Exposição: Boccara, Arte Total

ERNESTO G.BOCCARA

Boccara, nascido no Cairo Egito 1948. Imigrou para o Brasil, com seus pais, aos 9 anos, durante a guerra do canal de Suez, em 1957. Desenha compulsivamente desde os 3 anos de idade. Teve formação acadêmica em Artes Plásticas desde os 11 anos na Associação Paulista de Belas Artes, em São Paulo.Artista plástico, arquiteto, designer, professor, escritor, ator e Doutor Livre Docente em Artes. Leciona há 44 anos em várias universidades. Desde 1996 é docente do Instituto de Artes,  no Departamento de Artes Visuais, na Unicamp. Desde 2013 com dedicação exclusiva. Leciona na Graduação e na Pós Graduação em Artes Visuais e Multimeios. É autor do Livro “Os Ciclonautas”. Editora nVersos-Sp, 2013. Tem se dedicado, desde 1970 à sua obra em Histórias em Quadrinhos, Desenho, Pintura, Figurinos e Escultura, desenvolvendo uma linguagem própria no Realismo Mágico, Arte Visionária, Psicodélica e Fantástica. Expõe desde 1975: Coletivas e Individuais. Premiado em vários salões de Arte. Tem obras com colecionadores em Los Angeles, New York, Veneza,  Paris e Brasil, no Acervo do MAC e Pinacoteca de São Bernardo dos Campos – SP.

SOBRE BOCCARA  e a  EXPO QUADRINHOS na UNIVAP 2019

Há  50 anos fui estudar na FAU SÃO JOSÉ DOS CAMPOS da Fundação Valeparaibana de Ensino, hoje UNIVAP. E para comemorar volto para esta universidade, nesta cidade para expor duas histórias em Quadrinhos que criei e desenhei aqui, quando tinha 20 anos. Trago os originais bem conservados e vou expor, ampliando-os em cópias de mais de 3 metros em papel costurado em tecido para criar a impressão de estarmos dentro delas. Desde criança lia todos os quadrinhos que podia pela disponibilidade de ao trabalhar como entregador de jornais para uma banca na esquina da minha casa em São Paulo. Aprendi muito ao ler e observar como os desenhos eram feitos página por página e admirar os criadores e desenhistas considerando-os verdadeiros artistas multimídia por serem desenhistas, cenógrafos, coreógrafos figurinistas coloristas, paisagistas, cineastas e diretores teatrais por encenarem as narrativas cena por cena com total realismo. Antes de entrar para uma formação acadêmica em Artes Visuais com rigorosos artistas imigrantes europeus que lecionavam desenho artístico, pintura, ilustração e escultura. Enfim trabalhei em agências de publicidade, fiz desenho animado publicitário e também histórias em quadrinhos livres como exercício de expressão. Entrando na faculdade de Arquitetura e Urbanismo, de São José do Campos, na Fundação Valeparaibana de Ensino, hoje UNIVAP, dei aula em cursinho preparatório para vestibular de Arquitetura já que a nova escola atraía novos estudantes da região. Entre 1970 e 71  criei , desenhei e publiquei o KERABAU ,um anti herói, montado em uma super Motocicleta sem engrenagens mecânicas e movido a explosões por turbinas de jato e pela força obsessiva de se locomover em direção ao seus inimigos, inventados pela sua poderosa mente. Me referenciei por um colega da Faculdade que tinha para, a época, uma moto 350 da Honda e com uma personalidade forte e intempestiva, que fez com que o meu personagem fosse um anti herói quase que psicótico. Outros colegas participaram como personagens e o meu desenho, atraiu o interesse de um jornalista jovem que tinha um suplemento Juvenil no Jornal da Região e quis publicar minha história em tiras semanais em preto e branco realizadas com nankim e bico de pena. Eu conto esta história com mais detalhes no local da exposição. A segunda história em quadrinhos no formato em tiras foi criada e desenhada a partir  da adaptação de um conto que li e devorei do filósofo  francês e mordaz  Voltaire.“ Cândido ou o Otimismo”. Uma revista do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito  de nome A TOGA me pediu para fazer ilustrações de artigos e contos e acabei por propor a história em quadrinhos  o “Cândido ou o Otimismo”. Só fiz e publiquei duas tiras pois a revista encerrou suas atividades. Assim trago nesta exposição acompanhando  o KERABAU estas duas tiras. E também as ampliei e trouxe por ter um vínculo estético com KERABAU ou seja “quadrinhos sem quadrinhos”. Sejam bem vindos a esta exposição, nesta cidade que devido aos intensos envolvimentos com o ensino da Arquitetura, as artes, a vida estudantil durante cinco anos  eu acabei por  encontrar a mim mesmo.

E.G.BOCCARA

 

BOCCARA PINTANDO O NASCIMENTO DE VÊNUS TELA de 120 X1, 50. 1985