A sina dos aventureiros: A emergência do cinema paulista e a produção independente (1949-1965)

Doutorado em Multimeios
Orientando
Gabriel Henrique de Paula Carneiro
Orientador
Fernao Vitor Pessoa De Almeida Ramos
Data
Seg, 30 de jun de 2025 às 14:00hs
Local
Sala 03, CPG-IA, Unicamp
Resumo

Nos anos 1940, São Paulo produziu 9 longas-metragens; nos anos 1950, mais de 120. A partir de 1949, dentro dos esforços pós-guerra de fortalecimento cultural no estado, observa-se uma efervescência do cinema paulista. Tal emergência foi possibilitada não só pelos grandes estúdios - Vera Cruz, Maristela, Multifilmes -, como também por uma produção independente esparsa e semiamadorística. Embora os estúdios tenham falido em meados da década de 1950, o cinema paulista se profissionalizou e manteve uma média estável na quantidade de longas-metragens lançados a cada ano. A produção independente ocupou essa lacuna no mercado. Permitiu-se, assim, a movimentação do setor, graças a uma série de estratégias, tal qual a aposta em gêneros consagrados - comédia, faroeste etc. -, bem como em decorrência a medidas políticas, como a Lei 4854/55 e o empréstimo facilitado do Banco do Estado de São Paulo. Nos anos 1960, em meio ao esgotamento dos modelos e à migração dos profissionais para outros campos audiovisuais, observamos uma consolidação do cinema local, motivada pelo sucesso comercial e/ou internacional de alguns cineastas persistentes e pela ascensão da Boca do Lixo como espaço social e de produção, além do florescimento do cinema erótico. O presente trabalho busca compreender a emergência do cinema paulista e os caminhos tomados pela produção independente, entre 1949 e 1965, rumo a uma estabilidade.