Docentes

Critério de Avaliação

Presença e participação nas aulas, discussão dos textos, apresentação de seminários, trabalho final.

Bibliografia

ARAUJO, Emanoel (Org.). Textos de negros e sobre negros. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Museu Afro Brasil, 2011. FANON, Frantz. Pele negra, Máscaras brancas. Rio de Janeiro: Fator, 1983. BERND, Zilá. A questão da negritude. Série Qualé. São Paulo: Brasiliense, 1984. BERND, Zilá. O que é negritude. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1988. BOBO, Jacqueline (Org.) Black women film & video artists. Nova Iorque/Londres: Routledge, 1998. GILROY, Paul. O atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34. Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes, Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001. GONZALES, Lelia. Por um feminismo afro-latinoamericano. Revista Isis Internacional, Santiago, v. 9, p. 133-141, 1988b. KLOTMAN, Phyllis R., CUTLER, Janet. Struggles for representation. Bloomington: Indiana University Press, 1999. HALL, Stuart. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. hooks, bell. Ain´t I a woman. Black women and feminism. Londres: Pluto Press, 1981. MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antigona, 2014. MBEMBE, Achille. Sair da grande noite. Ensaio sobre a Africa descolonizada. Mangualde: Pedago, 2014. MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. Lisboa: Antígona, 2017. MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. Série Princípios. São Paulo: Ática, 1986. NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro. Processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectiva, 2017. NASCIMENTO, Abdias. O negro revoltado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo. Brasília/Rio de Janeiro: Fundação Palmares, 2002. NASCIMENTO, Abdias; SEMOG, Ele. Abdias Nascimento. O griot e as muralhas. Rio de Janeiro: Pallas, 2006. NASCIMENTO, Beatriz. O conceito de quilombo e a resistência afro-brasileira. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Sankofa 2. Cultura em Movimento, Matrizes africanas e ativismo negro no Brasil. Rio de Janeiro: Selo Negro, 2007. NOGUEIRA, Renato. Ubuntu como modo de existir:elementos gerais para uma ética afroperspectivista. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) - ABPN, v. 3, p. 147, 2012. SANTOS, Renata A. F. A construção da identidade afrodescendente por meio das artes visuais contemporâneas. Tese (Doutorado), Instituto de Artes, Unesp, São Paulo, 2016. - A BIBLIOGRAFIA PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES, O PROGRAMA FINAL SERÁ INFORMADO NO PRIMEIRO DIA DE AULA.

Conteúdo

O objetivo da disciplina é recuperar, compreender e circunscrever no contexto da reflexão sobre cinema e artes visuais, o pensamento de Abdias Nascimento. Escritor, poeta, dramaturgo, ator, pintor, ensaísta, teórico, professor, político. Sob seu nome, destinam-se vários fazeres, todos atravessados, como ele mesmo dizia, “pela luta incessante pela completa libertação do povo negro brasileiro”. Sejam nos circuitos artísticos, acadêmicos, políticos e de militância, Abdias incansavelmente amalgamou luta, pensamento e criação artística e é sobre essa encruzilhada que surge essa disciplina. Ao nome de Abdias ligam-se ações tais como o Teatro do Sentenciado, o Teatro Experimental do Negro, o Museu do Negro, movimentos negros brasileiros, o movimento pan-africanista e um grande legado. Trata-se de um pensador e artivista que tem papel chave na composição de um repertório local no pensamento e na insurgência contra o racismo e o eurocentrismo. Há uma linhagem do pensamento pan-africanista, transcontinental, diaspórico que reelaborou a noção de negro e defendeu seu legado, reterritorializando a experiência histórica da expropriação colonial. Refiro-me aos nomes dos norte-americanos W.E.B du Bois, Langston Hughes, Claude Mackay, Richard Wright Sojourner Truth, o poeta cubano Nicolás Guillén, o haitiano Jean Price-Mars, Aimé Cesaire e Franz Fanon, ambos da Martinica, Léon Damas, da Guiana Francesa e outros, que estabeleceram outras bases para pensar a experiência do negro, nomes os quais filia-se Abdias Nascimento, na linha de frente das histórias e ideias de resistência. Contemporaneamente, ao nome de Abdias entrecruzam-se mulheres e homens pensadoras, interessadas em propostas decoloniais, em questões identitárias e no pensamento diaspórico tais como Lelia Gonzales, Beatriz Nascimento, no Brasil, bell hooks, no contexto norte-americano, Stuart Hall, como um anglo-caribenho, entre outros. Assim, o curso irá apresentar o pensamento de Abdias Nascimento, defender seu legado sob o conceito de afroperspectivismo, onde seu conceito de quilombismo é estratégico, bem como as relações com a filosofia unbuntu. Além das relações com os nomes citados, mobilizaremos artistas ligados as artes visuais (Emanoel Araújo, Mestre Didi, Moisés Patrício e Renata Felinto) e ao cinema (Raquel Gerber, Sara Gomez, John Akomfrah, Isaac Julien) para, assim, compor um painel crítico e vibrante de uma obra de várias faces. Tópicos das aulas (esse item será apresentado em sua forma final, no primeiro dia de aula): 1) A negritude e o pan-africanismo- aspectos iconográficos e artísticos; 2) O movimentos sociais dos negros no Brasil e a realização de documentários e filmes ensaios; 3) Os documentários sobre/a partir de Abdias do Nascimento; 4) Os movimentos pelos direitos civis no contexto norte-americano e suas influências no pensamento de Abdias Nascimento (introdução); 5) Crítica à democracia racial em Abdias Nascimento; 6) Os fundamento do quilombismo; 7) O Atlântico negro: unbuntu, diáspora e a África pós-colonial; 8) Os fundamentos do afroperspectivismo: identidade, resistência, sobrevivência.

Metodologia

Aulas expositivas, visionamento de filmes e obras artísticas, discussão de textos, seminários.

Observação