Esta pesquisa investiga os princípios do Jogo Coreográfico, criado pela Profa. Dra. Lígia Tourinho (UFRJ), como metodologia de criação e estudo, articulando sua potência de composição coautoral, coparticipativa e autogestionária com seu caráter pedagógico e sua capacidade de acolher repertórios, fazeres e corpos múltiplos. A partir dos grupos práticos de pesquisa Coletivo Bandô e Curvas Coletivas, em atividades laboratoriais realizadas no Lume Teatro e no Departamento de Artes Cênicas da Unicamp, foram conduzidos experimentos que exploraram tanto as dinâmicas primordiais do Jogo quanto sua possibilidade de se modificar, reestruturar, implodir e regenerar. O Jogo Coreográfico é uma proposta cênica cujo princípio central é a composição através da alteridade via corpo de ume e palavra de outre. Nele, a cena se constrói no próprio ato de jogar, em diálogo entre as propostas verbais de quem observa “de fora” e as ações de quem atua “de dentro”. Colocar-se em experiência a partir da palavra de outre é receber chaves que abrem múltiplas portas, dando passagem a percursos que só se concretizam no próprio caminhar. Assim, essa dissertação apresenta não apenas os resultados das discussões, mas também seus percursos investigativos, marcados como rastros na escrita. Se no Jogo Coreográfico a palavra dispara a ação, aqui se registram os vestígios do que o corpo produziu. O texto é jogo, é teia, é composição, é proposta e é caminho.