Turma AV002 - Estudos Visuais - Teorias da Imagem - Turma A

Nome

Estudos Visuais - Teorias da Imagem

Subtítulo

As dimensões visionárias e transcendentes da imagem nas artes visuais

Cód. Disciplina - Turma

AV002 - A


Sala LIS-Laboratório de Imagem e Som
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Quinta-feira das 14 às 17

Dados da disciplina

Nome AV002 - Estudos Visuais - Teorias da Imagem
Programa Artes Visuais
Nível Pós-graduação
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0

Docentes

Ernesto Giovanni Boccara

Critério de Avaliação

1-Participação presencial de 75% das aulas. 2-Entrega de paper individual-mínimo 20 páginas digitalizadas sobre reflexão do conteúdo programático do curso e correlações com os textos da bibliografia 3-Apresentação individual,em dupla ou trios através de recursos audiovisuais livres sobre os conteúdos programáticos durante as duas últimas semanas do calendário das aulas.

Bibliografia

BIBLIOGRAFIA Observação importante:optou-se formar grupos de títulos e autores de acordo com as teorias de base para análise das Imagens resultantes das obras artísticas selecionadas. 1-BIBLIOGRAFIA específica sobre Semiótica: BAUDRILLARD,JEAN.SIMULACROS E SIMULAÇÂO.Lisboa.Relógio DÁgua.1991 BOCCARA, E. G. SEMIÓTICA APLICADA AO DESIGN. São Paulo, Edição do Autor, 1980. BOCCARA, E. G. ARTIGO: REFLEXÕES ANALÍTICOS CRÍTICAS PARA UMA ABORDAGEM EPISTEMOLÓGICA, HOLOEPISTEMOLÓGICA, SEMIÓTICA E PSICOANALÍTICA NA PESQUISA EM ARTES .Campinas, Cadernos da Pós-Graduação, Instituto de Artes da Unicamp.N.o1/1997. BOCCARA, E. G. A CORRELAÇÃO ENTRE SIGNO E ARQUÉTIPO NA CONSTRUÇÃO DE MODELO ANALÍTICO DO FENÔMENO DA AMBIENTALIZAÇÃO NA ARTE CONTEMPORÂNEA. Campinas, Cadernos da Pós-Graduação, Instituto de Artes da Unicamp.N.o6/ 2000. BOCCARA ,E.G.Os CICLONAUTAS. S.Paulo. Editora Nversos. 2013 EDWARDS ELWYN. INTRODUÇÃO À TEORIA DA INFORMAÇÃO. São Paulo. Cultrix/Edusp, 1971. PIGNATARI DÉCIO. INFORMAÇÃO. LINGUAGEM. COMUNICAÇÃO. São Paulo, Editora Perspectiva, 1970. PIGNATARI DÉCIO. SEMIÓTICA E LITERATURA. São Paulo, Editora Perspectiva, 1974. MOLES, ABRAHAM. TEORIA DA INFORMAÇÃO E PERCEPÇÃO ESTÉTICA. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1968. TEIXEIRA COELHO NETTO, J. INTRODUÇÃO À TEORIA DA INFORMAÇÃO ESTÉTICA. Petrópolis, Vozes, 1974. TEIXEIRA COELHO NETTO, J. SEMIÓTICA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO . São Paulo, Editora Perspectiva, 1983. ECO, UMBERTO.A ESTRUTURA AUSENTE. São Paulo.Editora Perspectiva, 1971. ECO, UMBERTO. OBRA ABERTA. São Paulo. Editora Perspectiva, 1976. ECO, UMBERTO. TRATADO GERAL DE SEMIÓTICA. , São Paulo, Editora Perspectiva, 1980. GLEEN,YEFFETH(org).A PÍLULA VERMELHA.São Paulo.Publifolha.2003. PEIRCE, CHARLES S. SEMIÓTICA ,São Paulo, Editora Perspectiva, 1977. SANTAELLA , LÚCIA . O QUE É SEMIÓTICA ? , São Paulo. Brasiliense.1983 _________________.IMAGEM,Cognição,semiótica,mídia.São Paulo.Iluminuras.1999 _________________.MATRIZES DA LINGUAGEM E PENSAMENTO.São Paulo.Iluminuras.2001 _________________.TEORIA GERAL DOS SIGNOS.SEMIOSE E AUTOGERAÇÃO.São Paulo.Ática,1995. SARTRE,JEAN PAUL.A IMAGINAÇÃO.Rio de Janeiro.L&PM Pocket,2008 OGDEN ,C.K. e I. A . RICHARDS. O SIGNIFICADO DE SIGNIFICADO. Rio de Janeiro, Zahar, 1972. 2-BIBLIOGRAFIA SOBRE PSICOLOGIA da Percepção Artística: EHRENZWEIG, Anton. A ordem oculta da arte. Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1977. EHRENZWEIG, Arton. Psicoanálisis de la perception artística. Gustavo Gilli, Barcelona, 1976. 3-BIBLIOGRAFIA SOBRE PSICOLOGIA ANALÍTICA: JUNG, Carl Gustav. O espírito na arte e na ciência. Petrópolis, Editora Vozes,1991. ________________ O eu e o inconsciente. Petrópolis, Editora Vozes,1982. ________________ A dinâmica do Inconsciente .Petrópolis, Editora Vozes, 1984 ________________O homem e seus símbolos.Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira,1975. ________________ Psicologia e Alquimia.Petrópolis, Editora Vozes, 1994. ________________ A natureza da Psique . Petrópolis, Editora Vozes, 2000. GAILLARD, Christian . Jung e a vida simbólica. São Paulo, Edições Loyola,2003. Bibliografia complementar:Obras de Flusser,Vilém: Língua e realidade. S.Paulo. Annablume. 2004 A dúvida.S.Paulo. Annablume.2011

Conteúdo

INTRODUÇÃO As imagens são meios expressivos primordiais da cultura e da comunicação humana desde a pré-história antes do surgimento da palavra escrita.A expansão operacional da palavra impressa a partir de Gutenberg no século XV não ofuscou o poder persuasivo e indutivo da imagem apesar de suas formas fortemente vinculadas a meios materiais de alta densidade. As imagens que constituem as obras artísticas visuais de caráter fortemente visionário e transcendentes, consideradas por esta disciplina são resultantes de uma gestação e criação, que do ponto de vista biográfico da vida dos artistas se faz ao longo de muitos anos de experiências existenciais, principalmente sensoriais e subjetivas, em que não se consegue distinguir um ponto de origem ou algum terreno sólido em que a razão analítica ou historiográfica e prática possa se apoiar para, com o uso das palavras,para construir um nexo de ordem discursiva ou narrativa legível e significante. Pode-se falar em vestígios, percursos ao longo de regiões obscuras, enevoadas ou de imersões em pântanos lamacentos ou de quedas em abismos profundos. São como as imagens dos sonhos, em que o sonhador, após acordar, pode relatar através de descrições ou narrativas detalhadas o conteúdo essencial de seu sonho. No entanto o fundamental escapa ou fica uma sensação indescritível que permanece incomunicável aos outros que no entanto nos atinge profundamente e nos transforma, não pela consciência mas através de um processo puramente emocional como uma dor ou um prazer que não pode ser compartilhado mas que cala fundo e que atinge a alma.A criação artística tem a força da abdução Peirceana na Teoria dos Signos. A pergunta que esta disciplina introduz à reflexão:- é como tudo isto acontece enquanto processo criativo? Assim como os contos de fada que ao terminarem suas narrativas apresentam a moral da história, as dimensões oníricas dos sonhos são relatadas ao despertar através do discurso das palavras e revelam um suposto significado à consciência.Nas obras de arte das quais decorre uma experiência visionária registrada pelo artista em sua expressão ocorre a fruição pelo observador em um plano totalmente sensorial ,instintivo e intuitivo e que quando analisada pela consciência, pode trazer uma revelação.É o que se quer no âmbito das Teorias da imagem nas artes visuais e da pesquisa e da crítica de arte. É muito comum na história da arte recente , desde o Renascimento, se sobrepor à obra, a vida do artista-autor, na medida em que muitos se referem à obra pelo nome do artista. Não é um equívoco.Para o artista sua vida é sua obra e só encontra sentido existencial e referencial para conduzir sua vida terrestre nela e só nela, agarrando-se nela como boia no meio do naufrágio. Aqui se considerará a pergunta: qual a motivação autentica que leva um ser humano a se esquecer como persona social e se realizar construtivamente, como ser, a partir de seu fazer artístico, não se importando com o reconhecimento e até muitas vezes sucumbindo por não suportar a adaptação a um existir fora de sua obra.E nos atingir com imagens não comuns revelando o território do Icognoscível, do indisível, do indiscritível senão com o recurso expressivo das imagens visionárias, supra humanas e transcendentes. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO-Percursos propostos 1- Superando as convenções:não se considerará o que se convencionou chamar de artista ou obra artística de modo instituído, normatizado, codificado ou rotulado- Ampliação do conceito de obra artística para um estado alterado de percepção e consciência, de um ir além do humano, um estado de transcendência: atravessar pela corda atada sob o abismo descrito pela obra de Vilém Flusser. 2-Arte como uma perigosa e arriscada aventura espiritual. Abordagem ontológica de sua origem existencial marcada pelo sentimento de angústia, dinte da impotência do exercício da razão recém adquirida do nosso ancestral mais antigo, nos primórdios da humanidade versus um universo infinito e misterioso, cuja extensão se manifestou como incognoscível, para além de sua manifestação mateial tangível, epidérmica e aparente. 3-Arte como essencialmente transcendente o que se manifesta além no plano material, sensorial e fenomênico, apontando vertical e ascencionalmente, para um devir fora do corpo, fora da “Fisis”, para o céu e além do céu com a magia do encantamento revelador da manifestação do númeno. 4-Análise interdisciplinar do conjunto dos estados pré-visionários, como alteradores da percepção e da consciência quando referenciados a partir de um padrão médio de percepção, controlado pela razão prática sintonizada com a lógica do status quo dominante. Análise dos fomentadores da experiência visionária, como necessidade de transcendência inerente à condição humana. 5-Análise das narrativas na literatura ficcional,no texto teatral e nos roteiros cinematográficos, correlacionadas com sua potencialidade evocativa visionária,transcendental do númeno.

Metodologia

1- Sob o ponto de vista da história da arte, a referência visual destas reflexões se concentrará na obras visuais do fantástico e lúdico universo de Hieronymus Bosch(1450), o movimento Simbolista do século XIX, o Surrealismo e o Realismo Mágico ou Fantástico do século XX.A temática deste último, as situações criadas, a construção do contexto das imagens, sugerem o irreal, o onírico,os contos de fadas e a transcendência metafísica. 2-As Teorias operacionais para as análises de Imagem serão as da Psicologia da Percepção Artística de Anton Eherenzweig , A psicologia Analítica de Carl Gustav Jung e a Semiótica de Chales Sanders Peirce. 3-Leituras orientadas em roteiros esquemáticos aula a aula.Obs:estes serão enviados antes das aulas através de um grupo na internet que será montado a partir da primeira aula. 4-Ilustração através de filmes , fotografias de obras com análise da Imagem apartir das Teorias citadas.(observação:os títulos dos filmes serão apresentados progressivamente com o desenvolvimento dos conteúdos programáticos em correspondência direta de acordo com a capacidade de roteiro e imagens potencializarem características visionárias e transcendentes através das obras e dos artistas.

Observação

A disciplina terá um apoio analítico de conceitos decorrentes de várias teorias da imagem presentes na Bibliografia, além das citadas acima que são consideradas aqui como os fundamentos teóricos de base .E seguirá de forma correlacionada em paralelo aos conteúdos programáticos de acordo com os seguintes ítens de abordagem: 1-As diferenças entre campo visual e mundo visual:bordas,periferia,ângulos limitados-na direita,na esquerda, o mundo panorâmico de 360 graus,a forma oval. 2-As modalidades do visual:As formas visuais estruturadas como linguagem-as formas visuais representadas. 3-Principais Teorias da Representação-a representação visual e imagética:A escolástica medieval,a Escola de Port Royal(século XVIII), as cinco tipo de representações em Kant,a representação como signo em Locke,a Semiótica de Charles Sanders Peirce e no século XX a representação na Ciência Cognitiva e o conceito de representação como símbolo. 4-Modelos de processamentos mentais cognitivos.O conceito de representação mental:a representação mental da informação verbal sob forma linguística e da informação visual sob a forma imagética. 5-O conhecimento visual como representação mental: as imagens mentais codificadas de maneira icônica.As imagens mentais codificadas à maneira da linguagem abstrata através de símbolos. 6-O conhecimento linguístico como representação visual. 7-A oposição entre simbólico e imagético. 8-Modelos simbólicos e proposicionais das representações mentais:todo pensamento é codificado de maneira simbólica. 9-A representação mental dualista:a representação simbólica em paralelo á representação mental icônica. 10-Na filosofia da ciência contemporânea:distinções entre referência e representação. 11-Diferenças entre Apresentação e Representação de Objetos: Objetos Apresentados funcionam ontologicamente.Objetos representados funcionam semióticamente. 12-A distinção entre Signos Representativos e Signos não Representativos. Símbolos representam e Indícios não representam. 13-O critério da analogia e semelhança na definição da representação Icônica-o estudo da imagem. 14-O conceito polissêmico e multifacetado da imagem- os principais domínios da imagem: a)o domínio das imagens mentais,imaginadas.b) O domínio das imagens diretamente perceptíveis. c)o domínio das imagens como representações visuais(desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, imagens cinematográficas, televisíveis, holográficas e infográficas).d) o domínio das imagens verbais(metáforas,descrições).e)imagens óticas (espelhos e projeções). 15-A construção da Imagem-o Paradigma e o Sintagma.