A dissertação COREOGRAFIAS DE RESISTÊNCIA: aproximações entre dança urbana e reforma urbana dedica-se ao estudo das relações entre práticas artísticas realizadas no ambiente urbano e práticas de militância política. Orientada pela abordagem metodológica da Prática como Pesquisa, conforme proposta por Vida L. Midgelow (2015, 2018) e Silvia Geraldi (2017, 2019), essa aproximação se desenvolve a partir do diálogo entre experiências no campo da criação artística e referências teóricas que se alinham e se retroalimentam, oferecendo sustentação à investigação. A conversa entre saberes percorre obras que debatem a relação entre arte e política no campo da filosofia, presentes nos trabalhos de Jacques Rancière (2009, 2012, 2023) e André Lepecki (2013, 2017), bem como teorias da geografia e do urbanismo que tratam do espaço em suas relações sociais, neste caso representadas por Milton Santos (1994, 2000, 2012, 2020, 2024), Joice Berth (2023) e Hakim Bey (2018). A dimensão prática da pesquisa está centrada no processo criativo de uma peça de dança para espaços urbanos, chamada "ásperos tempos". O trabalho artístico foi dirigido pelo pesquisador, com a colaboração de artistas-criadores residentes em São Bernardo do Campo (SP), cidade-contexto da investigação. Os saberes produzidos no processo de criação apontam para possibilidades de intervenção política na realidade a partir da execução de obras artísticas em espaços urbanos. Nesse sentido, tais acontecimentos podem ser compreendidos como ações de resistência que sugerem outras formas de organização política e relacionamento com as cidades.