GAIA abre exposição Rememória e Rostos e Ruas



Fotos: Rebecca Mourão Baptista Luna e Bruno Felipe dos Santos Fischer

Ontem (11/4), a GAIA abriu as exposições Rememória, de artistas do Xilomóvel Ateliê Itinerante, e Rostos e Ruas, de Leonardo Led. As mostras usam fatos e pessoas reais como ponto de partida para tratar de temas relacionados à violência - a primeira usa retratos de vítimas da ditadura militar brasileira, enquanto a segunda retrata o cenário urbano nas cidades brasileiras.

Simone Peixoto, uma das integrantes do Xilomóvel Ateliê Itinerante, conta que o projeto nasceu por influência de Ciro Yoshiyasse e teve uma primeira exposição em 2022, em parceria com o Centro de Lógica Epistemologia e História da Ciência da Unicamp. Desde o início, ele vem sendo desenvolvido de forma coletiva, proporcionando que interessados em técnicas de xilogravura possam conhecer na prática como é o processo de execução das obras. “Fizemos um ateliê aberto aqui na Unicamp. Então, ao mesmo tempo em que fomos criando esses retratos, fomos ensinando xilogravura para os estudantes”, explica. 

O projeto fez parte do evento Conjunturas do Brasil – Milweek 2022, e procura resgatar a memória de pessoas que foram torturadas e mortas durante a ditadura no Brasil. “São pessoas que foram mortas no contexto da ditadura e que estavam ligadas à defesa de direitos, como a liberdade de expressão ou direitos trabalhistas, por exemplo, e, por isso, eram perseguidas pela ditadura”, afirma Simone. Além dos retratos, os visitantes podem conferir um QR Code que dá acesso às histórias dos homenageados na mostra.

A exposição Rostos e Ruas, de Leonardo Led, também aborda a violência, mas a que ocorre nas grandes cidades, potencializada pelo abismo social entre as diferentes classes socioeconômicas brasileiras. “Nos deslocamentos das cidades, há muito contraste, passamos de locais de pura ostentação para outros de extrema pobreza, com pessoas que não têm o mínimo para comer”, afirma.

Led uso histórias e ensinamentos de pessoas que conheceu ao longo da vida para criar retratos. “As obras são inspiradas por pessoas ou situações, mas não são necessariamente um retrato de alguém real. Tem um pouco a ver também com histórias da minha vida”, conta.

As mostras seguem abertas a visitas até o dia 10 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, exceto feriados. A exposição é gratuita e a GAIA fica na Rua Sérgio Buarque de Holanda, no piso térreo da Biblioteca Central Cesar Lattes (BCCL), no campus da Unicamp, em Barão Geraldo, Campinas (SP).