Obra comentada de Mário Bueno  
     
 
 
 
 
 
 
 
 
HOMENAGEM - Mário Bueno
óleo sobre tela, 85 x 100 cm..
1984
 
 
     
 

“(...) Do simples ato de recortar imagens o artista evolui em uma direção tão surpreendente quanto inesperada. Recortando a própria infância Mário Bueno começou a reconstruir em seus trabalhos aqueles papéis de seda recortados, que as mulheres usavam para enfeitar cristaleiras e armários, costume adotado pela classe média até há uns trinta anos atrás.(…)
Aos poucos as serializações dos recortes foram sugerindo formas obscura, inconscientes que o pintor procurava registrar imediatamente na tela. (…) E assim forma surgindo máscaras rituais de dança e de guerra, figuras totêmicas, mapas topográficos indígenas onde identificamos rios, caminhas misteriosos, veles, montanhas(...).

O senso de composição de Mário Bueno é maduro, sereno e muito bem equilibrado. Em sua busca de estruturas simples ele chegou, bem recentemente, à exclusão quase total dos elementos da tela.  A síntese elevada ao extremo. Agora ele volta a enriquecer suas obras com elementos diversos, de raízes diferenciadas, marcantes, se encaminhando para uma nova análise. (...) Intuição e emoção expressam o seu interior, mas é ao testar  as tintas que sua sensibilidade entra em jogo. E chegamos então as elemento da cor, característica maior da arte de Mário Bueno. (…) vamos encontrar apenas cores chapadas, surdas, de tonalidades baixas, com uma opacidade total. Ele jamais usa a cor pura. (…) - [Antônio Zago] [voltar]

 
     
     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATUREZA MORTA - Mário Bueno
óleo sobre tela.
1954
 
 
     
 

“Mário Bueno- Natureza morta (2)- transfiguração do objeto segundo e/ou através de um estado psicológico – procura representar as variações do valor estético de objetos cotidianos pela identidade-/ semelhança dessas variações, umas comunicação pictórica-poética aspirando a uma simpleicidade expresiva”.

O artista plástico paulistano Waldemar Cordeiro visita a exposição do grupo e no ano seguinte, apresenta os artistas de campinas à São Paulo, em uma exposição na Galeria das Folhas. Waldemar escreve sobre Màrio Bueno:

“Mário Bueno pertence à numerosa família daqueles artistas que compreendem a necessidade de uma linguagem clara, de uma pintura construida, sem abdicar, porém, da espontaneidade. Daí o aspécto manual das suas pinturas, cuja a ortogonalidade tende para o orgânico. O uso, de outro lado, em cetos caos, de poucas cores, desdobradas em vários tons, parecem-me eindicar uma futura simplificação, no sentido estrutural. A organização de uma quadro porém, nada mais é do que o produto de uma organização interior, que no caso, terá acertar contas com certo sentimentalismo.” - [ Alberto Amendola Heizl] [voltar]

 
     
     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANIFESTO - Mário Bueno
óleo sobre papel/sobre tela.
1970
 
 
     
 

“A pintura de Mário Bueno participa ardentemente em muitos de seus exemplos da grande temática de nosso tempo, do homem dividido, alienado, atomizado. Sua imaginária vai aos extremos desse vocabulário; e com umas tal consciência vivida em rememoração- “aqui já secaram o sangue derramado, a lágrima evaporada, a coagulação dos suores e das dores”, escrevi aproximadamente em sua apresentação- aqui o artista faz de um sumário libelo e prova dele. (...)” - [ Geraldo Ferraz] - [voltar]

 
     
     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INVENTÁRIO - Mário Bueno
1993
 
 
     
 

“Há em mim uma tendência para o recordativo, para o fazer lembrar. Na minha pintura mais recente, que eu dou o nome generalizado de Inventário, e que começo em oitenta e sete exemplifica essa idéia, pois representa, para mim, nostálgicas lembranças de diferentes épocas (imagens reencontradas), como uma reflexão sobre trabalhos meus passados, já que toda essa pintura esta ligada a um retorno evocativo, a um chamamento que me ressoa agradabilíssimo.
Quanto à composição em si: perdura uma evidência de uma ordenação do espaço, que em diria não ao convencional da tela, mas sim a um refazer do seu formato físico (faixas laterais), o que acabou se tornando uma característica de meus quadros; e nesse espaço, a reprodução em escalas diferentes de pintura, desenhos, monotipias, de simples esboços meus; motivação que muito me anima no próprio ato de pintar. E fica então gravada a minha maneira de registrar memórias.” - [Mário Bueno] - [voltar]

 
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