Turma AC100 - Seminário de Pesquisa em Artes - Turma A

Nome

Seminário de Pesquisa em Artes

Subtítulo

Ontologia, Epistemologia e Metodologia no Território da Pesquisa em Artes

Cód. Disciplina - Turma

AC100 - A


Sala Primeira aula na Sede do LUME
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Quinta-feira das 09 às 12

Dados da disciplina

Nome AC100 - Seminário de Pesquisa em Artes
Programa Artes da Cena
Nível Pós-graduação
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 15
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 30
Oferecimento IA
Sede do LUME: Rua Carlos Diniz Leitão, 150 - Barão Geraldo - Próximo à Moradia dos Estudantes da UNICAMP - telefones (19) 32899869 / (19) 32893135

Docentes

Critério de Avaliação

Participação ativa em aula e reflexão escrita final que relacione o conteúdo da disciplina (ou parte dele) com o projeto do pesquisador de mestrado ou doutorado.

Bibliografia

BERGSON, HENRI. Memória e Vida. São Paulo: Martins Fonte, 2006. DELEUZE, GILLES e GUATTARI, FELIX. Mil Platôs : Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 1. Trad. Aurélio Guerra Neto, Célia Pinto Costa – Rio de Janeiro : Editora 34., 1995 DELEUZE, GILLES e GUATTARI, FELIX. Mil Platôs : Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 3. Trad. Aurélio Guerra Neto, Ana Lucia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik. – Rio de Janeiro : Editora 34.,1996. DELEUZE, GILLES. Lógica da Sensação. Equipe de Tradução: Roberto Machado (coordenação). Rio de Janeiro : Jorge Zahar Ed., 2007 FLASZEN, LUDWIK e POLLASTRELLI, CARLA. O teatro Laboratório de Jerzy Grotowski 1959 – 1969. São Paulo. Perspectiva e SESC, 2007. FOUCAULT, MICHEL. Vigiar e Punir. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis : Editora Vozes, 1987 GIL, JOSE. A Imagem-Nua e as Pequenas Percepções. Lisboa : Relógio D´agua Editores, 1995 GIL, JOSE. Movimento Total. O Corpo e a dança. São Paulo: Iluminuras, 2005. GROTOWSKI, J. Em busca de um teatro pobre. Trad. Aldomar Conrado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1987. LÉVY, PIERRE. O Que é o Virtual? Trad. Paulo Neves. São Paulo : Editora 34, 1996 LYOTARD, JEAN-FRAÇOIS. Discurso, Figura. Trad. Josep Elias y Carlota Hesse. Editorial Gustavo Gilli. Barcelona, 1979 RICHARDS, THOMAS. At Work with Grotowski on Phisical Actions. Routledge: London, 1996. SCHECHNER, RICHARD. Performance Studies. An Introduction. New York: Routledge, 2002

Conteúdo

PROBLEMÁTICA FUNDANTE PARA DISCUSSÃO E DEBATES: partamos de um princípio presente no pensamento contemporâneo: a arte do atuador ou do agente das artes performativas - seja ator, dançarino ou performador – coloca-se na área de atuação (seja ela cena, instalação, inserção, acontecimento, evento) enquanto materialidade de seu corpo. A materialidade do corpo potencializa o terreno performativo e gera nessa ação possíveis linhas de fuga das relações de representação e de modelos pré-estabelecidos. Ela desterritorializa os corpos dóceis (Foucault), as doxas, as opiniões estabelecidas, as molaridades engessadas. A potência dessa materialidade não se reduz, portanto, a questões de personagem, linhas de tempo, dramaticidade, tradução emocional ou interpretativa. Atravessa a questão de uma realidade mental inteligível e também de narrativas, ilustrações e percepções organizadas. Materialidade: corpo em sua presentificação potente como intensificação poética a abrir fissuras nas forças estratificadas e gerar nessa ação fluxos libertos e abertos de força. Nesse movimento pode estabelecer campos ou platôs energéticos (Gil) ao potencializar relações em retroalimentação de um afetar e ser afetado. Esse território alimenta uma Zona de Turbulência extremamente dinâmica no espaço “entre” atuador e público no qual se intensificam os corpos e as relações. Esses corpos em intensidade, em dinâmica, geram as vibrações (sensações) que afetam, atravessam e implodem os signos – significantes e significados – a serem “lidos” em um encadeamento lógico de figurações, modelos e/ou representações. A materialidade faz o signo flutuar, pairar sobre a sensação, tornando-o instável. A materialidade potencialmente poética do corpo talvez tenha como premissa o seu atravessamento por forças e potências que não se reduzem nem a seu aspecto fisiológico-mecânico e nem a seu aspecto abstrato subjetivo com sua horda de significações, traduções, ilustrações, modelos e “euzinhos sobrepairantes”. O corpo, portanto, é um subjétil (nem sujeito, nem objeto, mas sujeito e objeto) atravessado por forças potentes e invisíveis sejam elas de ordem molar (social, cultural, histórica, econômica) sejam elas de ordem física (o tempo enquanto força de memória, espaço enquanto força de volume ou o tecido espaço-tempo enquanto força de texturização que produz o peso, a fluidez, as dinâmicas). Também é atravessado por forças singulares/coletivas que detonam processos de subjetivação, ou ainda, forças vitais que produzem vontades (não de “euzinhos”, mas de potência - Nietzsche) e desejos (não de faltas, mas de produção - Deleuze). Forças vitais essas potencializadoras de linhas de fuga, reorganizações, desorganizações, desterritorializações, desautomatizações e revetorizações do mapa corpóreo. É nesse sentido que o corpo-sem-orgãos (CSO) - enquanto processo - atua e ao mesmo tempo deixa-se atuar justamente nessas forças positivas de desterritório e não na impossível desorganização fisiológica de órgãos molares. Chamar essas forças de campos ou platôs de energia que transbordam e/ou atravessam o corpo fisiológico e material pode fazer bastante sentido. O corpo, portanto, é um mapa, um campo de forças em atravessamento dinâmico. Resta então problematizar essa materialidade do corpo intenso enquanto força, enquanto materialidade do invisível, concretude do virtual. Dessa forma adentramos em um terreno fértil de pensamento. A experiência (estética) não como organização de percepções conscientes de uma obra ou um corpo-em-arte-performativa, mas como fluxo de micropercepções em nuvens efêmeras que são apreendidas pela sensação em afeto. A materialidade elogiada da contemporaneidade se territorializa na intensificação de seu próprio material e no deixar-se afetar pelos planos de vibração de sua diferença recriada para gerar experiências de fluxos de formas de força que essa mesma materialidade faz secretar.

Metodologia

Aulas em formato de debate aberto sobre textos selecionados a partir do campo teórico e conceitual apresentado na bibliografia da disciplina.

Observação