AFETIVIDADE E VIVÊNCIAS MUSICAIS DO BEBÊ NO PRIMEIRO ANO DE VIDA

Esta pesquisa propõe um estudo sobre a afetividade e as vivências musicais do bebê no primeiro ano de vida, buscando compreender seus possíveis impactos nas relações que ele estabelece com a música a partir da mediação materna. Com base na perspectiva teórica da psicologia histórico-cultural de Vigotski e na psicologia genética de Wallon, os objetivos foram compreender a relação entre afeto, aprendizagem e desenvolvimento do bebê a partir desse referencial teórico, refletir sobre os primeiros contatos musicais do bebê com a mãe do ponto de vista de suas contribuições para a vivência musical e verificar como as práticas musicais entre as mães e os bebês observadas empiricamente podem dar indícios das relações que se constróem entre os bebês e a música. Adotando a abordagem qualitativa, a metodologia incluiu discussões teóricas e um estudo com observação participante, composto por entrevistas e a execução de uma oficina de música com encontros para mães e bebês. Os resultados apontam para a natureza afetiva dos processos de aprendizado musical, destacando a mediação materna ou de pessoas afetivamente próximas como uma possibilidade singular e privilegiada de entrada da música na vida do bebê, constituindo-se como um aspecto significativo nas primeiras vivências musicais e, logo, nas relações do bebê com a música.