DOCUMENTÁRIO AUTOBIOGRÁFICO DE MULHERES: TECNOLOGIAS, GESTOS E ESTÉTICAS DE RESISTÊNCIA

Doutorado em Multimeios
Orientando
Coraci Bartman Ruiz
Orientador
Gilberto Alexandre Sobrinho
Data
Ter, 08 de set de 2020 às 14:00hs
Local
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Resumo

Esta pesquisa dá-se na confluência entre os domínios do documentário autobiográfico, do documentário performativo e da teoria feminista do cinema, com foco no potencial estético-político do campo colaborativo que se forma entre eles. Segundo a concepção de cinema como uma tecnologia de produção de gênero desenvolvida por Teresa de Lauretis, são investigadas as maneiras como documentários autobiográficos realizados por mulheres se configuram enquanto estratégias de resistência.

Ao implicar simultaneamente os modos de fazer – produção – e os modos de olhar – recepção – estas estratégias estão intimamente ligadas aos modos de endereçamento dos filmes, ou seja, às formas como as cineastas se comunicam com as espectadoras. Nesse sentido, parte-se de formulações contra-hegemônicas da produção e legitimação do conhecimento, como performatividade (Schechner e Butler), saber localizado (Haraway) e olhar opositor (hooks) para entender como, ao acionar múltiplas perspectivas, os filmes analisados entram na disputa pela discursividade e pela representação.

Assim, no primeiro capítulo são apresentadas as três linhas que guiam o estudo: a teoria feminista de cinema, o documentário performativo e o documentário autobiográfico. No segundo capítulo, são abordados vinte filmes, documentários autobiográficos realizados por mulheres, a partir dos gestos essenciais com os quais as diretoras se dirigem às espectadoras. No terceiro capítulo, constará um mapeamento da produção brasileira deste gênero de filmes e, em seguida, uma análise crítica de minha própria trajetória artística, buscando os gestos que guiam a minha obra e dando a ver o caminho que me levou até a realização do documentário autobiográfico Limiar.