Arremates em torno da suspensão como força transindividual na performance pequena morte
Resumo
Neste escrito apresento brevemente a performance Pequena Morte (2016) e procuro refletir a ideia de suspensão do corpo bicho, seus efeitos no ato de performação. A suspensão não tem uma identidade como conceito, seu sentido é definido a partir do acontecimento instaurado. O objetivo principal do ensaio consiste em desvelar o sentido de suspensão, aqui apresentado em diálogo com o escrito de Brian Massumi (2002) sobre o trabalho de Stelarc. Na performance Pequena Morte o corpo entrecruzado (humano-animal), sua elevação em autoenforcamento pelos tornozelos, o cessamento do movimento pendular quando no ponto de inflexão da elevação, são momentos específicos nos quais a interrupção do processo em curso introduziu as testemunhas da performance no seio do acontecimento. Ou seja, a suspensão atuou como força transindividual em operação nas dobras das possibilidades que o corpo elevado se tornava capaz de atualizar no decurso do processo de performação.
Referências
COURAÇA. Mateus Scota, 2017. Disponível em: https://mateusscota.wordpress.com/couraca-2017/ Acessado em: Acesso integral / Arquivo do artista
CALVINO, Ítalo. O castelo dos destinos cruzados. Tradução de Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
FOSTER, Hal. O que vem depois da farsa? Tradução de Célia Euvaldo. São Paulo: Ubu Editora, 2021.
MASSUMI, Brian. A Alquimia Evolucionária da Razão. In: Parables for the Virtual: Movement, Affect, Sensation. Londres: Duke University Press - Durham & London, 2002.
PEQUENA MORTE. Mateus Scota, 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wXybt0yPbyk Acesso em: Acesso integral / Arquivo do artista