A presente investigação estuda metodologias artísticas que se apropriam de instabilidades formais, simbólicas e plásticas circunscritas a termos como erro e destruição. Por tratarem de uma ação de desvio as ações perturbam um sistema fechado – uma tecnologia, estrutura física ou virtual – abrindo uma fissura a novas configurações estéticas e críticas, além de questionar conceitos imperativos de norma e eficiência. Este trabalho recorre às estratégias incômodas e instáveis ao manipular fotografias familiares alheias, unindo-se a movimentos e artistas que apropriaram de metodologias processuais e seus procedimentos imprevisíveis e “improdutivos” catalisando uma estética falha percebida pela superfície da ferramenta. Ao materializar a ambiguidade entre ausência e presença, o desvio discute as dicotomias da figuratividade fotográfica com a memória e matéria em que o tempo se mostra ativo e não linear. Ao considerar a poesis instável capaz de romper com normas e regras hegemônicas através de uma estética irregular e ruidosa, este trabalho estabelece a estética de estranhamento também para alcançar discussões entre memória e utopia como um gesto crítico frente ao gênero e a sexualidade.