YouTube queer: as articulações discursivas em vídeos-ensaios YOUTUBE QUEER: AS ARTICULAÇÕES DISCURSIVAS EM VÍDEOS-ENSAIOS YouTube queer: As articulações discursivas em vídeos-ensaios

Mestrado em Multimeios
Orientando
Rafael Alziro da Silva Pereira
Orientador
Gilberto Alexandre Sobrinho
Data
Sex, 29 de ago de 2025 às 14:00hs
Local
Resumo

Esta pesquisa se propõe a investigar os modos pelos quais os vídeo-ensaios de Natalie Wyn (ContraPoints) e Senhorita Bira (O Algoritmo da Imagem) produzem e repercutem, através de imagens e sons, discursos sobre gênero e sexualidade. Define-se o vídeo-ensaio a partir do ensaísmo fílmico, em conjunto com concepções do vídeo como forma que pensa imagens (DUBOIS, 2007) e sinônimo, na era digital, de som e imagem em movimento (NEWMAN, 2014). Assim, considera-se o vídeo-ensaio como uma produção (auto)reflexiva marcada pela subjetividade expressiva de seu criador (CORRIGAN, 2015) e que figura discursivamente seu pensamento através de estratégias como o interstício (RASCAROLI, 2017). O vídeo-ensaio é um produto da convergência digital (JENKINS, 2008), e que ganhou considerável força e propulsão nas plataformas de streaming em que usuários realizam o upload de produções originais. A significação de sua vertente queer é, potencialmente, ambivalente: o termo queer refere-se, em um contexto de recepção, a produções criadas por sujeitos pertencentes à comunidade LGBT+, mas também se direciona a obras que repercutem discursos sobre gênero e sexualidade e que questionem, de forma interseccional, hierarquias de poder. Partindo da compreensão de normas de gênero e sexualidade (BUTLER, 2014; MISKOLCI, 2009), às formas como os meios de representação, especialmente baseados em imagens, constituem gênero (LAURETIS, 1994) e construções de regimes de visualidade, confrontados por estratégias de contravisualidade (MIRZOEFF, 2011), temos o interesse em compreender como os vídeos-ensaios queer, encontrados no YouTube, produzem discursos sobre questões de gênero e sexualidade. Tomando o YouTube como principal plataforma de produção, compartilhamento e streaming de vídeos, essa pesquisa atenta-se para a produção de ContraPoints, de Natalie Wynn, e de O Algoritmo da Imagem, de Senhorita Bira, ambos canais criados e geridos por indivíduos LGBT+.