Turma DE019 - O Cinema Dissidente - Turma A

Nome

O Cinema Dissidente

Subtítulo
Cód. Disciplina - Turma

DE019 - A


Sala a definir
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Sexta-feira das 09 às 15

Dados da disciplina

Nome DE019 - O Cinema Dissidente
Programa Multimeios
Nível Pós-graduação
Ementa
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0

Docentes

Michelle Cunha Sales

Critério de Avaliação

Cada estudante deverá apresentar duas resenhas a partir de textos selecionados na bibliografia do curso, a combinar com a professora.

Cada estudante deverá realizar um seminário como parte da avaliação final desta disciplina, a combinar. 

Bibliografia

Bibliografia complementar: 

 

  1. AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020.  
  2. ALMEIDA, Gabriela; CARDOSO Filho, Jorge. (Orgs.). Comunicação, Estética e política: epistemologias, problemas e pesquisas. Curitiba: Appris, 2020.
  3.  ESCOBAR, Arturo. Pluriversal politics: the real and the possible. Durham e Londres, Duke University Press, 2020.
  4. GOLDMAN, Márcio. Quinhentos anos de contato: por uma teoria etnográfica da (contra)mestiçagem. São Paulo, Mana, V.21, N.3, 2015.
  5. GONÇALVES, Marco Antônio. Pensamento sensorial: cinema e perspectiva em Eisenstein. In: GONÇALVES, Marco Antônio. O sorriso de Nanook: ensaios de antropologia e cinema. Rio de Janeiro, Maud editora, 2022.
  6. GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.). 1988, p. 69-82.
  7. HARAWAY, D. Staying with the trouble: making kin in the Chthulucene. Duke University Press, Durham and London, 2016.
  8. HOOKS, Bell. The oppositional gaze: black female spectators. In. HOOKS, Bell. Race and representation. Boston, South End Press, 1992.  
  9. KOPENAWA, Davi e ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã Yanomami. São Paulo, Companhia das Letras, 2019.
  10. LAGROU, Els. Existiria uma arte das sociedades contra o Estado? São Paulo, Revi/sta de Antropologia, V. 54, N.2, 2011.
  11.  LORDE, Audre. I Am Your Sister: Collected and Unpublished Writings of Audre Lorde. Oxford University Press, New York, 2009.
  12. MBEMBE, Achille. Brutalismo. São Paulo, n-1 Edições, 2022.
  13. NIXON, Rob. Slow violence and the environmentalism of the poor. Harvard University Press, Cambridge 2011.
  14. RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula, 2019.
  15. TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Mil Folhas do IEB, Salvador, 2019.
  16.  VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo, Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural, São Paulo: Cosac Naify, 2015.


 

Exposições: 

  • “Hiatus: memória da violência ditatorial na América Latina”. Local: Memorial da Resistência, Estação Pinacoteca, São Paulo. Artistas participantes: Andreas Knitz, Clara Ianni, Fulvia Molina, Horst Hoheisel, Jaime Lauriano, Leila Danziger, Marcelo Brodsky e Rodrigo Yanes. Datas: 21/10/17 a 18/02/18.

 

 Emanuel Araújo, na ocasião da exposição Brasil 500 +: Mostra do Redescobrimento, realizada em São Paulo, em 2000

 

35ª Bienal de São Paulo, Pavilhão da Bienal, 2023, São Paulo

 

Conteúdo

Conteúdo

Através da análise e discussão de imagens e filmes realizados por artistas racializados ao redor do mundo propomos, neste curso, pensar a crise da representação e seus desdobramentos contemporâneos num contexto social atravessado por aquilo que Achille Mbembe nomeou de a combustão do mundo. 

Ementa

Imagem e políticas de representação; Imagem e a crise da Representação; do eurocentrismo ao policentrismo; o mito do Ocidente; o legado do colonialismo; Raça e racismo; Terceiro Mundo; Sul Global; Desconstrução do olhar / Descolonização do olhar; O feminismo e a imagem; Imagem e Sexismo;  Imagem e processos de subjetivação; Imagem e Auto-apresentação; Imagem e Auto-etnografias; Imagem e Autobiografias. Antropoceno, Capitaloceno; Imagem e gentrificação, legado colonial e a produção das desigualdades estruturais.

1ª Aula

A negritude não é a única promessa. Imagem e a falência da representação. Exposição e discussão da obra da artista visual afro-brasileira Castiel Vitorino Brasileiro.

Textos para discussão:

Brasileiro, Castiel V. Quando o sol aqui não mais brilhar: a falência da negritude. São Paulo: n- 1 Edições, Edições Hedra, 2022.

Zandomenico, Yasmin. Modos de descolonizar: o trauma é brasileiro, de Castiel Vitorino Brasileiro. RCL, Revista de Comunicação e Linguagens. Journal of Communication and Languages, nº 54, 2021

MOTEN, Fred; HARNEY, Stefano. Pretitude e governança. In: RIBEIRO, Felipe (Org.). Atos de fala. Rio de Janeiro: Telemar, 2016.

Filmes:

A cambonagem e o incêndio inevitável, Castiel Vitorino Brasileiro, 2021

https://www.youtube.com/watch?v=l42EN0_WibQ&t=869s

Julite, Castiel Vitorino Brasileiro, 2020

https://www.youtube.com/watch?v=p6Fx9dtThd8

2ª Aula 

Redistribuição da violência no mundo racializado e a plantação cognitiva no campo das artes. Exposição e discussão da obra da artistas  afro-brasileiras Jota Mombaça, Grace Passô, Musa Michelle Matiuzzi.

Filmes:

República, Grace Passo, 2020

https://vimeo.com/423769303

Textos para discussão:

Gadelha, José Juliano. Cosmosensoriologia : rotas para uma metodologia fugitiva em artes. Vazantes, volume 02, número 02, 2023.

Mombaça. Jota. The cognitive plantation. Masp, Afterall, 2020.

Disponível em: https://assets.masp.org.br/uploads/temp/temp-ozOTDILJLWY5KnnUjBJO.pdf

Mombaça. Jota. Atravessar a grande noite sem acender a luz. São Paulo: Centro Cultural de São Paulo, 2021. Disponível em http://www.centrocultural.sp.gov.br/jota-mombaca, acesso em

28 de abril de 2022.

3ª Aula  

Exposição e discussão da obra da artistas visuais negro-brasileiras Ana Pi, Aline Motta, Safira Moreira, Yasmin Thainá.

Filmes

Noir Blue, Ana Pi

Travessia, Safira Moreira

Kbela,  Yasmin Thayná

Rede Afroflix

 

Textos para discussão:

Kilomba, Grada. Plantations Memories: Episodies of everydey racism. Münster: Unrast Verlag, 2010.

Gadelha, José Juliano. O Sensível Negro: rotas de fuga para performances. Rev. Bras. Estud. Presença, Porto Alegre, v. 9, n. 4, e85298, 2019. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/2237-266085298>

Gadelha, José Juliano. O Trauma Colonial: Ficção racial, tempo e poder. VI Jornada Brasileira de Sociologia Modernidade e Sul Global, Outubro, 2019, Pelotas/RS

4ª Aula / 5ª Aula

Exposição e discussão da obra do realizador afro-americano Jordan Peele. Utilizaremos também trechos de filmes do movimento Blaxploitation

Filmes

Get out, 2017

Sinners, Ryan Coogler, 2025

 

Textos para discussão:

Fred moten

https://casadopovo.org.br/en/materia-critica-para-massa-critica/

Hall, Stuart. Que negro é esse na cultura negra? In: Hall, S. Da Diáspora. Identidades e Mediações Culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003

Mercer, Kobena. Welcome to the jungle. New Positions in Black Cultural Studies. New York: Routledge, 2013

Hooks, bell. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.

Hooks, bell. We real cool. Black men and masculinity. New York: Routdledge, 2004

Diawara, Manthia. Black Spectatorship. Problems of identification and resistance.

 

6ª Aula

Exposição e discussão da obra de realizadoras afro-brasileiras e afro-portuguesas

Vanessa Fernandes; Monica de Miranda; Glenda Nicácio; Yasmin Thainá;

 

Esta aula  pretende avançar o olhar para a produção audiovisual das mulheres negras no contexto cultural do Brasil e de Portugal, a fim de possibilitar o aprofundamento de questões ligadas ao racismo e também à discussão de gênero a partir das premissas da teoria feminista interseccional. Acompanhado pela dinâmica global,  recentemente o campo cultural em Portugal viu-se confrontado pelo surgimento de políticas de reparação, pelo enfrentamento de práticas eurocêntricas e racistas ainda tão presentes na academia portuguesa, bem como a emergência de uma geração de artistas portugueses afrodescendentes já consolidadas e que põem em causa a memória, o trauma e o legado colonial.

 

Textos:

Costa, Tatiana Carvalho da. Quilombo cinema e poéticas de fuga,

Towards a quilombo cinema, an afrobrazilain feminist roundtable

https://www.anothergaze.com/towards-quilombo-cinema-afro-brazilian-roundtable/

Todas [as] distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. Organização de RATTS, Alex Ratts e Bethânia Gomes. Salvador: Editora Ogum’s Toques Negros, 2015.

Gonzálex, Lélia. Por um feminismo afro-letino-americano. Rio de Janeiro: Zahar ed, sd.

Silva, Denise Ferreira da. Pensamento fractal. PLURAL, Revista do Programa de Pós -Graduação em Sociologia da USP, São Paulo, v.27.1, jan./jul., 2020, p.206-214

Silva, Denise Ferreira da. À brasileira: racialidade e a escrita À brasileira: racialidade e a escrita

de um desejo destrutivo. Estudos Feministas, Florianópolis, 14(1): 336, janeiro-abril/2006

7ª Aula

Discussão e análise da Residência Afroeuropeans, organizada no Colégio das Artes em 2019. Discussão sobre a obra de Sofia Yala Rodrigues.

Pensar sobre a Residência Afroeuropean que se interessou pelo aprofundamento de questões políticas e identitárias que dizem respeito aos modos de pensar, sentir e existir afro-europeus em contextos urbanos violentos, pós-industriais e pós-coloniais em crise. Nos últimos, em Portugal, assim como em outros países europeus, há um investimento na revisão historiográfica do colonialismo através da memória individual e de um agenciamento coletivo, mobilizado por novas organizações políticas e novas formas de engajamento, baseado num cenário de construção de redes.

Texto:

Sales, Michelle. A margem do cinema português. Residência Artística Afroeuropeans. Coimbra: Colégio das Artes; Universidade de Coimbra, 2020

 “A des/aparição da foto de família negra”, publicado no livro Fade of the Black Family Photograph editado por Zun Lee e Sophie Hackett, em 2023.

https://casadopovo.org.br/wp-content/uploads/2023/11/fred-moten-stefano-harney_a_des_aparicao_da_foto_de_familia_egra.pdf

Campt, Tina. Imagem Matters. London: Duke University Press, 2012.

 

 

8ª Aula / 9ª Aula

Cinema indígena ; Isael e Sueli Maxakali;

Video nas Aldeias; Rede Katahirine: Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas

 

Textos

Guarani, J. et al. Habitar o Antropoceno. BDMG Cultural: Cosmópolis, 2022.

Bey, Hakim. TAZ. Zona Autônoma Temporária. Coletivo Sabotagem, copyleft.

10ª Aula

Narrativas de ficção especulativa afrocentradas; reflexão sobre o Afrofuturismo, movimento cultural amplo e abrangente que engloba música, quadrinhos, cinema, moda, artes plásticas e literatura.  Apresentar uma visão afrocentrada.  Propor pensar o afrofuturismo como a junção entre narrativas, as obras de ficção especulativa e a autoria e perspectivas negras. Juntando as duas coisas você tem o afrofuturismo.

Discussão sobre a obra de Tabita Rezaire.

Campt, Tina.  Black Futurity in a Photographic Frame:

https://www.youtube.com/watch?v=DPmx2xoIliQ

 

Freitas, Kenia; Messias, José. O futuro será negro ou não será: Afrofuturismo versus Afropessimismo - as distopias do presente. Imagofagia,  Revista de La Asociación Argentina de Estudios de Cine y Audiovisual,  nº 17, 2018

11ª Aula

Palestra com Paulo Cunha, Universidade da Beira Interior

Produzidos no período democrático, Adeus, até ao meu regresso (António-Pedro Vasconcelos,1974) e Acto dos Feitos da Guiné (Fernando Matos Silva, 1980) são dois filmes que abordam o legado colonial português a partir de imagens e discursos produzidos durante a ditadura fascista e colonialista. Interessa questionar criticamente o processo de ação destas obras como tentativas de desconstrução de uma narrativa histórica através da linguagem cinematográfica. Analisando os elementos verbais (narração, diálogos) e visuais (enquadramento, montagem, mise-en-scène), iremos refletir sobre que tipo de imagens e discursos são construídos por estes filmes: pós-coloniais, descoloniais, anticoloniais ou decoloniais?

Textos para discussão:

Bernardo, Luís & Laranjeiro, Catarina (2018), “Acto dos Feitos da Guiné: o início e o fim da história”, in Piçarra, Maria do Carmo (ed.), A Coleção Colonial da Cinemateca. Viseu:CineClubedeViseu,88-103.https://www.academia.edu/46864403/Acto_dos_Feitos_da_Guin%C3%A9_o_in%C3%ADco_e_o_fim_da_hist%C3%B3ria

Cunha, Paulo (2023). “A silent return : António-Pedro Vasconcelos&#39; Goodbye, until my return(1974)”. La Furia Umana, 41

 12 ª Aula

Palestra Ana Cristina Pereira

Alteridade e identidade na ficção cinematográfica em Portugal e em Moçambique

A presente tese visa compreender as representações identitárias veiculadas pelo cinema ficcional, em Portugal e em Moçambique, e como são negociadas por públicos de ambos os países. Mais especificamente, trata-se de perceber os modelos dominantes de representação de “nós” e do “outro” em longas-metragens de ficção de ambos os países, e posteriormente perceber como são discutidos por públicos portugueses e moçambicanos, filmes estreados entre 2006 e 2015. Durante este processo, descortina-se também a capacidade que o cinema contemporâneo revela, ou não, de propor imagens alternativas (aos referidos modelos dominantes) do “outro” africano/europeu. É levada a cabo uma aproximação ao Filme, nos dois países, em três etapas: analisa-se a construção das cinematografias, a circulação de Poder entre ambas e, mais especificamente, as formas de representação do “nós” na relação com um “outro”, sobretudo depois de 1975, porém considerando os legados anteriores. Depois, analisa-se o percurso e o discurso de autores específicos, sobre o cinema, os meios de produção, os regimes políticos e contextos internacionais, privilegiando o contributo dos cineastas, mas também o da crítica especializada e a legislação.

13ª Aula / 14 ª Aula

Ciclo de Seminários

Metodologia

Aulas expositivas a partir da discussão de filmes e leitura especializada sobre os temas debatidos

Observação

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