A desmontagem cênica e o Processo BPI: dojo e as Danças do Brasil
Resumo
Com esta comunicação busco apresentar a estratégia didática que utilizo para trabalhar aspectos do método BPI nas disciplinas de Danças do Brasil ministradas nos Cursos de Dança (Bacharelado e Licenciatura) da UFSM. O meu objetivo com este trabalho é apresentar os recursos artístico-pedagógicos que me auxiliam na realização de Dojos Abertos durante as aulas. O trabalho de Dojo quando acrescido do termo “aberto” indica o compartilhamento de Processos BPI em andamento. Dojo é uma terminologia prático-teórica utilizada dentro dos Laboratórios Dirigidos do BPI - uma de suas ferramentas - etapa em que se dá a elaborações dos sentidos tanto no âmbito corporal como no que diz respeito à comunicabilidade expressiva. Em minha experiência como artista docente, aproximo e entrecruzo as experiências formativas proporcionadas pelo BPI com a noção de desmontagem cênica, tendo como referência os estudos de Ileana Diéguez. Buscarei descrever aqui como esse Dojo Aberto acontece dentro da sala de aula e, mais especificamente, como tal estratégia tem propiciado a ruptura dos julgamentos e preconcepções das/dos discentes sobre o método BPI. Neste sentido, abro o meu dojo e descrevo para vocês, passo a passo, como o fluxo dos sentidos se instaura e me auxilia na elaboração de modelagens, corpos, movimento e paisagens. Estes conteúdos são primordiais para que o processo didático proposto possa ser realizado de modo coeso e justo com a realidade de cada discente. Essa estratégia busca, por fim, reforçar que os conteúdos internos trabalhados nestas disciplinas visam um maior aterramento, ou ainda, um enraizamento do corpo e sua centração. Há uma busca objetiva pela integração dos sentidos do corpo visando a criação e/ou execução de uma dança que seja significativa, dotada de plenitude e vitalidade. Ao realizar um dojo aberto para as/os discentes, também convoco outra qualidade de relação com a sala de aula e com a própria formação em dança.