A dramaturgia feminina nordestina e sertaneja: o espetáculo candeia
Resumo
Sente-se ao longe cheiros de ervas, de velas queimando; de rezas em cânticos que nos fazem sentir uma candura de bênçãos. É noite, mas a luminosidade que se vê atravessa trevas e rompe silêncios. Nisto, aos poucos, percebemos um poder revolto matriarcal; pois quatro mulheres nos recebem em seu lar, nos levando em sonhos, por meio de histórias ao universo do resgatar almas. Candeia é luz, guia e caminho, é um sublime feminino que se expande, pedindo licença pra lhe benzer com as forças da mata, das ervas e da fé. Este pulsar de corações nos acende antigas chamas, porque somos levadas a acessar nosso sagrado. Esta comunicação é uma reverberação de um trabalho teórico prático de minha pesquisa de doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC/SC), vivida dentro de um grupo intitulado Estação de Teatro do Rio Grande do Norte/RN. Nele, descrevo as formas de uma escrita feminina sertaneja imersa em um processo feito somente por mulheres seridoenses, dando vida ao espetáculo chamado Candeia. Desta forma, percebi o quanto foi significativo vivenciar esta experiência, mediante os princípios da sororidade; das abordagens do feminismo, e da parceria entre mulheres de teatro.
Referências
ADAMS, Michel Vannoy. A escola Arquetípica. In YOUNG-EISEDRATH, Polly & DAWSON, Terrence (org.). Manual de Cambridge para estudos junguianos. Trad. Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
BACHELARD, Gaston. A Psicanálise do fogo. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
ESTÉS, Clarissa Pinkola. As Mulheres que Correm com os Lobos. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
________________. A Ciranda das Mulheres Sábias: ser jovem enquanto velha e velha enquanto jovem. Tradução Waldéia Barcellos. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.
HADERCHPEK, Robson. O Teatro Ritual e os Estados Alterados de Consciência. São Paulo, Giostri: 2021.