CHEKHOV ENCONTRA ANAÏS

Essa dissertação é o debruçar de uma atriz sobre a metodologia desenvolvida pelo ator, diretor e pedagogo russo Michael Chekhov (1891-1955), tendo como LabOratório final a aplicação de suas “ferramentas intangíveis” através da personagem inspirada na vida da escritora francesa Anaïs Nin (1903-1977). Inicia-se com uma passagem pela vida de Chekhov, destacando a importância dos Laboratórios conduzidos por Konstantin Stanislavski (1863-1938) e Leopold Sulerzhitsky (1872-1916) no TAM (Teatro de Arte de Moscou) onde Chekhov, como jovem ator, pode estabelecer contato com a raiz invisível de sua metodologia através da lida profundamente ‘imaginada e sentida’ com o prana. A dissertação segue Chekhov na ampliação de sua consciência ao conhecer as ideias antroposóficas de Rudolf Steiner (1861-1925) inspiradas na Teosofia e na morfologia de Goethe. Acompanhamos a apropriação criativa que Chekhov fez ao explorar essas ideias que agregam o conhecimento das dimensões sutis do corpo humano e do poder da imaginação concentrada no conhecimento do Universo que o envolve. Exploraremos algumas de suas ferramentas, estabelecendo a amplidão que ele trouxe para a noção de personagem, espaço e ação. Em seguida, sobrevoaremos a vida de Anaïs Nin colhendo algumas imagens (dentro da multiplicidade de suas experiências), através das quais mergulharemos no capítulo final, onde estabelecemos uma fusão entre a metodologia profundamente imaginativa e sentida de Chekhov e o manancial de transformações do corpo imaginário de Anaïs através de suas relações, explorando também seus gestos psicológicos e as reverberações deles na atmosfera ao seu redor. Enfim, essa dissertação é uma tentativa de uma atriz de se apropriar de um método tão vasto, como o de Chekhov - aproximações sem fim...