O jogo e o adolescente, um encontro
Resumo
O que se delineia a partir do encontro da metodologia do jogo com o público adolescente na escola pública? Essa interrogação guia o presente resumo, ancorado em uma pesquisa de Mestrado em andamento, sendo desenvolvida pela UFMG, com bolsa CAPES. A pesquisa partiu de um incômodo em relação à carência de produtos cênicos destinados especificamente ao público adolescente, além da consequente escassez de uma bibliografia que investigasse as relações entre o jovem e o teatro. Sabendo da popularidade da metodologia do jogo no espaço escolar, esta ilustrada principalmente pelos trabalhos de Viola Spolin (2015), Jean-Pierre Ryngaert (2009) e Augusto Boal (2019), a pesquisa em questão busca entender o que se estabelece em relação ao adolescente na escola quando encontra o jogo, mediado pelo professor para a sala de aula. Para tal, realizou-se uma entrevista com uma professora de Artes Cênicas do município do Rio de Janeiro e com 3 alunos de 16 anos de idade desta professora, procurando compreender como ministrar jogos em sala provocou reverberações diversas nos corpos e nas vidas de cada um. Extraindo algumas reverberações dessas entrevistas, sigo tecendo novos olhares para o campo da Pedagogia do Teatro, focalizando as potencialidades do jogo para o desenvolvimento dos saberes do aluno jovem, escavando outras descobertas a fim de fomentar esse campo. Neste artigo, teremos as considerações da entrevista dessa professora e de um de seus alunos. Os principais referenciais teóricos que embasam o estudo são os trabalhos de Carmela Soares (2010), Maria Lúcia de Souza Barros Pupo (2015) e Luís Antonio Groppo (2017).
Referências
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