Solfejos exploratórios: imagens na individuação de um compor

Esta pesquisa propõe perspectivas para abordar estratégias de criação em que composições musicais ganham contornos e características a partir de atravessamentos com existências não necessariamente musicais — ou que, ainda sendo musicais, tragam camadas para além do pentagrama. Para tanto, primeiramente é apresentada uma leitura de concepções de Gilbert Simondon direcionadas a processos exploratórios de composição musical: individuação, metaestabilidade, operações de transdução e modulação, imagens e invenções. À articulação de tais será dado o nome solfejo. Somam-se nisso diálogos com outras áreas do conhecimento e formas de expressão artística. Desse estudo teórico-reflexivo são propostas investigações aprofundadas de três peças: Linha de sombra (2014) para sax alto de André Ribeiro, mãemaré (2021) para trio de cordas e piano (incluindo vidros/cristais, vozes gravadas, dispositivos de reprodução sonora e dispositivos de iluminação) de Valéria Bonafé e por um crescente fio de luz (2017) para ensemble de Gustavo Penha. Em complemento ao estudo dessas peças foram realizadas entrevistas com cada compositor/a, constantes nos Anexos e trazendo importantes informações de seus contextos criativos. Por fim, há relatos de processos composicionais desenvolvidos por mim ao longo do período de pesquisa, integrando um conjunto de explorações, aprendizados e estratégias criativas.