Turma DE007 - Cinema e História - Turma A

Nome

Cinema e História

Subtítulo

CINEMA, MILITÂNCIAS FEMINISTAS E EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS LATINO-AMERICANAS

Cód. Disciplina - Turma

DE007 - A


Sala Sala pós IFCH
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Quinta-feira das 14 às 17

Dados da disciplina

Nome DE007 - Cinema e História
Programa Multimeios
Nível Pós-graduação
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0
Oferecimento IA

A disciplina será oferecida conjuntamente com o Programa de Doutorado em Ciências Sociais

Docentes

Karla Adriana Martins Bessa

Danielle Tega

Critério de Avaliação

Participação nas aulas, seminários  e entrega de um ensaio ao final do curso

Bibliografia

ADELMAN, Miriam. Vozes, olhares e gênero no cinema. Cadernos de pesquisa e debate do Núcleo de Estudo de Gênero da UFPR, Curitiba, n. 2: Representações de Gênero no Cinema, 200. AMADO, Ana. La imagen justa: cine argentino y política (1980-2007). Buenos Aires: Colihue, 2009. ARFUCH, Leonor. Memoria y autobiografía: exploraciones en los límites. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2013. AVELAR, Lúcia; BLAY, Eva. 50 Anos de Feminismo: Argentina, Brasil e Chile. São Paulo: Edusp, 2017. BESSA, Karla Adriana Martins. “Como cheguei a ser o que sou”? Uma estética da torção em filmes das décadas de 60 e 70. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 25, n. 1, p. 291-313, Apr. 2017. CAVALCANTE, Alcilene; HOLANDA, K. Feminino Plural: história, gênero e cinema no Brasil dos anos 1970. In: BRAGANÇA, M. & TEDESCO, Marina. (org).Corpos em projeção: gênero e sexualidade no cinema latino-americano. Rio de Janeiro, Letras. 2013. p. 134-152. GALTA, R.; SCHONVER, K. Os Mundos do Cinema Queer: da estética ao ativismo. ArtCultura, 2015- v. 17, n. 30, p. 97-107, jan-jun. 2015. GERACE, Rodrigo. Cinema explícito: representações cinematográficas do sexo. São Paulo. SESC, 2015. GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p.223-244. HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti (orgs). Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas, SP: Papirus, 2017. HOLANDA, K. Cinema braslieiro feito por mulheres- um campo de pesquisa. ComCiência- Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, 2016. LAURETIS, Teresa de. Imagenação. Cadernos de pesquisa e debate do Núcleo de Estudo de Gênero da UFPR, Curitiba, n. 2: Representações de Gênero no Cinema, 2003. LAURETIS, Teresa de. Tecnologia do gênero. In: BUARQUE DE HOLLANDA, Heloísa (org). Tendências e impasses – o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. MALUF, Sônia; MELO, Cecília; PEDRO, Vanessa. Políticas do Olhar: feminismo e cinema em Laura Mulvey. In: Estudos Feministas. Florianópolis, v. 13, n. 2, p. 343-344, maio-ago. 2005. MORA, S. Cinemachismo: Masculinities and Sexuality in Mexican Film. University of Texas Press. 2006. MORAES, Maria Lygia Quartim de (org). Gênero nas fronteiras do Sul. Campinas: Núcleo de Estudos de Gênero/Pagu, 2005. MULVEY, Laura. Prazer visual e cinema narrativo. In: XAVIER, Ismail. A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983. MUNERATO, Elice; OLIVEIRA, Maria Helena Darcy. As Musas da Matinê. In: BRUSCHINI, Maria Cristina; ROSEMBERG, Fúlvia (Org.). Vivência: história, sexualidade e imagens femininas. São Paulo: Brasiliense, 1980. p. 66-70. RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala. Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017. SEGATO, Rita Laura. La escritura en el cuerpo de las mujeres asesinadas en Ciudad Juárez. Buenos Aires: Tinta Limón, 2013. SHOHAT, Ella; SAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica: multiculturalismo e representação. São Paulo: Cosac Naify, 2006. SILVA, A. Quando as Mulheres Filmam: história e gênero no cinema dos anos da ditadura. In: Revista Esboços, Florianópolis, v. 19, n. 27, p. 14-31, ago. 2012. SOBRINHO, G. Questões de Gêneros: vídeos, documentários e mulheres no Brasil. In: Alfredo Suppia (org). Gêneros cinematográficos e audiovisuais: perspectivas contemporâneas. Bragança Paulista: Margem da Palavra, 2016. p. 87-108. SOBRINHO, G. Vídeo e televisão independentes no Brasil e a realização de documentários. Lumina, v. 8, n. 1, 2014. THORNHAM, Sue (ed). Feminist Film Theory: a Reader. Edinburgh University Press. 1999/2005. Tompkins, Cynthia. Experimental Latin American Cinema. History and Aesthetics. The University of Texas Press. Austin. 2013. VEIGA, Ana Maria. Cineastas brasileiras em tempos de ditadura: cruzamentos, fugas, especificidades. 2013. 397 f. Tese (Doutorado em História Cultural) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013. WALDMAN, Diane; WALKER, Janet. Feminism and documentary. Visible evidence – vol. 5. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1999.

Conteúdo

A proposta do curso é trabalhar a relação entre teorias, militâncias e produções audiovisuais feministas priorizando textos, ativismos e filmes realizados na América Latina. Enquanto produções culturais, os filmes não apenas representam e/ou fazem parte do processo social, como também o constituem. Nesse sentido, o cinema projeta, captura e constrói relações, práticas, imaginários e significados. A teoria feminista do cinema teve e tem grande importância tanto nos movimentos feministas como nos estudos cinematográficos, fundando uma nova perspectiva de análise cujas abordagens acompanham os questionamentos e avanços dos estudos de gênero, principalmente a partir dos anos 1970. Contudo, o cinema não é apenas teorizado pelas feministas: muitas delas também produzem, dirigem, protagonizam e colocam em circulação filmes sobre as lutas das mulheres e LGBT. Temas como classe, racismo, sexo, trabalho, aborto, cultura do estupro, orientação sexual, patriarcado, violência de gênero, prostituição, identidade de gênero, educação, pornografia, assédio, desejo, entre tantos outros, são colocados em cena. Destacam-se novas formas de pensar, representar e vivenciar corpos e prazeres sexo-dissidentes, criam-se ações desestabilizadoras da heterocisnormatividade, manifestam-se memórias insubmissas. Além disso, abrem-se a práticas não-hierarquizantes, como produções coletivas e parcerias, na busca de uma nova proposta de fazer cinema e de colocar imagens em movimento. Tais experiências estético-políticas, que unem crítica social à reflexão da própria produção cinematográfica, buscam, muitas vezes, representar uma subjetividade social que relaciona o pessoal ao político. Nesse sentido, a análise das condições materiais de produção e circulação são imprescindíveis. O surgimento do vídeo e seu impacto no documentário independente, por exemplo, tem grande impacto para as abordagens sociais e políticas de movimentos feministas, negros, indígenas e LGBT. As novas tecnologias da imagem em movimento possibilitaram um acesso menos oneroso às ferramentas e aos recursos fílmicos, ao mesmo tempo em que permitiam colocar em cheque a narrativa clássica cinematográfica, apresentando um quadro diversificado de práticas audiovisuais. Esse alinhamento com as demandas de resistência político-cultural coloca, em primeiro plano, um debate pertinente às ciências sociais. Serão trabalhadas tanto as produções que não alcançaram grandes circuitos de divulgação ou que não tiveram grandes apoios financeiros para sua realização, como aquelas que tiveram um trânsito maior de exibição. Além disso, serão discutidas as formas pelas quais essa exibição ocorre, através de uma perspectiva que prioriza festivais de cinema, ciclos e cineclubes feministas e LGBT. Ao realizar um diálogo entre as Ciências Sociais e os estudos cinematográficos, esta disciplina procura oferecer novos recursos para observar os paradoxos, tensões e fissuras dos processos sociais a partir de textos, ativismos e produções audiovisuais feministas da América Latina.

Metodologia

As aulas consistirão em debates a partir de leituras de textos e projeção de  filmes, considerando a diversidade geopolítica, social e de gênero de autores, autoras, cineastas e ativistas. Serão privilegiadas produções da América Latina.

Observação