Percursos formativos decoloniais em artes da cena no extremo sul da Bahia
Resumo
Apresentamos duas propostas curriculares implementadas na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Porto Seguro-BA, que se compõe do curso de graduação em Artes do Corpo em Cena e do curso de especialização em Dramaturgias Expandidas do Corpo e dos Saberes Populares. Esses cursos partem do intuito de conceber a formação em artes da cena em bases decoloniais, e ao mesmo tempo expandir o alcance e ampliar o acesso à universidade pública, para criar condições efetivas de inclusão social e cultural. A localização dos cursos, no lugar emblemático onde começou a conquista colonial que oficialmente deu origem ao Brasil, torna ainda mais provocativa esta ousadia epistemológica.
Referências
AMARAL, Renata. Pedra da memória: Euclides Talabyan, minha universidade é o tempo. São Paulo: Maracá, 2012.
BIÃO, Armindo. Etnocenologia e a cena baiana: textos reunidos. Salvador: P & A Gráfica e Editora, 2009.
BIÃO, Armindo. A presença do corpo em cena nos Estudos da Performance e na Etnocenologia. Revista Brasileira de Estudos da Presença, v.1, n.2, p. 346-359, jul./dez., 2011. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/presenca> Acesso em: 7 set. 2017.
DUBATTI, Jorge. O teatro dos mortos: introdução a uma filosofia do teatro. São Paulo: SESC, 2017.
FABIÃO, Eleonora. Estudos em performance e performatividades. Rio de Janeiro: Paço Editorial, 2019.
FABIÃO, Eleonora. ILNX
LIGIÉRO, Zeca. O conceito de motrizes culturais aplicado às práticas performativas afro-brasileiras. R. Pós Ci. Soc. v.8, n.16, 2011.
LIGIÉRO, Zeca. Teatro das origens: estudo das performances afro-ameríndias. Rio de Janeiro: Garamond, 2019.
LOUPPE, Laurence. Poética da dança contemporânea. Lisboa: Orfeu Negro, 2012.
MARTINS, Leda M. Performance e drama: pequenos gestos de reflexão. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 21(1), 101–109, 2011. Disponível em <https://doi.org/10.17851/2317-2096.21.1.101-109 > Acesso em 30 mai. 2021.
MARTINS, Leda M.. A cena em sombras. Editora Perspectiva, 1995.
MARTINS, Leda M.. Afrografias da memória: o Reinado do Rosário no Jatobá. Mazza Edições, 1997.
MARTINS, Leda M.. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória. Revista do PPGL-UFSM, n. 26, 2003. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11881/7308> Acesso em 14 out. 2016.
MARTINS, Leda M.. La oralitura de la memoria. In: Inés Pérez-Wilke & Flor Marques. Nuestra America Negra, p. 17-44, Caracas, 2013. Disponível em: < 1http://biblioteca.clacso.edu.ar/gsdl/collect/clacso/index/assoc/D14704.dir/Nuestra_America_Negra_1.pdf#page=38> Acesso em 30 mai. 2021.
MBEMBE, Achille. As formas africanas da auto-inscrição. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 23, no 1, 2001, pp. 171-209.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Melusina, 2020.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E CIDADANIA. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais. Cartilha dos Povos e comunidades tradicionais de matriz africana. Brasília, 2016. 44 p. Disponível em: <https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/igualdade-racial/cartilha-povos-e-comunidades-tradicionais-de-matriz-africana/view>
NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 3.ed. São Paulo: Perspectiva, 2016.
PRANDI, Reginaldo. Encantaria brasileira. Rio de Janeiro: Pallas, 2001.
RODRIGUES, Graziela. Bailarino-pesquisador-intérprete: processo de formação. Rio de Janeiro: Funarte, 1997
SANTOS, Boaventura de S.. Construindo as Epistemologias do Sul. v. I. Buenos Aires: CLACSO, 2018a. Disponível em: <http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Antologia_Boaventura_PT1.pdf>.
SANTOS, Boaventura de S.. O fim do império cognitivo. Coimbra: Almedina, 2018b.
SODRÉ, Muniz. Pensar nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.
ZENICOLA, Denise M.. Máscaras decoloniais: dança e performance. Rio de Janeiro: Mauad, 2020.