Docentes

Professor convidado

Patrícia Mourão de Andrade

Critério de Avaliação

Trabalho escrito e seminários.

Bibliografia

AMARAL, Aracy. Expoprojeção. São Paulo: Griffe, 1973.

______________. “Meio artístico e mercado de arte”. In Arte e meio artístico: entre a feijoada e o X-burguer. São Paulo: editora 34, 2013/

________________e CRUZ, Roberto Moreira S. Expoprojeção 1973-2013 (catálogo da             exposição), São Paulo: SESC, 2013

________________ (org). Projeto construtivo na arte brasileira. São Paulo: Pinacoteca do       Estado; Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna, 1977.

BASUALDO, Carlos (org.). Hélio Oiticica: quasi-cinemas. Kolnischer Kunstverein, New         Museum of Contemporary Art, The Ohio State University, 2001. p. 81-88; Acervo   Projeto Hélio Oiticica. #0322/69

BERNADET, Jean-Claude. “A antropologia de nós mesmos”. In: Antonio Manuel. Rio de         Janeiro: FUNARTE/ Instituto Nacional de Artes Plásticas, 1984

______________________. Brasil em tempo de cinema 1958 – 1966, Ensaio sobre o cinema. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.

BLANCHOT, Maurice. 2018. O Livro por Vir. São Paulo, Martins Fontes.

BUCHMANN, Sabeth; CRUZ, Max Jorge. Hélio Oiticica e Neville D’Almeida Cosmococa. Rio de Janeiro: Azougue, 2014.

CANDELA, Iria (org). Lygia Pape, Multitude of Form. Nova York, Metropolitan Museum of Art, 2017.

CALIRMAN, Claudia.(org) Antonio Manuel, I want to Act not to Represent. Nova York e São Paulo: Americas Society e Associação do Patronato contemporâneo/Cosac Naify, 2011. 

_________________. Brazilian Under Dictatorship. Antônio Manuel, Artur Barrio and Cildo Meirelles. Londres: Duke University Press, 2012.

___________________. “‘Epidermic’ and Visceral Works: Lygia Pape and Anna Maria Maiolino,” Women’s Art Journal, Fall/Winter 2014, pp.19–27CANONGIA, Ligia. Quase Cinema – Cinema de Artista no Brasil (1970/80). Cadernos da     Funarte, vol. 2, Rio de Janeiro, 1981.

_____________; OITICICA, Hélio. Cartas, 1964-1974. Organização Luciano Figueiredo. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1996.

COCCHIARALE, Fernando. Filmes de Artistas - Brasil 1965-1980. Rio de Janeiro: Contra Capa, Rio de Janeiro, 2008

CRUZ, Max Jorge Hinderer. (orgs.) Hélio Oiticica & Neville d’Almeida: Cosmococa. Rio de    Janeiro: Beco do Azougue, 2014.

DIAS, Antonio.  Antonio Dias: anywhere is my land. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São   Paulo, 2010.

DUARTE, Paulo Sérgio. Anos 60/Transformações da arte no Brasil. Rio de Janeiro: Campos    Gerais, 1998.

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KRISTEVA, Julia. Pouvoirs de l’horreur. Essai sur l’abjection. Paris, Seuil, 1980

LAMONI Giulia “(Domestic) Space of Resistance: Three Artworks by Anna Maria Maiolino, Lygia Pape, and Anna Bella Geiger,” Artelogie, n. 5, 2013.

LERNER, Sheila. “Vídeo-arte,” in Arte como medida: críticas selecionadas (São Paulo: Editora Perspectiva, 1982), 71.

MACHADO, Arlindo (org.) Made in Brasil – três décadas do vídeo brasileiro.  São Paulo:       Iluminuras, Itaú          Cultural, 2007

MALZ, Isabelle (org). Lygia Pape, The skin of all. Stuttgart: Hatje Cantz, 2022.

MARTINS, Sérgio B. Constructing an avant-garde: Art in Brazil (1949 - 1979). Londres: Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2013.

PAPE, Lygia. Catiti-Catiti: na terra dos Brasis. Dissertação (mestrado). Depto Filosofia, UFRJ,1980.

___________. Gávea de Tocaia. São Paulo: Cosac Naify, 2000.

____________. Lygia Pape. Rio de Janeiro: Funarte, 1983.

___________. Lygia Pape ‐ Entrevista a Lúcia Carneiro e Ileana Padilla. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. Coleção Palavra do artista.

____________. Espaços imantados. Rio de Janeiro: Projeto Lygia Pape, 2004.

RAMOS, Fernão, Cinema marginal (1968 – 1973) – A representação em seu limite. São Paulo: Brasiliense, 1987.

RAMOS, Fernão Pessoa. A Ascenção do Novo Cinema e Cinema Novo/Cinema Marginal, entre Curtição e Exasperação. IN RAMOS, Fernão Pessoa; SCHVARZMAN, Sheila. Nova História do Cinema Brasileiro. São Paulo, Ed. Sesc, 2018.

RAMOS, Fernão Pessoa. Glauber Rocha e as Agruras da Má-Consciência. https://aterraeredonda.com.br/glauber-rocha-e-as-agruras-da-ma-consciencia/

RAMOS, Fernão Pessoa. Nosferato e o barato de 1971. https://aterraeredonda.com.br/nosferato-e-o-barato-de-1971/

SNEED, Gillian. Gendered Subjectivity and Resistance: Brazil’s Women Performance for Camera, 1973-1982. [Tese de doutorado, defendida em setembro de 2019]. The Graduate Center, City University of New York.

SMALL, Irene V. Hélio Oiticica: Unfolding the Frame. Chicago: Universty of Chicago Press, 2016.

Conteúdo

Na passagem da década de 1960 para a seguinte, o filme, as projeções com slide e depois o vídeo entraram no radar de uma geração de artistas visuais brasileiros movidos por uma inquietação experimental e um desejo por novos suportes, meios e modalidades de fazer arte em um país fraturado pela repressão. Revisitando essa produção, o curso pretende estabelecer balizas, quadros conceituais e genealogias para uma historiografia da imagem em movimento no campo da arte no Brasil. Situaremos as experimentações com mídias audiovisuais por artistas dentro dos debates que moldaram o campo cultural e artístico no período no Brasil, estabelecendo seus diálogos com o Cinema Novo e o Cinema Marginal. Propomos pensar o caráter contingencial, experimental, indeterminado e não programático que muitas vezes marcou as incursões e experimentações audiovisuais dos artistas plásticos nos anos 1960 e 1970. Pretende-se, por fim, abordar o filme, o vídeo a projeção como mais um veículo de experimentação em um momento de inquietação e saturação do campo da arte com seus meios e lugares tradicionais. Não nos furtaremos a problematizar a terminologia cristalizada para delinear a prática de “filme de artista”, questionando seu essencialismo e a sugestão implícita de um campo ou gênero especializado.

PROGRAMA

CONTEÚDO:

1. Primeiras exposições, marcos historiográficos e balizas críticas. Salão Bússola (Rio de Janeiro, 1971), Nova Objetividade (Rio de Janeiro, 1967), Expo-projeção (Aracy Amaral, 1973), setor de vídeo do Mac – USP.
2. Lygia Pape; do projeto moderno de Brasília ao universo indígena. Primeiros projetos de filmes dos anos 1950; colaboração com o cinema novo.
3. Exercícios experimentais de liberdade, primeiros movimentações em direção ao cinema. O encontro de Glauber e Oiticica em Câncer.
4. Antônio Manuel, marginalidade social, marginalidade política; “antropologia de nós mesmos”; documentário e arquivo. Loucura e Cultura e Câncer.
5. Cinema Marginal e a cultura rebaixada. Horror, berros, deglutição aversiva, grotesco, baba, sangue, excrementos. Expressão da Curtição. Figuras da Abjeção, Figuras da Curtição. Estética da fome e Brasil Diarreia.
6. O corpo, visceralidades e feminismo. Ana Maria Maiolino, Lygia Pape, Iole de Freitas.
7. Antônio Dias, o cinema suicida, efêmero. Diálogos com o experimental norte-americano.
8. Audiovisuais e projeções de slide – Frederico Morais, Beatriz Dantas, Paulo Fogaça) e a imagem em movimento no espaço instalativo: da Tv em Tropicália às Cosmococas.
9. Hélio Oiticica, negatividade e cinema em processo.
10. A televisão, a farsa e a indigestão da comunicação, vista pelos artistas – Sônia Andrade, Paulo Herkenhoff, Andrea Tonacci, Carmela Gross.
11. Diálogos transnacionais: exílio e a invenção do artista latino-americano na vídeoarte dos anos 1970 (Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Roberto Sandoval, Norma Pontes Bahia e Rita Moreira).

Metodologia

Serão exibidos e analisados filmes e material audiovisual em conjunto com aula expositiva e seminários.

Avaliação com trabalho escrito no final.

Observação