Turma DE628 - Seminários Avançados IV - Turma A

Nome

Seminários Avançados IV

Subtítulo

Cinema Documentário - Uma abordagem teórica

Cód. Disciplina - Turma

DE628 - A


Sala SM 03 PB/Ciclo Básico
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Quinta-feira das 09 às 12

Dados da disciplina

Nome DE628 - Seminários Avançados IV
Programa Multimeios
Nível Pós-graduação
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0
Oferecimento IA
INÍCIO DIA 26/02. HORÁRIO DAS 9:30 ÀS 12:30. LOCAL: SALA SM 03 PB/Ciclo Básico(PRÉDIO PRÓXIMO À BIBLIOTECA CENTRAL)

Docentes

Fernão Vitor Pessoa de Almeida Ramos

Critério de Avaliação

A avaliação final inclui: A) trabalho escrito (de 10 a 15 páginas) sobre tema a ser estabelecido conjuntamente com o aluno.

Bibliografia

- Barnouw, Erik. Documentary – a history of the non-fiction film. Nova York, Oxford University Press, 1993. - Bernardet, Jean-Claude. Cineastas e Imagens do Povo. Brasiliense, São Paulo,1985. - Carroll, Noël. Ficção, Não Ficção e o cinema da asserção pressuposta: uma análise conceitual in Ramos, Fernão Pessoa. Teoria Contemporânea do Cinema - Documentário e Narratividade Ficcional. São Paulo, SENAC, 2005. - Cavalcanti, Alberto. Filme e Realidade. Martins, São Paulo,1953. - CINEMAIS nº8, novembro/dezembro 1997 (número sobre documentário). - CINEMAIS Nº 36, janeiro/fevereiro 2004 (número sobre documentário). - Comolli, Jean-Louis. Ver e Poder - A inocência perdida: cinema, televisão, ficção, documentário. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2008. - Da-Rin. Silvio. Espelho Partido - tradição e transformação no documentário. Rio de Janeiro, Azougue Editorial, 2004. - Gauthier, Guy. O Documentário, um outro cinema. Campinas, Papirus, 2011. - Lane, Jim. The Autobiographical Documentary in America. Wisconsin, University of Wisconsin Press, 2002. - Labaki, Amir e Mourão, Maria Dora (org.). O Cinema do Real. São Paulo, CosacNaify, 2005. - Lins, Consuelo. O Documentário de Eduardo Coutinho – Televisão, Cinema e Vídeo. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2004. - Lins, Consuelo e Mesquita, Claudia. Filmar o Real - sobre o documentário brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro, Zahar, 2008. - Mattos, Carlos Alberto. Eduardo Coutinho - O homem que caiu na real. Portugal, Festival de Cinema Luso Brasileiro de Santa Maria da Feira, 2004. - Michelson, Anette. Kino-Eye – the writings of Dziga Vertov. Berkeley, University of California Press, 1984. - Migliorin, Cezar. Ensaios no real - o documentário brasileiro hoje. Rio de Janeiro, Azougue Editorial, 2010. - Nichols, Bill. Blurred Boundaries - Questions of Meaning in Contemporary Culture. Indiana University Press, 1994. - idem. Introdução ao Documentário. Campinas, Papirus, 2005. - Odin, Roger. A Questão do Público: uma abordagem semiopragmática. in Ramos, Fernão Pessoa. Teoria Contemporânea do Cinema - Documentário e Narratividade Ficcional. São Paulo, SENAC, 2005. - Omar, Arthur. O Antidocumentário, provisoriamente. CINEMAIS nº8, novembro e dezembro 1997. - Plantinga, Carl. Rethoric and Representation in Nonfiction Film. Cambridge Univ. Press, 1977. - Ramos, Fernão Pessoa. Mas afinal... o que é mesmo documentário? São Paulo, SENAC, 2008. - idem (organizador). Teoria Contemporânea do Cinema - Documentário e Narratividade Ficcional (vol II). São Paulo, SENAC, 2005. - idem. A Cicatriz da Tomada: documentário, ética e imagem intensa. in Ramos, Fernão Pessoa. Teoria Contemporânea do Cinema - Documentário e Narratividade Ficcional. São Paulo, SENAC, 2005. - idem. O Que É Documentário? http://www.bocc.ubi.pt/pag/pessoa-fernao-ramos-o-que-documentario.pdf. - Ramos, Fernão Pessoa. A Imagem-Câmera. Campinas, Papirus, 2012. - Renov, Michael (org). Theorizing Documentary. Routledge, Nova York,1993. - Roscoe, Jane e Hight, Craig. Faking It. Mock-documentary and the subversion of factuality. Londres, Manchester University Press, 2001. - Rothman, William. Documentary Film Classics. Cambridge University Press, Nova York, 1997. - Schvarzman, Sheila. Humberto Mauro e as imagens do Brasil. São Paulo, Ed. Unesp, 2004. - Sobchack, Vivien. The Adress of the Eye - a phenomenology of film experience. Princeton, New Jersey, Princeton University Press, 1992. - idem. Inscrevendo o Espaço Ético: dez proposições sobre morte, representação e documentário. in Ramos, Fernão Pessoa. Teoria Contemporânea do Cinema - Documentário e Narratividade Ficcional. São Paulo, SENAC, 2005. - Schwarz, Roberto. O Fio da Meada. in Que Horas São?. São Paulo, Companhia das Letras, 1987. - Sussex, Elizabeth. The Rise and Fall of British Documentary - the story of the film mouvement founded by John Grierson. Los Angeles, University of California Press, 1975. - Vertov, Dziga. Articles, projects, journaux. Ed. 10/18, Paris, 1972. - Winston, Brian. The Documentary Film as Scientific Inscription. in Renov, Michael (org). Theorizing Documentary. Routledge, Nova York,1993.

Conteúdo

I) MAS... O QUE É DOCUMENTÁRIO? a) Como distinguir o documentário de outras narrativas cinematográficas ficcionais: Conceitos chaves: FILME - NARRATIVA - INDEXAÇÃO e INTENCIONALIDADE. O que significa para o documentário conceitos como 'VERDADE', 'REALIDADE' e 'OBJETIVIDADE'? Quais são as estruturas narrativas que formam o filme documentário? Como, historicamente, se compõe a estilística documentária? A) A VOZ / O SOM (RUÍDOS) / A MÚSICA 1)A VOZ - O documentário faz asserções sobre o mundo, faz afirmações. O documentário expressa um eu lírico. Duas vozes do documentário: a expositiva (assertiva) e a poética. O documentário fala através: a) da voz over; b)da voz da entrevista ou do depoimento; c) da voz do corpo, da fala/diálogos no mundo (voz dialógica – diálogos); d)da voz na primeira pessoa. - voz Over (voz de Deus, do Saber, fora-de-campo); - voz em recuo (diálogos); - voz ativa/reflexiva (entrevistas, depoimentos, 1ªpessoa); - voz poética/performativa (voz lírica por excelência) 2) O SOM/ A MÚSICA - A construção do ruído no documentário. O som direto. O som diegético e o som mixado. O som na tomada: sujeito-do-micro, sujeito-da-trilha. O som na montagem: o sujeito-mixador. Música e afeto no documentário B) A IMAGEM IMAGENS COM TOMADA E SEM TOMADA 1) A IMAGEM SEM TOMADA – A CONFIGURAÇÃO MAQUÍNICA DIGITAL INTERNA- A CONFIGURAÇÃO DIGITAL DA TOMADA O DOCUMENTÁRIO DE ANIMAÇÃO – DESENHO ANIMADO E NARRATIVA DOCUMENTÁRIA. 2) A IMAGEM COM TOMADA O que é tomada? O que é a imagem-câmera? O que é a circunstância da tomada e qual sua importância para a teoria do cinema. O sujeito-da-câmera. A presença na tomada e a mediação da câmera. A intensidade da presença e a obscenidade. A configuração câmera digital. TIPOS DE TOMADA DOCUMENTÁRIAS: a) a tomada direta e a tomada verdade; b) a tomada clássica c) a tomada de arquivo O SUJEITO DA CÂMERA E AS FORMAS DE PRESENÇA NA TOMADA: a) O sujeito-da-câmera recuado (a ocultação) b) O sujeito-da-câmera agindo ou refletindo (a ação ou a reflexão) c) O sujeito-da-câmera encenando (a interpretação) d) O sujeito-da-câmera exibicionista (a afetação, a afecção) 3) A ENCENAÇÃO DOCUMENTÁRIA - O que é mise-en-scène? O corpo e o espaço na tomada. A encenação no cinema ficcional e a encenação no documentário - a encenação construída (estúdios e locação) - a encenação direta (a encena-ação e a encena-afecção) - a encenação performática II) MODOS E ESTILÍSTICA DO DOCUMENTÁRIO Os diferentes estilos do documentários nos séculos XX e XXI. A estilística particular do documentário: a entrevista, a voz over, a encenação direta, a imagem de arquivo. A questão do ator no documentário. A) O Documentário Clássico B) O Documentário Cabo Contemporâneo C) O Documentário Moderno (Documentário Direto e Verdade) D) O Documentário Poético/Pós-moderno (o filme-ensaio, o documentário performático, narrativas documentárias em 1ªpessoa) III) PARA QUE SERVE DOCUMENTÁRIO? A QUESTÃO ÉTICA Quais são os valores que sustentam a representação documentária em sua evolução histórica, nas diversas formas estilísticas? A) A Ética do Saber e o Documentário Clássico B) A Ética do Recuo e o Documentário Moderno Direto C) A Ética Reflexiva/Interativa e o Documentário Moderno Interativo D) Ética Modesta e o Documentário Pós-Moderno (1ª Pessoa) IV) AS FRONTEIRAS DO DOCUMENTÁRIO: O QUE É DOCUMENTÁRIO E SEUS LIMITES A delimitação do campo documentário: A) O Docudrama e a ficção B) A Reportagem e o fato C) O Vídeo-arte, as Artes performáticas, as Instalações e a poesis documentária D) A Publicidade/Propaganda e a retórica V) HISTÓRIA DO DOCUMENTÁRIO - PARÂMETROS BÁSICOS PARA UMA TEORIA 1) O PRÉ-DOCUMENTÁRIO 2) A 1ª VANGUARDA NOS ANOS 20 3) O DOCUMENTÁRIO CLÁSSICO E A ESCOLA INGLESA 4) O DOCUMENTÁRIO MODERNO: A) o estilo direto: Robert Drew e a escola americana (Leacock, Pennebacker, Maysles, Wiseman). Primary, Crisis, Titicut Follies, Beatles in the USA, Gimme Shelter, Caixeiro Viajante. O Free Cinema inglês. Canadá e o National Film Board. Pierre Perrault e o documentário falado. B) o estilo interativo/verdade: Jean Rouch e a descoberta da entrevista e da indeterminação ("Crônica de um verão, "Eu um Negro", "Jaguar"). Eduardo Coutinho e "Cabra Marcado para Morrer": documentário interativo. C) Documentário Direto no Brasil: Leon Hirszman, Joaquim Pedro de Andrade, Arnaldo Jabor, Paulo Cesar Saraceni, Thomas Farkas. O caso paraibano. "Maioria Absoluta", "Opinião Pública", "Integração Racial", "Brasil Verdade". A encenação do mundo. 5) DOCUMENTÁRIO CLÁSSICO CONTEMPORÂNEO - O DOCUMENTÁRIO-CABO 6) DOCUMENTÁRIO DE VANGUARDA / DOCUMENTÁRIO CONTEMPORÂNEO: A) O que é o documentário performático? O documentário em primeira pessoa (Tongues Untied, Tarnation, Valsa com Bashir, Sherman’s March, Diaries, Les Plages de Agnés, Santiago, ‘33’, Passaporte Húngaro, Window Water Baby Moving, Otto, It’s Nobody Business); B) O falso documentário, o mockumentary: This is Spinal Tap, Forgotten Silver, Man Bites Dog, Waiting for Goffman, The Blair Witch Project, No Lies, Terra Deu Terra Come, David Holzman’s Diary – o caso Peter Watkins; C) A construção narrativa com filmes de arquivo – o filme dispositivo (Esfir Shub/Peter Forgacs/Gabriel Mascaro/Marcelo Pedroso). O filme clássico de arquivo – modo contemporâneo; D) Documentário Contemporâneo e a imagem tátil: Pedro Costa, Harun Farocki, Marilia Rocha, a fenomenologia de Cao Guimarães, Chris Marker, Johan Van Der Keuken, Leviathan; E) Documentário brasileiro contemporâneo, entre a alteridade abjeta e culpa – os dilemas da encenação: Notícias de Uma Guerra Particular. Santiago (João Salles, 1999); Ilha das Flores (Jorge Furtado, 1989); Ressurreição (Arthur Omar, 1989); Boca do Lixo (Eduardo Coutinho, 1992); O Prisioneiro da Grade de Ferro (Paulo Sacramento, 2003); Ônibus 174 (José Padilha, 2001); À Margem da Imagem (Evaldo Mocarzel, 2003). A mise-en-scène do documentário brasileiro: Eduardo Coutinho e Jogo de Cena; João Salles e Santiago; Andrea Tonacci e Serra da Desordem; Vincent Carelli e Corumbiara; Mascaro e Doméstica.

Metodologia

Aulas Expositivas e projeção de filmes.

Observação