Turma AV030 - Análise crítica e histórica das artes e do objeto artístico - Turma A

Nome

Análise crítica e histórica das artes e do objeto artístico

Subtítulo

O Simbolismo.

Cód. Disciplina - Turma

AV030 - A


Sala LIS-laboratório de Imagem e SOM do IA
Acompanhamento com disciplina da Graduação? Não
Oferecimento DAC Quinta-feira das 14 às 17

Dados da disciplina

Nome AV030 - Análise crítica e histórica das artes e do objeto artístico
Programa Artes Visuais
Nível Pós-graduação
Crédito 3
Total de Horas Atividades Teóricas 45
Total de Horas Atividades Prática 0
Total de Horas Laboratório 0
Total de Horas Atividades Orientadas 0
Total de Horas Atividades à Distância 0
Total de Horas Atividades Orientadas de Extensão 0
Total de Horas Atividades Práticas de Extensão 0
Total de Horas/Aula Semanais 0
Total e Horas/Aula Realizadas em Sala de Aula 0
Hora Estudo 0
Hora Seminário 0

Docentes

Ernesto Giovanni Boccara

Critério de Avaliação

Práticas Didáticas Aulas teóricas expositivas complementadas por esquemas em Powers Points, Ilustrações através de Obras de Artes selecionadas, dos artistas dos movimentos propostos e filmes correlacionados aos conteúdos programados. Leituras programadas referentes à Bibliografia Frequência mínima obrigatória de 75% da carga horária total-15 aulas de 3 horas. Participação ativa em aula. Leituras prévias de textos extraídos da Bibliografia. Paper final individual sobre reflexões e análises dos conceitos, bibliografia e filmes. (entrega na última aula do semestre Dezembro 2017) OBSERVAÇÕES: A disciplina terá um caráter teórico prático e portanto terá demandas de rebatimento prático através de trabalhos expressivos em qualquer técnica e suportes de livre escolha do aluno.

Bibliografia

ARNHEIM,Rudolf. Arte e Percepção Visual: uma Psicologia da Visão Criadora. São Paulo EDUSP,1980 BEAUREGARD, Mario & O’LEARY.O cérebro espiritual. Rio de Janeiro.Best Seller.2008 BOCCARA, Ernesto G. Os ciclonautas-Jogro e os doze Kríakos. São Paulo. nVersos Editora. 2013 BRUCE-MITFORD, Miranda. O livro ilustrado dos Símbolos:O universo das imagens simbólicas que representam as idéias e os fenômenos da realidade. São Paulo: Publifolha,2001 CAMPBELL, Joseph. O poder do Mito. São Paulo: Palas Athenas,1991 CAPRA, Fritjof. A teia da vida. São Paulo Cultrix 1999 CARUANA, Lawrence. O Primeiro Manifesto da Arte Visionária. Curitiba. URCGlP-Coleção acadêmica.2013 DOCZI, Gyorgy. O Poder dos Limites. Harmonias e proporções na natureza, arte e arquitetura. São Paulo.Mercuryo.1990 ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos. São Paulo.2002 EHRENZWEIG, Anton.A ordem oculta da Arte.Rio de Janeiro.Zahar Editores.1969 GOMBRICH,E.H.A história da Arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores.1981 HAUSER, Arnold. Maneirismo: A crise da Renascença e o Surgimento da Arte Moderna. São Paulo: Perspectiva 1993 HOCKE, Gustav René. Maneirismo O mundo como Labirinto. São Paulo Perspectiva 2005 HUXLEY, Aldous. As portas da percepção - Céu e Inferno. São Paulo. Globo S.A.2004 BOECHAT, Walter. O Livro Vermelho de C.G. Jung. Jornada para profundidades desconhecidas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014 BOECHAT, Walter. Os processos criativos do Liber Novus e os futuros caminhos para a Psicologia Analítica. Anais XVIII Congresso da AJB Criação – Curitiba – 2010 JUNG, Carl Gustav. O Livro Vermelho. Liber Novus. Edição sem ilustrações. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013 -----------------------. A Natureza da Psique. OC V.8/2. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011 -----------------------. Memórias, sonhos e reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006 -----------------------. Símbolos da Transformação. OC V.5. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011 ------------------------. O Espirito na Arte e na Ciência. OC V15. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011 ------------------------- O Eu e o inconsciente. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011 --------------------------O homem e seus símbolos. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 1992 -------------------------Os arquétipos e o Inconsciente coletivo. Petrópolis.Editora Vozes.2007 -------------------------Psicologia e Alquimia. Petrópolis. Editora Vozes. 1991 ------------------------Estudos Alquímicos. Petrópolis. Editora Vozes. 2013 -------------------------A Dinâmica do Inconsciente.Petrópolis.Editora Vozes.1971 MACKINTOSH, Alastair. O Simbolismo e o Art Noveau. Barcelona. Editorial Labor do BrasilS.A,1974 MIKOSZ, Jose Eliézer. Arte Visionária. Curitiba. Editora Prismas..2014 SANTAELLA,Lucia..A Teoria Geral dos Signos.São Paulo.Editora Pioneira.2000 ------------------------.Semiótica Aplicada.Editora São Paulo.Editora CENCAGE Learning.2008. SILVEIRA, Nise da. Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro. Petrópolis.Editora Vozes.2015. SCHURIAN,Walter. Arte Fantástica.Koln.Taschen,2005 VINCENT, Jean-Didier. Viagem Fantástica ao Centro do Cérebro. Rio de Janeiro.2010

Conteúdo

Introdução Simbolismo é um movimento literário da poesia e das outras artes que surgiu na França, no final do século XIX, décadas de 1880 e 1890, como oposição ao realismo, ao naturalismo e ao positivismo da época. Corrente artística de timbre espiritualista. Movido pelos ideais românticos, estendendo suas raízes à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Não sendo considerado uma escola literária, teve suas origens de As Flores do Mal, do poeta Charles Baudelaire. Ele mostra que tudo pode assumir uma significação simbólica: objetos naturais (pedras, plantas, animais, ho¬mens, vales e montanhas, lua e sol, vento, água e fogo) ou fabricados pelo homem (casas, barcos ou carros) ou mesmo formas abstratas (os nú¬meros, o triângulo, o quadrado, o círculo). De fato, todo o cosmos é um símbolo em potencial. nas o simbolismo encontra expressão nas mais variadas expressões artísticas, pensadas em estreita relação umas com as outras. O objetivo último das diferentes modalidades artísticas é a expressão da vida interior, da “alma das coisas”, que a linguagem poética – mais do que qualquer outra – permite alcançar, por detrás “das aparências”: a força da pintura reside no poder evocativo das imagens. O seu fim é dar expressão visual ao que está oculto por meio da linha e da cor que, menos do que representar diretamente a realidade, exprimem ideias. Com sua propensão para criar símbolos, o homem transforma através do Inconsciente pessoal conectado com o Inconsciente coletivo definido e pesquisado por Carl Gustav Jung objetos ou formas em símbolos (conferindo-lhes assim enorme importância psicológica) e lhes dá ex¬pressão, tanto na religião quanto nas artes vi¬suais. A interligada história da religião e da arte, que remonta aos tempos pré-históricos, é o re¬gistro deixado por nossos antepassados dos sím¬bolos que tiveram especial significação para eles e que, de alguma forma, os emocionaram. Mes¬mo hoje em dia, como mostram a pintura e a es¬cultura modernas, continua a existir viva in-teração entre religião e arte. O objetivo central de interesse da disciplina sobre o Simbolismo nas Artes Plásticas quer exa¬minar alguns dos problemas específicos que fo¬ram, de uma maneira universal, sagrados ou misteriosos para o homem. O que se quer é o estudo do fenômeno da arte do século XX, em termos da sua significação co¬mo o próprio símbolo enquanto uma ex¬pressão simbólica das condições psicológicas do mundo moderno. A pintura não era cópia da realidade, mas sim a sua transposição mágica, imaginativa e alegórica. A arte passa a ser pensada como fusão de elementos sensoriais e espirituais. Reagindo à sociedade industrial, os simbolistas se refugiam em sua torre de marfim, buscando uma beleza ideal e intocada. Desejando salvar o mundo do seu materialismo extremado, identificam-se com a natureza e a religião (Ocultismo, Espiritismo, Rosa-Cruz), buscando seus temas na Bíblia e na mitologia. Basearam-se nos estados emocionais e anímicos, angústias, sonhos e fantasias, afastando a arte da representação da natureza. O simbolismo segue uma trilha espiritualista e anticientífica: a arte não representa a realidade mas revela, através de símbolos, uma realidade que escapa à consciência,sublinha um ideal estético amparado na expressão poética e lírica. Ela almeja apreender valores transcendentes – o Bem, o Belo, o Verdadeiro, o Sagrado – que se encontram situados no polo oposto a razão analítica.Super a obsessão para sensações visuais. A arte visa a retomar a paixão, o sonho, a fantasia e o mistério, explorando um universo situado além das aparências sensíveis.Em 1880, alguns escritores se manifestaram contra a falta de conteúdo espiritual.Criticavam o objetivismo da realidade levado a cabo pelos realistas. Apontavam uma ausência de profundidade espiritual e de uma ideia fundamental nas suas obras. É possível compreender o simbolismo como uma reação ao cientificismo que acompanha o desenvolvimento da sociedade industrial da segunda metade do século 19, materializando as emoções e estados de alma. O simbolismo,mobiliza um imaginário povoado de símbolos religiosos, de imagens tiradas da natureza, de fantasias oníricas, de figuras femininas, dos temas da doença e da morte. A mulher, tema recorrente das obras simbolistas. Ao mesmo tempo musa, deusa, ninfa, adúltera, cortesã e prostituta. É cisne e serpente. Estes sentimentos contraditórios de sensualidade e ascetismo ganham em suas obras uma carga quase mágica ou hipnótica. Não há um estilo uniforme as obras são elaborados por indivíduos distintos e de artistas que se demarcaram da pintura objetivista.

Metodologia

1-O estudo das Imagens do Inconsciente nas Artes Visuaisdo SIMBOLISMO, na abordagem da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung: Elas transcendem o mundo físico, retratam visões que muitas vezes incluem temas de origem psíquica profunda, espirituais e místicas ou pelo menos alicerçadas em tais experiências. 2-Essa pesquisa nas artes plásticas destacará diversos movimentos artísticos do passado que tiveram essa mesma preocupação como por exemplo:o Dadaísmo,o Surrealismo, A Arte New Age o Realismo Mágico, o Realismo Fantástico, e a Arte Visionária na atualidade. 3-Análise de movimento que se aproximam no caráter figurativo não específico com variações estéticas e técnicas: artistas com treinamento acadêmico clássico e aqueles sem como os naifs, ou muito técnicos e de grande destreza e virtuosismo similar como os hiper-realistas.Eles podem usar materiais convencionais de pintura e desenho, ou então todos os tipos de inovações tecnológicas da fotografia, cinema e computação. Embora predominantemente figurativa, há artistas que trabalham com formas abstratas ou uma mescla de ambas, que são indícios e justificam o seu surgimento nas artes visuais. 4- Pesquisas de natureza neuronal humana e na organização estrutural encontramos padrões que se encaixam nas espirais e vórtices inclusive no corpo humano no próprio sistema nervoso central internalizando estas estruturas expressivas.Também encontramos indícios evidentes nos desenhos e gravuras dos Alquimistas, nos Mitos Arcaicos, na Cultura Indígena Amazônica, no Xamanismo, nas pinturas e Mandalas de Carl Gustav Jung e nos pacientes do Museu do Inconsciente, da terapeuta brasileira Nilse Silveira. 5- Os estudos da hipotética relação entre a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung e a obra de arte é necessária apesar de sua incomensurabilidade pois existe uma estreita conexão entre estes dois campos que pede uma análise direta. Essa relação baseia-se no fato da arte, em sua manifestação profunda ser consequência de uma atividade subjetiva,emocional,instintiva, compulsiva e portanto de raízes psicológicas. Ela, como toda atividade humana oriunda de causas psicológicas, é objeto da psicologia. No entanto são necessários cuidados metodológicos quanto à aplicação de teorias de natureza psicológicas:elas só são possíveis nos aspectos da arte no processo de criação dos artistas não se fazendo abordagens ontológicas no que constitui o próprio ser da arte. mas apenas em suas propriedades estético artísticas combinadas com estudos de natureza biográfica já que são aspectos que se entrelaçam no fazer artístico. 6-Nas dimensões periféricas do aspectos lógicos,históricos e culturais aqui propõe-se a combinação da Ciência dos Signos de Charles Sanders Peirce com a Psicologia Analítica partindo-se de uma possível análise dos Significantes da obra artística de modo a alcançar a sua Significação profunda razão de ser de sua aparição fenomênica no mundo. A abordagem proposta selecionará obras e artistas dentro de um universo definido por movimentos estéticos citados.Esta escolha se justifica e se reafirma diante do pressuposto de que o movimento Simbolista produziu mergulhos nas regiões mais profundas do Inconsciente Coletivo definido por Jung(vide bibliografia) a partir das seguintes definições: 7-Conceitos Complementares A- o Inconsciente Coletivo O inconsciente não é concentrado nem intensivo, mas crepuscular até a obscuridade. É extremamente extnsivo e pode justapor paradoxalmente os elementos mais heterogêneos possíveis, e encerra, além de uma quantidade incalculável de percepções subliminares, o tesouro imenso das estratificações depositadas no curso das vidas dos ancestrais que, apenas com sua existência, contribuíram para a diferenciação da espécie. Se o inconsciente pudesse ser personificado, assumiria os traços de um ser humano coletivo à margem das características de sexo, à margem da juventude e da velhice, do nascimento e da morte, e disporia da experiência humana quase imortal de um a dois milhões de anos. O inconsciente seria um sonhador de sonhos seculares e, graças à sua prodigiosa experiência, seria um oráculo incomparável de prognósticos. Ele teria vivido, com efeito, um número incalculável de vezes, a vida do indivíduo, da família, das tribos e dos povos e possuiria o mais vivo e mais profundo sentimento do ritmo do devir, da plenitude e do declínio das coisas Este ser humano coletivo não é uma pessoa , mas antes uma espécie de corrente infinita ou quiçá um oceano de imagens e de formas que irrompem, às vezes, na consciência por ocasião dos sonhos ou em estados mentais anormais”. B-Sobre a obra de Arte e o Artista: A análise prática dos artistas mostra sempre de novo quão forte é o impulso criativo que brota do inconsciente, e também quão caprichoso e arbitrário. Quantas biografias de grandes artistas já demonstraram que o seu ímpeto criativo era tão grande que se apoderava de tudo que era humano, colocando-o a serviço da obra, mesmo à custa da saúde e da simples felicidade humana. A obra inédita na alma do artista é uma força da natureza que se impõe, ou com tirânica violência ou com aquela astúcia sutil da finalidade natural , sem se incomodar com o bem estar pessoal do ser humano que é o veículo da criatividade. A essência da obra de arte não é constituída pelas particularidades pessoais que pesam sobre ela-quanto mais numerosas forem, menos se tratará de arte; pelo contrário sua essência consiste em elevar-se muito acima do aspecto pessoal .Provinda do espírito e do coração, fala ao espírito e ao coração da humanidade. Todo ser criador é uma dualidade ou uma síntese de qualidade paradoxais. Por um lado ele é uma personalidade humana e por outro um processo criador, impessoal. Enquanto homem, pode ser saudável ou doentio; sua psicologia pessoal pode e deve ser explicada de um modo pessoal. Mas enquanto artista, ele não poderá ser compreendido a não ser a partir de seu ato criador. ... mas constitui um supremo grau uma realidade impessoal e até mesmo inumana ou sobre-humana, pois enquanto artista ele é sua obra e não um ser humano.

Observação