Turma DE019 - O Cinema Dissidente - Turma A

Nome

O Cinema Dissidente

Subtítulo

Questões teóricas e poéticas dissidentes no cinema e no audiovisual em rotas, conexões, fugas e aquilombamentos em perspectiva transatlântica.

Cód. Disciplina - Turma

DE019 - A


Sala Sala SM03 do Ciclo Básico II (PB)
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Segunda-feira das 14 às 17

Dados da disciplina

Nome DE019 - O Cinema Dissidente
Programa Multimeios
Nível Pós-graduação
Ementa
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0
Oferecimento IA

As aulas terão início em 18/03/2024.

Disciplina presencial; não serão utilizados recursos de TW (Trigger Warning - aviso de gatilho); é necessário conhecimento de inglês instrumental (leitura) para acompanhar o curso. 

Docentes

Gilberto Alexandre Sobrinho

Critério de Avaliação

Seminários

Trabalho final a partir de tópicos e bibliografia do curso 

Bibliografia

BARAKA, Amiri. The Black Arts Movement. In: BRACEY, John H. Jr., SANCHES, Sonia, SMETHURST, James. SOS - Calling All Black People : A Black Arts Movement Reader. Amherst: University of Massachusetts Press, 2014.

BERREY, Stephen. The Jim Crow Routine : Everyday Performances of Race, Civil Rights, and Segregation in Mississippi. University of North Carolina Press, 2015

BRACEY, John H. Jr., SANCHES, Sonia, SMETHURST, James. SOS - Calling All Black People : A Black Arts Movement Reader. Amherst: University of Massachusetts Press, 2014.

BRUNO, Giuliana. Atlas of emotion: journeys in art, architecture, and film. La Vergne: Verso, 2018. E-BOOK. (1 recurso online (550 p.)). ISBN 9781786633248. Disponível em: https://ebookcentral.proquest.com/lib/unicamp-ebooks/detail.action?docID=5431033. Acesso em: 7 out. 2023.

CARMICHAEL, Stokely, HAMILTON, Charles V. Black Power: the politics of liberation in America. Nova Iorque: Random House, 1967.

CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Blumenau, SC: Letras Contemporâneas, 2010.

FANON, Frantz. Pele negra, Máscaras brancas. Rio de Janeiro: Fator, 1983.

GILLESPIE, Michael Boyce. Film Blackness. American Cinema and the idea of Black Film. Duham, Londres: Duke University Press, 2016.

GILROY, Paul. O Atlântico negro como contracultura da modernidade In: Gilroy, Paul, O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Ed. 34; Rio de janeiro: Universidade Candido Mendes, Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001.

FANON, Frantz. Pele negra, mascara brancas. Rio de Janeiro, RJ: Fator, 1983.

FERDINAND, Malcom. Uma ecologia decolonial – Pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: N-1, 2022.

FIELD, Allyson Nadia, HORAK, Jan-Christopher and STEWART, Jacqueline Najuma. L.A. Rebellion : creating a new black cinema. Oakland: University of California Press, 2015. 

GLISSANT, Edouard Glissant. Poética da relação. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021. 

HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: PUC/RIO, 2016

HALL, Stuart. Da diáspora. In: HALL, Stuart. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Organização de Liv Sovik. Belo Horizonte, MG: Editora da UFMG, 2009.

HALL, Stuart. Que “negro” é esse na cultura negra? In:  HALL, Stuart. Da diáspora : identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.

HARAWAY. Donna. Antropoceno, Capitaloceno, Plantationoceno, Chthuluceno: fazendo parentes. Trad. Susana Dias, Mara Verônica e Ana Godoy. ClimaCom – Vulnerabilidade [Online], Campinas, ano 3,  n. 5,  2016. Available from: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/antropoceno-capitaloceno-plantationoceno-chthuluceno-fazendo-parentes/

hooks, bell. O olhar opositor: mulheres negras espectadoras. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Editora Elefante, 2019.

KNEE, Adam, MUSSER, Charles. William Greaves,  Documentary Film-making,  and the  African-American Experience. Film Quarterly , Spring, 1992, Vol. 45, No. 3 (Spring, 1992), pp. 13-25 Published by: University of California Press, Stable URL: https://www.jstor.org/stable/1213220

MARKS, Laura U. The skin of the film: intercultural cinema, embodiment, and the senses. Durham [Inglaterra]: Duke University Press, 2000.

MIRZOEFF, Nicholas. The right to look. Durham: Duke University Press, 2011.

MOTEN, Fred. In the break. The Aesthetics of the Black Radical Tradition. Minneapolis, London: University of Minnesota Press, 2003.

MULVEY, Laura. Visual and other pleasures. Bloomington, IN: Indiana Univ., c1989

NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: Documentos de uma militância Pan-Africanista. Rio de Janeiro e São Paulo: IPEAFRO e Perspectiva, 2019.

SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da Imagem Eurocêntrica. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

SOBRINHO, Gilberto Alexandre. O Afroperspectivismo de A Trilogia da Bicha Preta, de Juan Rodrigues: construindo as estéticas das resistências. LOGOS 52 VOL 27 N 01 PPGCOM UERJ | DOSSIÊ INSTABILIDADE E CONFLITO DAS/NAS IMAGENS

Conteúdo

1. Apresentação e introdução ao campo conceitual da disciplina: as rotas do Atlântico Negro, seus percursos estéticos e interculturais no cinema e no audiovisual;

2. Crítica à O nascimento de uma nação (The Birth of a Nation, D.W. Griffith, EUA, 1915): a decupagem clássica, a visualidade opressora e a segregação racial no contexto do Jim Crow;

3. O cinema de Oscar Micheaux, The New Negro e o Renascimento do Harlem: a visualidade contra hegemônica e a emergência do direito de olhar;

4. Os movimentos da Negritude e do Pan-africanismo e os campos do audiovisual: vendo imagens com Frantz Fanon e Aimée Cesaire;

5. Terceiro Mundo/Terceiro Cinema/Estética da Fome - Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha em projetos de emancipação estética.

6. L.A. REBELLION/Black Power/Black Arts Movement – arte, política e emancipação no contexto estadunidense;

7. A hora e a vez da revolução: arquivos, testemunhos e performances no continente africano (02 partes): Celso Luccas e José Celso Martinez Corrêa, Sarah Maldoror e Aline Motta;

8. Sankofa Film and Video Collective (Isaac Julien), Black Audio Film Collective (John Akomfrah) e os Estudos Culturais Britânicos;

9. O filmes singulares de Spike Lee e de Raoul Peck e as estéticas na ficção e no documentário do cinema negro;

10. De Laura Mulvey a bell hooks – caminhos dos cinemas feminista e queer;

11. Do afroperspectivismo à ecologia decolonial no cinema e no audiovisual no Brasil: Adirley Queiroz e parcerias.

Seminários dos estudantes

Entrega do trabalho final

 

Metodologia

O objetivo do curso é desenvolver um debate teórico e crítico sobre o cinema e audiovisual em perspectiva transatlântica (que considera também o peso conceitual do Atlântico Negro), circunscrito no contexto de uma ecologia decolonial, interessado em cartografias críticas e contra-hegemônicas para a história e a crítica do cinema dos séculos XX e XXI. Trata-se de pensar o campo do cinema em sua dimensão intercultural, em que questões estéticas e políticas emergem do cinema da diáspora africana, na eclosão da modernidade e na contemporaneidade.  Pintura, Fotografia, Videoarte e outras formas de expressão artística também fazem parte do repertório do curso, de forma complementar. Recorta-se a geografia transatlântica (Américas, Europa e África) e partir da reflexão sobre representação, narrativa, linguagem, identidade, performance e poder, almeja-se inspecionar os filmes de Oscar Micheaux, L.A. REBELLION, Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Jean-Luc Godard, William Greaves, Celso Luccas e José Celso Martinez Corrêa, Sarah Maldoror, Aline Motta, Sankofa Film and Video Collective (Isaac Julien), Black Audio Film Collective (John Akomfrah), Spike Lee, Cheryl Dunye, Marlon Riggs, Jordan Peele, Adirley Queiroz, entre outros. A discussão avança para incluir tópicos como “tecnologias de representação e subjetivação” (marcadores étnico-racias e de gênero e sexualidade), emancipação e imagem e o direito do olhar, negroceno e  plantationceno e ecologia decolonial no campo dos dissensos. Com isso, os modos da fabulação, os usos dos arquivos, a performance, as confissões, os testemunhos e as profanações emolduram a luta anti-colonial, a descolonização e o decolonial, a territorialização multicultural, as radicalizações e transgressões na imagem. Do ponto de vista teórico, serão enfatizados os trabalhos de Abdias Nascimento, Frantz Fanon. Stuart Hall, Laura Mulvey, bell hooks, Donna Haraway, Giuliana Bruno, Robert Stam, Ella Shoat, Nicholas Mirzzoeff, Michael Boyce Gillespie, Achille Mbembe, Malcom Ferdinand, entre outros. Este programa poderá sofrer alterações e a versão definitiva será entregue presencialmente, no primeiro dia de aula. As aulas serão expositivas, com debates sobre filmes e textos. 

Observação