A periferia como territorialidade do devir da dança: um estudo com artistas da cena do bairro de Campo Grande

A presente dissertação investiga a dança na Zona Oeste carioca e no bairro de Campo Grande, entendido enquanto localidade periférica da cidade do Rio de Janeiro, bastante ocupado por pessoas de origem popular, imigrante e pertencente à classe média trabalhadora. Dentro deste contexto, foram elencados os trabalhos das seguintes artistas da dança: Adriana Veridiana, Laís Castro e Mery Horta. Toma-se como base que a dança – por estar centrada no corpo, no sensível e nos afetos – consiste em uma episteme privilegiada a partir da qual é possível investigar em que medida as práticas performativas realizadas por tais artistas da dança periféricas mobilizam e engendram novos modos de estar no mundo e de experimentar o corpo na dança. Esta investigação tem como foco a análise do modo como as criações artísticas pesquisadas refletem sobre a identidade destas artistas periféricas e de seu relacionamento com as principais abordagens e reivindicações pertinentes à periferia. Para tanto, também se discute sobre o papel das políticas culturais na inclusão dos artistas periféricos na cena da dança na cidade do Rio de Janeiro.