In Revista FAMECOS, n. 8. Porto Alegre.
OYĚWÙMÍ O. VISUALIZANDO O CORPO: TEORIAS OCIDENTAIS E SUJEITOS AFRICANOS. Revista do PPGCS – UFRB – Novos Olhares Sociais | Vol. 1 – n. 2 – 2018 Tradução: Leonardo de Freitas Neto. Disponível em: VISUALIZANDO+O+CORPO%3A+TEORIAS+OCIDENTAIS+E+SUJEITOS+AFRICANOS&qs=n&form=QBRE&sp=-1&pq=visualizando+o+corpo%3A+teorias+ocidentais+e+sujeitos+africanos&sc=0-61&sk=&cvid=54E65279DE744B07A4DA2F0179A01F7F.
PRADIER, J. - M. (1998), “Etnocenologia: a carne do espírito”, In Repertório Teatro e Dança, Ano 1, n. 1 – 1998/2, UFBA/PPGAC, Salvador.
SANTA BRÍGIDA, M. – A Etnocenologia na Amazônia: trajetos, projetos, objetos, afetos. In: Repertório, Salvador, nº 25, p.13-23, 2015.2. Disponível em: REPERTÓRIO: Teatro & Dança - Ano 18 - Número 25 - 2015.2 | Repertório (ufba.br).
SANTOS, A. (1998), “O estado pré-paradigmático da Etnocenologia”, In Cadernos do GIPE-CIT: UFBA/PPGAC n. 1. Nov.1998. UFBA/Escola de Teatro/PPGAC, Salvador, 7-15.
SCHECHNER, Richard. O Que é Performance? In: O Percevejo. Revista de Teatro, Crítica e Estética. Rio de Janeiro: UNIRIO, ano 11, nº 12, 2003, p.25-50.
VELOSO, Jorge das Graças. Benedito: imaginário e tradição no interior de Goiás e o Teatro Gestual da Cia dos Homens. Brasília, Thesaurus Editora, 2008.