Nome
Seminários Avançados III
Subtítulo
Cinema e narcisismo
Cód. Disciplina - Turma
DE627 - A
Acompanhamento com disciplina da Graduação?
Não
Oferecimento DAC
Terça-feira das 09 às 12
Dados da disciplina
Nome
DE627 - Seminários Avançados III
Total de Horas Atividades Teóricas
45
Total de Horas Atividades Prática
0
Total de Horas Laboratório
0
Total de Horas Atividades Orientadas
0
Total de Horas Atividades à Distância
0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão
0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão
0
Total de Horas/Aula Semanais
0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula
0
Oferecimento IA
Esta disciplina terá início no dia 03/março.
Docentes
Marcius César Soares Freire
Critério de Avaliação
A participação nos debates mencionados no item anterior é imprescindível e será um dos critérios de avaliação. Além disso, todos os participantes deverão entregar, no final do semestre, um ensaio de 20 páginas para os doutorandos e de 15 páginas para os mestrandos, cujo tema deverá ser obrigatoriamente relacionado à proposta do curso. Tal texto deverá ser estruturado na forma de um artigo suscetível de ser publicado e deverá ser redigido em Times New Roman, tamanho 12, espaço de 1.5 e apresentado em papel A-4. As duas últimas sessões do semestre serão dedicadas à apresentação individual de seminários. Todos(as) deverão fazer uma apresentação oral de 15 minutos sobre um tema previamente estabelecido em sala de aula. É facultada a utilização de material audiovisual como parte da apresentação desde que sua exibição não ultrapasse ¼ do tempo total.
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
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WUNENBURGER, Jean-Jacques, « La vie des images ». Grenoble: Presse Universitaire de Grenoble, 2002.
Conteúdo
Premidos pela banalização das imagens de toda sorte com as quais convivemos na contemporaneidade, cineastas de todos os quadrantes têm recorrido a artifícios cada vez mais engenhosos no intuito de atribuir às suas obras os traços distintivos que as demarcariam das tantas outras com as quais disputam a atenção do espectador. Em assim fazendo, muitos vão ao encontro do “cinéma vérité” de Jean Rouch e do “underground cinema” de Stan Brakhage e Jonas Mekas; do primeiro pedindo emprestado os seus mecanismos de “mise en situation” de seus personagens - e muitas vezes dele próprio - para construir seu artefato audiovisual; dos dois últimos o modelo de filmes em primeira pessoa. A transposição desses procedimentos para os dias de hoje redundou em “gêneros” que ficaram conhecidos como “filmes de dispositivo” e “filmes autobiográficos” ou “auto-reflexivos”.
Nesse novo contexto, as enormes facilidades trazidas pelo digital e suas inúmeras possibilidades expressivas estão conduzindo o coletivo a ceder rapidamente espaço ao individualismo. Produções voltadas para o próprio umbigo do realizador vão de par com uma indisfarçável supervalorização do “eu” em que está mergulhada a sociedade contemporânea. Seja na forma de autobiografias, seja na de autorretratos ou cine-diários, o “eu” dos diretores está roubando a cena às preocupações sociais dos anos 1950, 1960, 1970. Vivemos hoje a cultura do narcisismo exacerbado em que todos querem se tornar celebridades, mesmo que de forma fugaz. Nosso curso irá se debruçar sobre esse fenômeno e suas consequências no cinema contemporâneo, notadamente no documentário.
Principais tópicos a serem abordados
- A cultura da distração
- O cinema e suas fronteiras
- O cinema e seus novos territórios
- Jean Rouch e o seu legado
- A herança do Underground
- As artes diante da invasão do “eu”
- O Cine-Eu
- A autopromoção como estratégia de mise en scène do documentarista
- Na tela o “Outro” sou eu
- Eu, um flâneur
Metodologia
O curso será fundamentado em leituras, que deverão ser efetuadas semanalmente, no visionamento de filmes ou de extratos de filmes diretamente vinculados ao tema tratado e na discussão a partir dos assuntos abordados nos dois itens anteriores.
Observação