Feminismo em anima(ação): um estudo sobre a arte da animação

Mestrado em Artes Visuais
Orientando
Débora Mattos Peron
Orientador
Selma Machado Simao
Data
Seg, 26 de jan de 2026 às 09:00hs
Local
Resumo

A presente dissertação insere-se no campo da Arte/Educação e propõe uma reflexão sobre o potencial da animação como linguagem artística e ferramenta pedagógica voltada à conscientização feminista. Fundamentada em autores clássicos e contemporâneos, a pesquisa articula teoria e prática, destacando o papel da arte como dispositivo de resistência e transformação social.

Entre os referenciais teóricos, Marshall McLuhan (2007) é mobilizado para compreender a arte como “sistema de alarme premonitório”, capaz de antecipar transformações sociais e tecnológicas. Archer (2001) contribui para a discussão sobre a pluralidade da arte contemporânea e sua redefinição constante, enquanto Morin (2002) enfatiza a dimensão estética da existência e o pensamento profundo presente nas obras artísticas. A perspectiva educacional é sustentada por Simão (2020, 2022), que defende a arte como prática sensível e crítica, capaz de romper condicionamentos sociais e fomentar processos de conscientização.

No campo das teorias feministas, acontece um diálogo sobre a performatividade de gênero problematiza a naturalização das identidades sexuais e inspira reflexões sobre representações femininas na animação. Silvia Federici (2017) é convocada para discutir a articulação entre capitalismo e patriarcado. O debate é ampliado ao propor reflexões sobre um feminismo inclusivo e acessível, voltado para a vida cotidiana.

A dissertação também se apoia em Michel Foucault (2016), cuja análise das relações de poder ilumina os mecanismos de controle e disciplinamento presentes na sociedade e refletidos nas práticas artísticas. Alguns autores apresentados na dissertação reforçam a discussão sobre arte, tecnologia e educação, destacando a animação como ferramenta cultural e cognitiva.

A pesquisa evidencia que a animação feminista pode atuar como meio de resistência ao patriarcado e como prática educativa transformadora. Ao analisar produções desde o início do século XX até a contemporaneidade, é demonstrado como a linguagem da animação se tornou campo de disputa ideológica, capaz de subverter estereótipos e propor novas representações do feminino. O trabalho, portanto, articula teoria crítica, prática artística e experiência docente, propondo a animação como suporte privilegiado para a sensibilização e conscientização feminista no âmbito da Arte/Educação.