PEQUENAS INSURREIÇÕES – MEMÓRIAS: A COLEÇÃO DE ARTE CRIADA NOS PRESÍDIOS POLÍTICOS PAULISTAS (1969 – 1979)

Este estudo debruça o seu olhar sobre a produção plástica nos presídios políticos de São Paulo entre os anos de 1969 e 1979, do período da ditadura civil-militar do pós-1964. A pesquisa apresenta e estuda a coleção nomeada aqui como Coleção de Arte de Presos Políticos Alípio Freire-Rita Sipahi (Coleção AF-RS) que reúne mais de 300 trabalhos de artes plásticas, além de outros objetos (peças de artesanato e materiais escritos). Esses trabalhos foram realizados nos diversos presídios políticos de São Paulo: Delegacia de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS-SP); Recolhimento de Presos Tiradentes (Presídio Tiradentes); Casa de Detenção do Carandiru; Penitenciária do Estado; Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté; Presídio do Hipódromo; e Presídio Romão Gomes (Presídio do Barro Branco). O objetivo geral deste trabalho é estudar a coleção para entender as especificidades próprias do fazer em artes plásticas no contexto dos presídios políticos paulistas do período em foco. Os objetivos específicos incluem realizar o registro e catalogação do acervo; registrar a memória dos atores que participaram desse momento da história; analisar as relações da coleção com o contexto sócio-político, assim como sua ligação com a movimentação artística e cultural do país. A pesquisa é um estudo qualitativo que se utiliza de dados de entrevistas e documentos imagéticos (as obras do acervo), publicações em revistas, livros e artigos referentes a este material, bem como registros históricos para reconstruir a memória daquele tempo.