Tópicos Especiais em Poéticas Visuais e Processos de Criação III
SubtítuloArte, Imagem e Antropoceno
AV042 - A
As aulas terão início no dia 20/08/2024.
Profa. Dra. Cláudia Marinho
A avaliação será realizada considerando:
Seminários Temáticos - 40%
Trabalho final- 60%
Critérios de avaliação:
1. Seminário
Domínio dos aspectos conceituais, clareza e organização da apresentação.
2. Trabalho prático final
Texto em formato de ensaio ou artigo acadêmico relacionando o tema da disciplina e as práticas artísticas contemporâneas. Coerência na escolha do tema, dos artistas e das referências utilizadas. Rigor conceitual, clareza dos argumentos e adequação à linguagem acadêmica na escrita do texto.
ANGUS, Ian. Enfrentando o Antropoceno. Ed. Boi Tempo, 2023.
BAIO, Cesar; SOLOMON, Lucy H.G.. An Argument for an Ecosystemic AI: Articulating Connections across Prehuman and Posthuman Intelligences. Int. Journal of Com. WB 3, 559–584. 2020. https://doi.org/10.1007/s42413-020- 00092-5.
BELOFF, Laura; JORGENSEN J..The Condition Towards Hybrid Agency. ISEA 2016 Hong Kong, CULTURAL R>EVOLUTION : Proceedings of the 22nd International Symposium on Electronic Art, 2016.
DANOWSKI, Deborah; DE CASTRO, Eduardo Viveiros. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie Editora, 2014.
ESCOBAR, Arturo. Sentipensar con la tierra : nuevas lecturas sobre desarrollo, territorio y diferencia. Medellín: UNAULA, 2014.
FLUSSER, Vilém. Natural:mente: vários acessos ao significado de natureza. São Paulo: Annablume, 2011.
________. Dúvida. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999. LATOUR, Bruno. 1994. Jamais fomos modernos: ensaio de Antropologia simétrica. (Trad. Carlos Irineu da Costa) Rio de Janeiro: Ed.34, 1991.
MASSUMI, Brian. O que os animais nos ensinam sobre política. São Paulo: N-1 Edições, 2017. MOORE, Jason W.. Capitalism in the web of life: ecology and the accumulation of capital. Londres e Nova Iorque: Editora Verso, 2015.
HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no chthluceno. Rio de Janeiro: Editora N-1, 2023.
HÖRL Erick. From the Anthropocene to the Neo-Cybernetic Underground. A conversation with Erich Hörl. Entrevista de Paul Feigelfeld. #60, 2014.
RIBEIRO, Walmeri (ORG). Territórios sensíveis: Práticas artísticas no antropoceno. São Paulo: Editora Circuito, 2024.
SANTAOJA, Minna; SUONPÄÄ, Juha. Interventions: Visualizing environmental change. Oulanka: University of Oulu, 2016.
SANTOS, Boaventura de Souza. Descolonizar el saber, reinventar el poder. Montevideo: Edições Trilce, 2010.
SHAVIRO, Steven. Discognition. Londres: Repeater, 2016.
SASSEN, Saskia. Expulsions: Brutality and Complexity in the Global Economy. Cambridge: Harvard University Press, 2014.
SIMONDON, Gilbert. Du mode d’existence des objets techniques, Paris: Aubier, 1989.
TSING, Anna L. Viver em ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília, DF: IEB Mil Folhas, 2019.
A disciplina tem como objetivo discutir abordagens teóricas e poéticas que colaboram para uma crítica ao antropoceno da perspectiva da arte, propondo um cruzamento entre a nova crítica ecológica e a produção artística contemporânea. Autores como Anna Tsing, Donna Haraway, Jason Moore, Déborah Danowski e Eduardo Viveiros de Castro posicionam a questão ambiental dentro do campo político, econômico e tecnológico. Em comum, esses autores partem da crítica ao antropocentrismo moderno, consagrado pelo que Kant chamou de excepcioinalidade humana, para indicar a necessidade de reposicionar radicalmente os modos de conceber a natureza, a técnica, o conhecimento e os modos de existência humanos e não-humanos. Este movimento no terreno teórico-filosófico reposiciona conceitos fundamentais para as artes e desafia a área a se repensar em busca da criação de condutas e de imaginários que respondam melhor às formas de existir não antropocêntricas. Uma pista para enfrentar essa problemática pode ser encontrada na filosofia da imagem de Vilém Flusser que, em sua época, abordou o abismo entre cultura e natureza estabelecido na modernidade como sendo um problema semiótico.
Assumindo essa problemática como ponto de partida, a disciplina examina práticas artísticas relacionadas ao Antropoceno. Ao longo da disciplina, serão discutidas as perspectivas poéticas e conceituais de artistas como Eduardo Kac, Guto Nobrega, Laura Beloff e Natalie Jeremijenko, entre outros que operam no campo das imagens técnicas, da performance, da visualização de dados, da bioarte e da arte socialmente engajada.
Aulas expositivas, seminários e atividades em sala.