Cinema e História
SubtítuloCINEMA, MILITÂNCIAS FEMINISTAS E EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS LATINO-AMERICANAS
DE007 - A
Dados da disciplina
A disciplina será oferecida conjuntamente com o Programa de Doutorado em Ciências Sociais
Cinema e História
SubtítuloCINEMA, MILITÂNCIAS FEMINISTAS E EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS LATINO-AMERICANAS
DE007 - A
A disciplina será oferecida conjuntamente com o Programa de Doutorado em Ciências Sociais
Participação nas aulas, seminários e entrega de um ensaio ao final do curso
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A proposta do curso é trabalhar a relação entre teorias, militâncias e produções audiovisuais feministas priorizando textos, ativismos e filmes realizados na América Latina. Enquanto produções culturais, os filmes não apenas representam e/ou fazem parte do processo social, como também o constituem. Nesse sentido, o cinema projeta, captura e constrói relações, práticas, imaginários e significados. A teoria feminista do cinema teve e tem grande importância tanto nos movimentos feministas como nos estudos cinematográficos, fundando uma nova perspectiva de análise cujas abordagens acompanham os questionamentos e avanços dos estudos de gênero, principalmente a partir dos anos 1970. Contudo, o cinema não é apenas teorizado pelas feministas: muitas delas também produzem, dirigem, protagonizam e colocam em circulação filmes sobre as lutas das mulheres e LGBT. Temas como classe, racismo, sexo, trabalho, aborto, cultura do estupro, orientação sexual, patriarcado, violência de gênero, prostituição, identidade de gênero, educação, pornografia, assédio, desejo, entre tantos outros, são colocados em cena. Destacam-se novas formas de pensar, representar e vivenciar corpos e prazeres sexo-dissidentes, criam-se ações desestabilizadoras da heterocisnormatividade, manifestam-se memórias insubmissas. Além disso, abrem-se a práticas não-hierarquizantes, como produções coletivas e parcerias, na busca de uma nova proposta de fazer cinema e de colocar imagens em movimento. Tais experiências estético-políticas, que unem crítica social à reflexão da própria produção cinematográfica, buscam, muitas vezes, representar uma subjetividade social que relaciona o pessoal ao político. Nesse sentido, a análise das condições materiais de produção e circulação são imprescindíveis. O surgimento do vídeo e seu impacto no documentário independente, por exemplo, tem grande impacto para as abordagens sociais e políticas de movimentos feministas, negros, indígenas e LGBT. As novas tecnologias da imagem em movimento possibilitaram um acesso menos oneroso às ferramentas e aos recursos fílmicos, ao mesmo tempo em que permitiam colocar em cheque a narrativa clássica cinematográfica, apresentando um quadro diversificado de práticas audiovisuais. Esse alinhamento com as demandas de resistência político-cultural coloca, em primeiro plano, um debate pertinente às ciências sociais. Serão trabalhadas tanto as produções que não alcançaram grandes circuitos de divulgação ou que não tiveram grandes apoios financeiros para sua realização, como aquelas que tiveram um trânsito maior de exibição. Além disso, serão discutidas as formas pelas quais essa exibição ocorre, através de uma perspectiva que prioriza festivais de cinema, ciclos e cineclubes feministas e LGBT. Ao realizar um diálogo entre as Ciências Sociais e os estudos cinematográficos, esta disciplina procura oferecer novos recursos para observar os paradoxos, tensões e fissuras dos processos sociais a partir de textos, ativismos e produções audiovisuais feministas da América Latina.
As aulas consistirão em debates a partir de leituras de textos e projeção de filmes, considerando a diversidade geopolítica, social e de gênero de autores, autoras, cineastas e ativistas. Serão privilegiadas produções da América Latina.