Instituto de Artes recebe a Bienal Sesc de Dança
Quem passou na quinta-feira, 17/09/2015, pelo marco zero da Unicamp, no Ciclo Básico, pôde apreciar o espetáculo “Multitudes”, criado pela pesquisadora uruguaia Tamara Cubas. A apresentação faz parte da Bienal Sesc de Dança, que ocorre pela primeira vez em Campinas. A Universidade foi um dos locais escolhidos para as apresentações iniciais do evento.
De acordo com Tamara Cubas, a peça, que reúne profissionais e alguns alunos do Instituto de Artes (IA), agrega um grupo heterogêneo de pessoas que participa de um espetáculo no qual todos conseguem se organizar sem ninguém que as lidere. A apresentação mostra cerca de 60 bailarinos, em movimentos que lembram corpos em luta, destacando o enfrentamento dos limites de cada um, como o cansaço, o tempo e o peso. Saltos, corridas, círculos são criados em questão de segundos. Para Tamara, a apresentação na Unicamp é de extrema importância. “O ambiente universitário é, por excelência, um lugar de reflexões e essa peça é profundamente conceitual no sentido de pensar como é o relacionamento social entre as pessoas hoje. É uma reflexão prática sobre como é possível viver juntos”, afirmou.
Para Carmen Lúcia Rodrigues Arruda, da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC), a vinda da Bienal Sesc de Dança para Campinas, que ocorre há oito edições em Santos, representa um ganho cultural para a região. “E a Unicamp fazer parte desse movimento é muito importante justamente para mostrar que a Universidade dialoga com a sociedade de Campinas também por meio da linguagem artística”, completou. Odilon Roble, que integra a comissão organizadora da Bienal e é professor da Faculdade de Educação Física (FEF), disse que o espetáculo cria uma interface com a comunidade e com a cena da dança como um todo. “Isso irradia para outras interfaces da dança contemporânea, o que é muito significativo”, argumentou.
De acordo com Thiago Aoki, um dos curadores da Bienal, a apresentação do espetáculo na Unicamp foi uma espécie de “boas-vindas” à mostra de dança. A escolha da Unicamp para a encenação ocorreu pela simbologia que a instituição tem como polo de produção artística. “A parceria com a Unicamp é fundamental quando pensamos numa Bienal de Dança, já que a Universidade tem grande destaque nacional em produções e na criação de grupos renomados da arte, além da formação de grandes bailarinos”, ponderou.
Alunos, funcionários e docentes aproveitaram o horário do almoço para uma pausa na rotina da Universidade e pararam para apreciar a apresentação. Dentre eles estava um grupo de professores do Departamento de Matemática Aplicada, que na volta do almoço se surpreendeu com a encenação. “Eu acho que esse tipo de inserção faz parte da universidade, onde encontramos diversas formas de pensamento e de expressão”, disse o professor Paulo José da Silva, chefe do departamento. E nem mesmo o calor do verão fora de época em Campinas afastou o público, que se armou com sombrinhas, sorvete, açaí e muita água.
“Multitudes” terá uma nova apresentação na sexta-feira, às 18h30, mas desta vez na Estação Cultura de Campinas. O público tem até 27 de setembro para acompanhar as diversas atrações da nona edição da Bienal. Na Unicamp, ocorre ainda o workshop “Trilha sonora da dança”, do artista Dudu Tsuda, e a Oficina “Produção em dança: artista produtor ou produtor artista”.
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