Laboratório de Criação II
SubtítuloCampo de Visão: alteridade e coralidade
AC111 - A
Esta disciplina teve seu oferecimento Cancelado.
Presença, "escuta", participação propositiva
CASTRO, Rodrigo Spina de Oliveira. A voz e o Campo de Visão. Mestrado - IA Unicamp, 2012.
GONÇALVES, Michelle Costa. Campo de Visão: inventário de procedimentos. Dissertação de mestrado. IA Unicamp. 2015.
LAZZARATTO, M. R. Arqueologia de um Ator. Curitiba, Ed Appris, 2022.
LAZZARATTO, M. (2015). O Campo de Visão e o corpo-perceptivo. Olhares, 1(1), 28–32. https://doi.org/10.59418/olhares.v1i1.5
LAZZARATTO, M. R. Campo de Visão: exercício e linguagem cênica. São Paulo: Escola Superior de Artes Célia Helena, 2011.
LEVINAS, Emmanuel. Ensaios sobre a alteridade. Editora Vozes. Rio de Janeiro, 2010.
LEVINAS, Emmanuel. Totalidade e Infinito. Edições 70. Coimbra, 2008.
LOSCO, Mireille; MÉGEVAND, Martin. Coro/Coralidade. In: SARRAZAC, Jean-Pierre (org); Catherine Naugrette... [et al.] Léxico do drama moderno e contemporâneo. Tradução de André Telles. São Paulo: Cosac Naify. 2012.
MALDONATO, Mauro. Raízes Errantes. Prefácio Edgar Morin. Edições Sesc São Paulo, 2014.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2007.
SARRAZAC, Jean-Pierre. O futuro do drama. Tradução de Alexandra Moreira da Silva. Porto/Portugal: Campo das Letras, 2002.
Esta disciplina, essencialmente prática, tem como objetivo estabelecer relação entre o sentido de coralidade e a alteridade, indispensáveis à contemporaneidade, através do exercício improvisacional e linguagem cênica Campo de Visão. O “Campo de Visão” é um sistema improvisacional coral e um pressuposto estético desenvolvido há 30 anos por Marcelo Lazzaratto. Com o seu grupo de pesquisa, a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, há 23 anos vem sistematizando o Campo de Visão continuamente em variados processos de criação, tais como "A hora em que não sabíamos nada uns dos outros"; "Amor de Improviso"; e "Ifigênia", e "Diásporas", entre tantos outros. O Campo de Visão foi objeto de Mestrado de Marcelo Lazzaratto na UNICAMP, em 2003, e lugar de onde nasceram as reflexões de seu Doutorado a respeito da interioridade do ator, em 2008 e objeto central de sua Livre Docência: "Campo de Visão: um exercício de alteridade". Este procedimento objetiva a ampliação da visão periférica e da percepção do outro, desenvolve a noção espacial, ativando e articulando um estado de concentração poética em que Razão e Sensibilidade se interseccionam livremente. Por se estruturar como um exercício apoiado no jogo da alteridade ele não se esgota. Ele estimula o ator a potencializar seu corpo como um corpo-perceptivo, aberto às impregnações na mesma medida que o estimula a ser condutor/criador de suas escolhas estéticas. Trata-se de um procedimento estético coral em que o ator toma o outro como elemento inspirador para sua própria criação, se apropriando de movimentos alheios e se relacionando com todo e qualquer elemento que o estimule: música, espaço, objetos, palavras e imagens. O Campo de Visão promove, assim, a coralidade através de uma experiência de alteridade, enfatizando um profundo diálogo entre indivíduo e coletividade. Como objetivos específicos essa disciplina visa oferecer: - Potencialização do “jogo” teatral; - Ampliação da percepção do “outro”; - Ampliação da noção espacial; - Ampliação do repertório gestual; - Ampliação do repertório imagético; - Estimular a “escolha” criativa; - Relação entre movimento e ritmo; - Relação entre movimento e objeto; - Relação entre movimento e palavra; - Relação entre coro e protagonista e coro e corifeu; - Reflexão entre indivíduo e coletividade; - Reflexão entre a metonímia e a metáfora no que diz respeito ao trabalho do ator.
A disciplina terá em linhas gerais a seguinte estrutura metodológica: I - Percepção e Movimento: 4 encontros de 3 horas de duração cada: Encontro 1 – Apresentação do Campo de Visão, sua origem, suas regras. Prática do jogo. Livre. Encontro 2 – O Campo de Visão e a percepção auditiva. Encontro 3 – Leitura e análise do texto a ser trabalhado. Encontro 4 – O Campo de Visão e a percepção espacial. Seleção do texto coral a ser trabalhado. II Tema - 4 encontros de 3 horas de duração cada: Encontro 1 - um tema escolhido pelo condutor rege todo o encontro Encontro 2 – primeira parte: tema concreto. Segunda parte: tema abstrato Encontro 3 – o tema do texto selecionado conduzirá o trabalho Encontro 4 – repete-se a temática do encontro anterior com ênfase na construção espacial pelo coletivo. III Objetos - 2 encontros de 3 horas de duração cada Encontro 1 – aproximação do objeto. Primeiro como objeto imaginário e depois utilizando-o em sua concretude; exercitar a diferença entre as diversas qualidades de um objeto: suas características físicas, sua utilidade e força simbólica. Encontro 2 – escolha de objetos-síntese a serem utilizados pelo coro. Praticar o Campo de Visão enfatizando o entendimento da alteridade que o uso dos objetos deflagra. IV Texto - 4 encontros de 3 horas de duração cada Encontro 1 – elaboração do material dramatúrgico a ser utilizado na cena. Encontro 2 – experimentação em campo de visão dos aspectos fonéticos, morfológicos, sintáticos e semânticos do texto. Encontro 3 - relação entre coro e corifeu e entre coro e protagonista desenvolvida em Campo de Visão. Encontro 4 – ensaio organizador do material criativo processado visando a apresentação final. Avaliação final.