I Encontro Damiano Cozzella


Nos dias 10 e 11 de outubro, acontece o I Encontro Damiano Cozzella, músico e ex-docente do IA, falecido em 2018, aos 90 anos de idade. O evento terá concertos, apresentações e mesas de debate na Casa do Lago e no Auditório do IA. Compositor, arranjador, maestro, professor e pesquisador, Cozzella participou ativamente de movimentos, grupos e eventos decisivos para a cultura brasileira.

Em 2019, a Coordenação de Documentação de Música Contemporânea (CDMC/CIDDIC/Unicamp) recebeu de sua filha, Mariana Cozzella, a doação de um conjunto de aproximadamente 70 partituras, entre arranjos e composições, do acervo pessoal do compositor.

Desde então, pesquisadores do CDMC vêm se empenhando na divulgação de sua obra, seja por meio da participação em eventos de caráter científico, no Brasil e no exterior, ou pela edição e publicação de suas partituras.

O evento busca reunir músicos e pesquisadores que, de algum modo, tiveram contato com o compositor – seja diretamente, como aluno ou colega de trabalho, ou de forma indireta, pela performance de suas obras ou de pesquisas sobre música brasileira que tangenciam sua atividade musical, por exemplo.

Programação

10/10/2024 – Espaço Cultural Casa do Lago

10h – Abertura

10h30 – Mesa 1 – “Inácio, toma um analgésico!” Cozzella e o canto coral

Moderação: Susana Igayara (USP)

Participantes: Marco Antônio da Silva Ramos (USP), Vivian Nogueira (Coral Unicamp Zíper na Boca) e Edu Fernandes (Coralusp)

Resumo: Juntamente com Benito Juarez, Cozzella foi um dos responsáveis pela invenção de um novo estilo de canto coral, mais despojado e com um repertório aberto à canção popular urbana. Arranjos icônicos como Suíte dos Pescadores (Dorival Caymmi) e Minha Namorada (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes) até hoje fazem parte do repertório de coros ao redor do país. O Coralusp foi seu principal laboratório, em que, ao longo de mais de 40 anos, exerceu seu ofício e experimentou com todo tipo de repertório. Cozzella também se dedicou à composição original para coro, explorando sonoridades não convencionais e a teatralidade como recursos criativos. Esta mesa se dedica a refletir sobre a atuação de Cozzella como arranjador, compositor e maestro de música coral.

14h – Painel – É um problema esses artchista, não é, queridjinha?

Neste painel serão apresentados os resultados de projetos de pesquisa e difusão dedicados parcial ou integralmente à obra de Damiano Cozzella. Os projetos envolvidos são:

O universo musical de Damiano Cozzella: em busca de sua linguagem composicional, projeto de pós-doutorado realizado no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo com financiamento FAPES/CNPq e o projeto de pesquisa homônimo desenvolvido como pesquisador colaborador junto ao CDMC/CIDDIC/Unicamp. Autor: Fernando de Oliveira Magre (FAMES/UFES/Unicamp).

A partir do projeto Coleção CIDDIC/CDMC: edição de partituras e constituição de um acervo online (Processo Fapesp nº 2021/14527-7), foi realizada a edição de obras para trompete, piano, clarinete e violino; e para piano solo, de Damiano Cozzella. Autor: Tadeu Moraes Taffarello (Unicamp):

15h – Mesa 2 – Será que a cultura superior se aguenta, maestro? Cozzella entre a vanguarda e o pop

Moderação: Fernando Magre (Fames/Unicamp)

Participantes: Denise Garcia (Unicamp), Itamar Vidal (NICS/Unicamp), Jonas Lana (IFRJ/UFRJ)

Resumo: Ao longo de sua trajetória, Cozzella sempre esteve entre o mundo da música de vanguarda e a música popular. Sua atuação, juntamente com o companheiro inseparável Rogério Duprat, desafia a dicotomia da historiografia da música brasileira que insiste em separar os “eruditos” dos “populares”. Por um lado, Cozzella atuou na composição experimental, passando pelo dodecafonismo, por meio de seu mestre Koellreutter e o Grupo Música Viva, pelo serialismo integral e depois pelo experimentalismo cageano com seus companheiros de Grupo Música Nova. Por outro lado, escreveu arranjos para a indústria fonográfica, assinando trabalhos que passam pelo Tropicalismo, pelo rock, pela Jovem Guarda e pela MPB de um modo geral. Esta mesa se dedica a refletir sobre a atuação criativa e profissional de Cozzella no atravessamento entre esses dois universos musicais.

18h – Concerto 1: concerto coral

Apresentação do Coral Unicamp Zíper na Boca e do Coro Contemporâneo de Campinas.

11/10/2024

11h30 – Concerto 2: Música de câmara

Concerto de lançamento do álbum virtual da peça Mais de 20 pekenas suaves melodias feitas em formato pop pra serem tocadas com o sorriso do Ivon Cury e o vibrato do Monetário & Financeiro, para trompete, piano, violino e clarinete.

15h – Mesa 3 – Sim, meu filho, desconfie de todos os grandes nomes da história: Cozzella professor

Moderação: Lenita Waldige Mendes Nogueira (Unicamp)

Participantes: Maria Lúcia Pascoal (Unicamp), Marisa Fonterrada (Unesp), Acácio Piedade (Udesc)

Resumo: Cozzella foi professor ao longo de toda sua carreira profissional. Desde a Escola Livre de Música de São Paulo, da qual fez parte do corpo docente desde sua fundação, no início da década de 1950, passando por cursos internacionais de férias em diferentes partes do Brasil, como Rio de Janeiro, Bahia e Paraná, por uma rápida passagem pela recém-fundada Universidade de Brasília, até chegar à Unicamp, onde atuou como professor até quase sua aposentadoria. Muitos grandes músicos brasileiros passaram por seus cursos e ficaram com a marca do professor questionador e com particular senso de humor. Esta mesa se dedica às memórias de alguns de seus alunos.

Ficha técnica

Organização: Fernando Magre (Fames/Ufes/Unicamp) e Tadeu Taffarello (Unicamp)

Realização: Coordenação de Documentação de Música Contemporânea, Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (CMDC-CIDDIC/Unicamp).

Apoio: Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC/Unicamp), Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepex), Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP/Unicamp), Instituto de Artes (IA/Unicamp) e Centro Cultural Casa do Lago (Unicamp).