Brincando de caretas pelas vielas e terreiros brasileiros
Resumo
O objetivo desta comunicação é fazer alguns apontamos sobre as diferentes maneiras de perceber as caretas presentes nas manifestações performáticas afro-brasileiras como as Folias de Reis, que em muitos aspectos se diferenciam da maneira como as máscaras e os princípios do mascaramento são abordados na tradição teatral de origem europeia. Espera-se que a abordagem desses mascarados, que costumam percorrer as vielas e terreiros das casas de diferentes localidades rurais e urbanas brasileiras, possa trazer contribuições para ampliar o entendimento dessas manifestações a partir dos códigos e elementos que lhes são próprios, além de contribuir para o devido reconhecimento das influências africanas.
Referências
ALMEIDA, Vanessa Pereira de. A guerra tem rosto de mulher: as Caretas do Mingau! Narrativas da Independência da Bahia em Saubara. Dissertação (Mestrado em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas). Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB, 2017.
ALVES, Joice Lorena do Sacramento. Memórias e narrativas de resistência num recôncavo da Bahia: as caretas de Acupe - Santo Amaro. Monografia (graduação) - Instituto de Humanidades e Letras, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, 2016.
ARNOLDI, Mary Jo. Criação, imaginação e conhecimento nas máscaras e marionetes do Mali. Lisboa: Instituto Português de Museus, 2004. Catálogo da exposição Sogobò: máscaras e marionetes du Mali.
BELAS, Carla Arouca. A propriedade intelectual no âmbito dos direitos difusos. In: TEIXEIRA, João Gabriel L. C. et al. (Org.). Patrimônio Imaterial, performance cultural e (re)tradicionalização. Brasília: ICS-UNB, 2004. p. 190-203.
BRUSANTIN, Beatriz de Miranda. Capitães e Mateus: relações sociais e as culturas festivas e de luta dos trabalhadores dos engenhos da mata norte de Pernambuco (comarca de Nazareth - 1870-1888). Tese Doutorado. Unicamp, IFCH, Campinas, SP, 2011.
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 2003.
HALL, Stuart. Da Diáspora. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
LEWINSOHN, Ana Caldas. O Ator Brincante: no Contexto do Teatro de Rua e do Cavalo Marinho. Dissertação (Mestrado em Artes) – Instituto de Artes, Unicamp, Campinas, 2009.
MONTEIRO, Ausônia Bernardes. O palhaço da Folia de Reis: dança e performance afro-brasileira. Tese (Doutorado em Teatro) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 2005.
NASCIMENTO, Anderson F. do. Corpos e performatividades afro-brasileiras em movimento: Um diálogo entre o carnaval da Paraíso do Tuiuti e o teatro da Cia. Espaço Preto. Dissertação (Mestrado em Artes). Escola de Belas Artes da UFMG, 2021.
NASCIMENTO, Mariana Cunha M. João, Manoel, Maciel Salustiano: três gerações de artistas populares recriando os folguedos de Pernambuco. Recife: Ed. Assoc. Reviva, 2005.
OLIVEIRA, Eduardo David. Epistemologia da ancestralidade. Entrelugares: revista de sociopoética e abordagem afins. v. 1, n. 2, mar.-ago.-2009.
PAULINO, Rogério Lopes da S. O ator e o folião no Jogo das máscaras da Folia de Reis. Tese (Doutorado em Artes) - UNICAMP, IA, Campinas, 2011.
PAULINO, Rosana. Palestra conferida durante o Curso Arte, ação e pensamento anticoloniais. Museu de Arte do Rio, RJ, out. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sww6jN3_yyg. Acessado em 11/08/2021 às 14:00.
PINTO, Monilson dos Santos. Nego Fugido: O teatro das Aparições. (Dissertação de Mestrado). São Paulo, 2014.
SANTOS, Inaicyra Falcão dos. Corpo e ancestralidade: Uma proposta pluricultural de dança-arte-educação. Salvador: Ed. UFBA, 2002.
SARTORI, A. (Ed.). L’arte magica di Amleto e Donato Sartori. Abano Terme: Centro Maschere e Stratture Gestuali, 2005
SENA. Jamile S. Zambiapunga e a máscara ancestral: nos caminhos da identidade étnica. Dissertação (Mestrado em Relações Étnicas). Universidade do Sudoeste da Bahia/UESB, Jequié, BA, 2017.
STROTHER, Z. S. Inventing Masks. Agency and History in the Art of the Central Pende. Chicago: The University of Chicago Press, 1998.
TAVIANI, Ferdinando. Positions du Masque dans la commedia dell’arte. In: ASLAN, Odette (Org.). Le Masque – Du rite au Théâtre. Paris: CRNS, 1989. p. 119-136.
UKAEGBU, Victor. The use of masks in Igbo theatre in Nigeria. The aesthetic flexibility of performance traditions. New York: The Edwin Mellen Press, 2007.
WILES, David. Mask and performance in greek tragedy: From ancient festival to modern experimentation. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.