Turma DE627 - Seminários Avançados III - Turma A

Nome

Seminários Avançados III

Subtítulo

Cinema e narcisismo

Cód. Disciplina - Turma

DE627 - A


Sala no Auditório do LIS
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Terça-feira das 09 às 12

Dados da disciplina

Nome DE627 - Seminários Avançados III
Programa Multimeios
Nível Pós-graduação
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0
Oferecimento IA
Esta disciplina terá início no dia 03/março.

Docentes

Marcius César Soares Freire

Critério de Avaliação

A participação nos debates mencionados no item anterior é imprescindível e será um dos critérios de avaliação. Além disso, todos os participantes deverão entregar, no final do semestre, um ensaio de 20 páginas para os doutorandos e de 15 páginas para os mestrandos, cujo tema deverá ser obrigatoriamente relacionado à proposta do curso. Tal texto deverá ser estruturado na forma de um artigo suscetível de ser publicado e deverá ser redigido em Times New Roman, tamanho 12, espaço de 1.5 e apresentado em papel A-4. As duas últimas sessões do semestre serão dedicadas à apresentação individual de seminários. Todos(as) deverão fazer uma apresentação oral de 15 minutos sobre um tema previamente estabelecido em sala de aula. É facultada a utilização de material audiovisual como parte da apresentação desde que sua exibição não ultrapasse ¼ do tempo total.

Bibliografia

BIBLIOGRAFIA BALINT, Alice, FENICHEL, Otto, FERENCZI, Sandor et Collectif, «L’Identification. L’Autre c’est moi ». Paris : Tchou Éditeur, 1998. BATTCOCK, Gregory (Ed.), “The New American Cinema: A Critical Anthology”, New York: Dutton, 1976. BEAUJOUR, Michel, “Miroirs d'encre. Rhétorique de l'autoportrait ». Paris: Seuil, 1980. BENJAMIN, Walter, « Le Livre des passages ». Paris : Éditions du Cerf, 1997. BELLOUR, Raymond. ‘Autoportraits’. In: « Communications », 48, 1988. Vidéo. pp. 327-387. BELLOUR, Raymond, « Le corps du cinéma, hypnoses, émotions, animalité ». Paris : P.O.L., Coll. « Trafic », 2009. BELTING, Hans. « Pour une anthropologie des images ». Paris: Gallimard, 2001. BERNARDET, Jean-Claude, « Um crítico contra a estética da miséria – Entrevista”, in: Pesquisa FAPESP, n. 224, outubro de 2014, pp. 30-37. BRINK, Joram tem, (Ed.), “Building Bridges. The Cinema of Jean Rouch”. London: Wallflower, 2007. FREUD, Sigmund, “Introdução ao narcisismo, Ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916)”. Obras completas, VOL. 12. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. FREUD, Sigmund, WINNICOTT, Donald W., CHASSEGUET-SMIRGEL, Janine et Collectif, «le Narcissisme. L’Amour de soi ». Tchou Éditeur, 1997. FRIEDBERG, Anne, “Window Shopping. Cinema and the Postmodern”. Berkeley: University of California Press, 1993. GOFFMAN, Erving, “A Representação do Eu na Vida Cotidiana”. 14ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2011. KOHUT, Heinz, “Self Psychology and the Humanities. Reflections on a New Psychoanalytic Approach”. New York: W. W. Norton & Company, 1985. LASCH, Christopher, “Culture of Narcissism. American Life in An Age of Diminishing Expectations”. New York: W. W. Norton & Company, 1991. LASCH, Christopher, “The Minimal Self. Psychic Survival in Troubled Times”. New York: W. W. Norton & Company, 1984. LEBOW, Alisa (Ed.), “The Cinema of Me. The self and Subjectivity in First Person Documentary”. New York: Wallflower Press, 2012. LEJEUNE, Philippe, « Pour l'autobiographie ». Paris: Seuil, 1998. LEJEUNE, Philippe, "Je est un autre : L'autobiographie, de la littérature aux médias". Paris: Seuil, 1980. LIPOVETSKY, Gilles, SERROY, Jean, « L’Écran global. Du cinéma au smartphone ». Paris: Éditions du Seuil, 2007. LOWEN, Alexander, “Narcissism. Denial of the True Self”. New York: Touchstone, 1997. MEKAS Jonas, “Movie Journal: The Rise of a New American Cinema, 1959-1971”. New York: Collier, 1972. MERIGEAU, Pascal, « Cinéma: autopsie d'un meurtre ». Paris: Flammarion, 2007. PETRO, Patrice (Ed.), “Fugitive Images. From photography to video”. Bloomington: Indiana University Press, 1995. POSTMAN, Neil. “Amusing Ourselves to Death. Public discourse in the age of show business”. New York: Pinguin Books, 1985. RENAN, Sheldon, “An Introduction to the American Underground Film”. New York: Dutton, 1967. RENOV, Michael, "The Subject of Documentary". Minneapolis: University of Minnesota Press, 2004. ROBERTS, Martin, “The self in the other: Ethnographic Film, Surrealism, Politics”, in: Visual Anthropology, 8, n. 1 (1996), p. 79-94. ROSEN, Philip. "Change Mummified. Cinema, Historicity, Theory”. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2001. RUSSELL, Catherine, “Experimental Ethnography. The Work of Film in the Age of Video”. Durham: Duke University Press, 1999. SANT’ANNA, Affonso Romano de, “O enigma vazio - impasses da arte e da crítica”. Rio de janeiro: Editora Rocco, 2014. SCHNEIDER, Arnd, PASQUALINO, Caterina (Eds) Experimental Film and Anthropology. London: Bloomsbury Academic, 2014. WUNENBURGER, Jean-Jacques, « La vie des images ». Grenoble: Presse Universitaire de Grenoble, 2002.

Conteúdo

Premidos pela banalização das imagens de toda sorte com as quais convivemos na contemporaneidade, cineastas de todos os quadrantes têm recorrido a artifícios cada vez mais engenhosos no intuito de atribuir às suas obras os traços distintivos que as demarcariam das tantas outras com as quais disputam a atenção do espectador. Em assim fazendo, muitos vão ao encontro do “cinéma vérité” de Jean Rouch e do “underground cinema” de Stan Brakhage e Jonas Mekas; do primeiro pedindo emprestado os seus mecanismos de “mise en situation” de seus personagens - e muitas vezes dele próprio - para construir seu artefato audiovisual; dos dois últimos o modelo de filmes em primeira pessoa. A transposição desses procedimentos para os dias de hoje redundou em “gêneros” que ficaram conhecidos como “filmes de dispositivo” e “filmes autobiográficos” ou “auto-reflexivos”. Nesse novo contexto, as enormes facilidades trazidas pelo digital e suas inúmeras possibilidades expressivas estão conduzindo o coletivo a ceder rapidamente espaço ao individualismo. Produções voltadas para o próprio umbigo do realizador vão de par com uma indisfarçável supervalorização do “eu” em que está mergulhada a sociedade contemporânea. Seja na forma de autobiografias, seja na de autorretratos ou cine-diários, o “eu” dos diretores está roubando a cena às preocupações sociais dos anos 1950, 1960, 1970. Vivemos hoje a cultura do narcisismo exacerbado em que todos querem se tornar celebridades, mesmo que de forma fugaz. Nosso curso irá se debruçar sobre esse fenômeno e suas consequências no cinema contemporâneo, notadamente no documentário. Principais tópicos a serem abordados - A cultura da distração - O cinema e suas fronteiras - O cinema e seus novos territórios - Jean Rouch e o seu legado - A herança do Underground - As artes diante da invasão do “eu” - O Cine-Eu - A autopromoção como estratégia de mise en scène do documentarista - Na tela o “Outro” sou eu - Eu, um flâneur

Metodologia

O curso será fundamentado em leituras, que deverão ser efetuadas semanalmente, no visionamento de filmes ou de extratos de filmes diretamente vinculados ao tema tratado e na discussão a partir dos assuntos abordados nos dois itens anteriores.

Observação