Turma DE628 - Seminários Avançados IV - Turma A

Nome

Seminários Avançados IV

Subtítulo

Cinema Experimental Latino-Americano, Cinema Marginal

Cód. Disciplina - Turma

DE628 - A


Sala a definir
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Quarta-feira das 14 às 17

Dados da disciplina

Nome DE628 - Seminários Avançados IV
Programa Multimeios
Nível Pós-graduação
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0
Oferecimento IA

A disciplina será ministrada conjuntamente com o Prof. Theo Duarte

Início das atividades letivas em 24/03 - 14 hs

Docentes

Fernão Vitor Pessoa de Almeida Ramos

Professor convidado

Theo Duarte

Critério de Avaliação

Trabalho final escrito sobre temática abordada no curso e seminário a partir de bibliografia e filmes propostos na disciplina.

Bibliografia

ALBERA, François. Modernidade e Vanguarda no Cinema. Rio de Janeiro: Azougue, 2012.

BERNARDET, Jean-Claude. O vôo dos anjos: Bressane, Sganzerla – estudo sobre a criação cinematográfica. São Paulo, Brasiliense, 1991.

BIRRI, Fernando. “Manifiesto del cosmunisno o comunismo cósmico: por un cine cósmico, delirante y lumpen” (1978). Por un nuevo nuevo nuevo cine latinoamericano: 1956-1991. Madrid: Cátedra/Filmoteca Española, 1996.

BRENEZ, Nicole. Cinémas d’avant-garde. Paris: Cahiers du cinéma, 2006.

BÜRGER, Peter. Teoria da vanguarda. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

CANONGIA, Lígia. Quase-cinema: cinema de artista no Brasil, 1970/80. Rio de Janeiro: Funarte, 1981.

COELHO, Frederico. Eu Brasileiro, Confesso Minha Culpa e Meu Pecado – Cultura Marginal no Brasil das Décadas de 1960 e 1970. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2010.

COELHO, Renato (org.). Mostra Jairo Ferreira: Cinema de Invenção (cát.). São Paulo: CCBB, 2012.

DUARTE, Theo. “Lágrima-Pantera, a míssil: cinema Subterrânia”. Ars, v. 15, n. 30, 2017. p. 181-206.

______. “Mangue Bangue, filme-limite”. Ars, v. 17, n. 36, 2019. p. 145 - 173.

______. “O cinema estrutural norte-americano (1965-1972): sobre os debates em torno do termo”. In: DUARTE, Theo; MOURÃO, Patrícia (orgs.). Cinema Estrutural. São Paulo: Aroeira, 2015.

FERREIRA, Jairo. Cinema de invenção. São Paulo: Beco do Azougue, 2016.

FIGUERÔA, Alexandre. O Cinema Super-8 em Pernambuco: do lazer doméstico à resistência cultural. Recife: Fundarpe, 1994.

FRÍAS, Isaac León. El nuevo cine latino-americano de los años sesenta: entre el mito político y la modernidad fílmica. Lima: Universidad de Lima, Fondo Editorial, 2013.

GONZÁLES, Rita; LERNER, Jesse (org.). Cine Mexperimental: 60 años de medios de vanguardia en México. Santa Mônica: Smart Art Press, 1998.

HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Impressões de Viagem – CPC, vanguarda e desbunde: 1960/70. São Paulo, Brasiliense, 1981.

KRISTEVA, Julia. Powers of Horror. An Essay on Abjection. NY, Columbia University Press, 1982.

LERNER, Jesse; PIAZZA, Luciano. Ismo ismo ismo – Cine Experimental en América Latina. Los Angeles: University of California Press, 2017.

MACHADO, Arlindo (org.). Made in Brasil: três décadas de vídeo Brasileiro. São Paulo: Iluminuras/Itaú Cultural, 2007.

MACHADO Jr., Rubens. “Contribuições para uma história do cinema experimental brasileiro: momentos obscuros, desafio crítico”, Projeto Cine Brasil Experimental. São Paulo, 2020, p. 1-97, disponível em <https://www.cinebrasilexperimental.com.br/breve-historia> acesso em 23/10/2020.

______. Marginália 70: o experimentalismo no Super-8 brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2001.

MANTECÓN, Álvaro Vázquez. El Cine súper-8 em México. 1970-1989. México D.F.: UNAM, 2012.

MESTMAN, Mariano (org.). Las rupturas del 68 en el cine de América Latina. Buenos Aires: Ediciones Akal, 2016.

MURARI, Lucas; RAMOS, Guiomar. “Fragmentos de uma história do cinema experimental brasileiro”. In: RAMOS, Fernão Pessoa; SCHVARZMAN, Sheila. (Org.) Nova história do cinema brasileiro, vol. 2. São Paulo: SESC, 2018.

NOGUEZ, Dominique. Éloge du cinéma experimental. Paris: Paris Expérimental, 2010.

PUPPO, Eugênio; HADDAD, Vera (orgs.). Cinema Marginal brasileiro e suas fronteiras. São Paulo: Centro Cultural Banco do Brasil, 2001.

RAMOS, Fernão. “Cinema Novo/Cinema Marginal, entre curtição e exasperação”. In: RAMOS, Fernão Pessoa; SCHVARZMAN, Sheila (org.) Nova História do Cinema Brasileiro. São Paulo: Edições SESC, 2018, v. II, p. 116-201.

______. Cinema marginal (1968-1973): a representação em seu limite. São Paulo, Brasiliense, 1987.

ROCHA, Glauber. O século do cinema. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

______. Revolução do Cinema Novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

______. “Udigrudi: uma velha novidade”. In: Crítica. 1-7 de setembro, 1975.

RODRÍGUEZ, Paul A. Schroeder. “La primera vanguardia del cine latino-americano” In: Cine mudo latinoamericano: inicios, nación, vanguardias y transición. GARCÍA-ROJAS, Aurelio de los Reyes; WOOD, David M. J. (org.). Cidade do México: UNAM, 2015. p. 209-232.

SANJINÉS, Jorge; Grupo Ukamau. Teoria e prática de um cinema junto ao povo. Goiânia: Mmarte, 2018.

SCHWARZ, Roberto. Cultura e Política 1964/1969. IN O Pai de Família e Outros Estudos. RJ, Paz e Terra, 1978.

SCHWARTZ, Jorge (org.). Vanguardas Latino-americanas: Polêmicas, Manifestos e Textos Críticos. São Paulo: Edusp, 2008.

SGANZERLA, Rogério. A Mulher de Todos para Seu Autor. Revista Artes, nº 23, 1970 (tb Arte em Revista, Ano 3, nº5, Maio 1981. Pgs 81/82).

STAM, Robert. “The hour of the Furnaces and the two Avant-gardes”. In: Millenium 7-9, fall-winter, 1980-1981.

_______. ‘On the Margins: Brazilian Avant-Garde Cinema’ e ‘Hybrity and the Aesthetics of Garbage: The Case of Brazilian Cinema’. IN Stam, Robert; Johnson, Randal. Brazilian Cinema. East Brunsswick/NJ, 1982.

VELOSO, Geraldo. “Por uma arqueologia do ‘outro’ cinema” (I, II, III, IV, Final). Estado de Minas. Belo Horizonte de 17/05/1983 a 14/06/1983.

Conteúdo

 

O curso irá discutir as principais tendências do cinema de vanguarda e experimental na América Latina e no Brasil, desde os anos 1920 até nossos dias, situando-as nos devidos contextos históricos. Será debatida a questão da relação entre as vanguardas históricas e os cinemas de vanguarda, com definições, distinções e sobreposições entre cinema de vanguarda e cinema experimental. De modo geral, as tendências do cinema experimental estiveram associadas a movimentações artísticas mais amplas que adquiriram notoriedade nos campos modernistas das artes visuais. Incluem-se aí as tendências relacionadas às vanguardas históricas e neovanguardas do pós-guerra como o cinema surrealista, a montagem soviética, os happenings, a arte conceitual, assim como algumas movimentações vanguardistas latino-americanas como o muralismo mexicano, a arte neoconcreta, o tropicalismo. No curso abordaremos em particular o Cinema Marginal brasileiro, no período entre 1968 e 1973. Neste sentido, o desenrolar histórico do Cinema Novo nos anos 1960 aparece em desenvolvimentos que se ligam e afastam ao Cinema Marginal. A geração dos Marginais será vista tanto no cinema da Boca do Lixo paulistana, como nos filmes da Belair. Os cineastas mineiros e baianos também serão estudados, assim como a filmografia do grupo no exílio. Trabalharemos com a produção autoral de alguns diretores do movimento (Sganzerla, Bressane, Tonacci, Rosemberg, Visconti, Reichenbach, Veloso, Neville, Trevisan, Lanna), desenvolvendo as particularidades de seu trabalho como composição de uma estética própria.

1. Definições, distinções e sobreposições do cinema de vanguarda e cinema experimental. Particularidades dos cinemas de vanguarda na América Latina. Primeiras experiências e relações com as vanguardas europeias e modernismos autóctones.

Filmes de referência:

Rien que les Heures, de Alberto Cavalcanti (França, 1926)

Limite, de Mário Peixoto (Brasil, 1931)

Santiago de Chile, de Armando Rojas Castro (Chile, 1933)

2. Declínio das vanguardas históricas nos anos 1930: transformações econômico-tecnológicas e imperativos do realismo (socialista) e da luta antifascista. O cinema experimental e as neovanguardas: música e escultura concreta, arte neoconcreta, arte abstrata, arte cinética.

Filmes de referência:

Pátio, de Glauber Rocha (Brasil, 1957-1959)

Dimensión, de Aldo Luis Persano (Argentina, 1961)

Cosmorama: poema espacial No 1, de Enrique Pineda Barnet (Cuba, 1964)

3. Cinema militante e cinema de vanguarda: questões históricas, econômicas e estéticas. Colagem, happening, agit-prop, montagem de atrações e intelectual (Eisenstein), intervalo e cine-olho (Vertov). Terceiro cinema e desdobramentos.

Filmes de referência:

Revolución, de Jorge Sanjinés (Bolívia, 1963)

Now!, de Santiago Álvarez (Cuba, 1965)

La Hora de los Hornos, de Fernando Solanas e Octavio Getino (Argentina, 1968)

Contestação, de João Silvério Trevisan (Brasil, 1969)

4. Cinema experimental e as vanguardas artísticas dos 1960’s e 1970’s. O Super-8 como bitola dominante no cinema experimental latino-americano: filmes-diário, filmes de viagem, cinema amador, poesia marginal.

Filmes de referência:

Marabunta, de Narcisa Hirsch, Marie Louise Alemann e Raymundo Gleyzer (Argentina, 1967)

La Mirada Errante, de Jorge Honik (Índia/Argentina, 1970)

Extratos, de Sinai Sganzerla (Brasil, 2020) – A partir de imagens de Rogério Sganzerla e Helena Ignez (Brasil/Inglaterra/Marrocos, 1970-1972)

Terror na Vermelha, de Torquato Neto (Brasil, 1971-1972)

Agrippina é Roma-Manhattan, de Hélio Oiticica (EUA, 1972)

5. Outras tendências do cinema experimental na década de 1970: Minimalismo, arte conceitual, cinema estrutural. Documentários experimentais em 16mm, fotografia documental.

Filmes de referência:

Come Out, de Narcisa Hirsch (Argentina, 1971)

Fotograma, de Cláudio Tozzi (Brasil, 1973)

Mamãe, fiz um Super-8 nas Calças, de Carlos Zílio (Brasil, 1974)

Taller, de Narcisa Hirsch (Argentina, 1975)

Jouez encore, payez encore, de Andrea Tonacci (França, 1975-1990)

O Tigre e a Gazela, de Aloysio Raulino (Brasil,1976)

6. Os anarco-superoitistas em tempo de abertura. Obras de síntese do cinema moderno e experimental latino-americanos: o fim da geração dos 1960/1970.

O Palhaço Degolado, de Jomard Muniz de Britto (Brasil, 1976)

Brasil 1.872.000 Minutos/Noves Fora, de Jorge Mourão (Brasil, 1977)

Exposed, de Edgard Navarro (Brasil, 1978)

ORG., de Fernando Birri (Itália/Argentina, 1968-1979)

A Idade da Terra, de Glauber Rocha (Brasil, 1980)

7. – O feminismo no cinema e no vídeo experimental latino-americanos. Body art, videoarte, videodança, escritas de si. Das salas de cinema às galerias. O retorno do Super-8 e das bitolas analógicas.

Filmes de referência:

M 3x3, de Analívia Cordeiro (Brasil, 1973)

Marca Registrada, de Letícia Parente (Brasil, 1975)

A Voz e o Vazio: A Vez de Vassourinha, de Carlos Adriano (Brasil, 1998)

Já Visto Jamais Visto, de Andrea Tonacci (Brasil, 2014)

8. – A sensibilidade tropicalista e a cultura pop como definidores da última vanguarda dos anos 1960. Glauber Rocha e a ruptura com a má-consciência. Da Estética da Fome à Eztetyka do Sonho. Cinema Novo e Cinema Marginal

Filmes de Referência

Terra em Transe de Glauber Rocha (Brasil, 1967)

Câncer de Glauber Rocha (Brasil, 1968)

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro de Glauber Rocha (Brasil, 1969)

Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil, 1969)

Os Deuses e os Mortos de Ruy Guerra (Brasil, 1970).

9. – Primórdios do Cinema Marginal em São Paulo: as duas tendências na produção paulistana: Boca e Oficina. O Marginal Cafajeste: do cinema, pelo cinema e para o cinema: Reichenbach e Jairo / Sganzerla e Tonacci. O momento definidor em Bandido da Luz Vermelha.

Filmes de Referência

O Bandido da Luz Vermelha (Brasil, 1968)

Bang Bang de Andrea Tonacci (Brasil, 1971)

Rei da Vela de José Celso Martinez (Brasil, 1982)

Audácia! A Fúria dos Desejos de Carlos Reichenbach e Antônio Lima (Brasil, 1970)

O Vampiro da Cinemateca de Jairo Ferreira (Brasil, 1977).

10. – A Estética Marginal: Horror & Desbunde. BELAIR, ou a junção das águas. Sganzerla e Bressane. Cinema Marginal em plena potência e ritmo acelerado. Produção comunitária e contracultura. Os cinco longas de 1970: Carnaval na Lama e Sem Essa Aranha (Copacabana Mon Amour/inacabado) de Sganzerla; Cuidado Madame, Família do Barulho e Barão Olavo, o horrível de Bressane.

O Cinema Marginal Carioca além e passando pela BELAIR: Elyseu Visconti, Ivan Cardoso, Luiz Rosemberg.

Filmes de Referência

Os Monstros de Babaloo’ de Elyseu Visconti (Brasil, 1970)

Barão Olavo, o Horrível de Júlio Bressane (Brasil, 1970)

Jardim das Espumas de Luiz Rosemberg Filho (Brasil, 1970)

Nosferatu no Brasil de Ivan Cardoso (Brasil, 1971)

11. – O veio mineiro carioca e a radicalidade escatológica do Cinema Marginal: Geraldo Veloso e Neville d’Almeida. Sylvio Lanna e o discurso minimalista. A produção baiana: André Luiz Oliveira e Álvaro Guimarães

Filmes de Referência

Sagrada Família de Sylvio Lanna (Brasil, 1970)

Perdidos e Malditos de Geraldo Veloso (Brasil, 1970)

Mangue Bangue de Neville d’Almeida (Brasil, 1970)

Meteorango Kid, o herói intergaláctico de André Luiz Oliveira (Brasil, 1969)

Caveira My Friend de Álvaro Guimarães (Brasil,1970)

 

Metodologia

Aulas Expositivas, Seminários e Visionamento de Filmes

Observação