Heranças Construtivas na Arte Brasileira
A exposição Heranças Construtivas na Arte Brasileira: uma seleção de obras do acervo do MAV/Unicamp, contemplada no “edital de agendamento para exposições temporárias no MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE CAMPINAS ‘JOSÉ PANCETTI’, abre hoje, às 12 horas.
Abertura: 25 de abril de 2014 às 12h
Período: 25 de abril a 25 de maio de 2014
Horários: terça a sexta-feira das 09h às 17h; sábado das 09h às 16h; domingo e feriados das 09h às 13h.
Local: MACC – Av. Benjamin Constant, nº 1633 – Centro – Campinas/SP
HERANÇAS CONSTRUTIVAS NA ARTE BRASILEIRA Uma seleção de obras do acervo do MAV/Unicamp
As obras selecionadas dialogam, de modo amplo, com a chamada “tradição construtiva” da arte brasileira, consolidada nos anos 1950, quando da difusão da arte concreta e neoconcreta entre nós. Tratava-se então de entender a arte como um produto intelectual e de “integrar o artista no projeto social, como paisagista, desenhista industrial, artista gráfico”. Pregava-se uma relação racional com o trabalho artístico, abolindo-se o gesto expressivo e toda subjetividade do resultado final. Em 1959, artistas e intelectuais atuantes no Rio de Janeiro se unem, sob a liderança de Ferreira Gullar, e lançam o Manifesto Neoconcreto. Opondo-se à “exacerbação racionalista” das pesquisasdesenvolvidas pelos paulistas, propõem uma revisão “das posições teóricas adotadas até aqui face à arte concreta”. Cria-se uma forte polêmica entre poetas, artistas e críticos do Rio e de São Paulo, inaugurando um dos momentos mais fecundos da produção brasileira. O MAV possui um conjunto significativo de trabalhos de autoria de alguns dos integrantes desses movimentos (Geraldo de Barros, Anatol Wladyslaw, Hermelindo Fiaminghi e Hércules Barsotti). Embora realizadas em anos posteriores, essas obras remetem de forma fecunda ao debate original.
Selecionamos ainda obras realizadas por artistas atuantes em Campinas nos anos 1950/60, integrantes do grupo Vanguarda, como Raul Porto, Thomaz Perina, Maria Helena Motta Paes e Franco Sacchi, os quais procuraram renovar o recatado ambiente artístico da cidade, ainda afeito à produção acadêmica.
Trazendo esta polêmica para o tempo presente, apresentamos também alguns trabalhos de Macaparana, Tuneu e Lygia Eluf, os dois últimos professores do Instituto de Artes da Unicamp, nos quais se percebe o desejo de aliar sensibilidade e racionalidade, construção e expressão, em jogos dinâmicos criados por linhas retas, formas geométricas e figuras elementares.
Oferecemos, assim, a oportunidade ímpar, ao público campineiro, de entrar em contato com um conjunto representativo da vertente construtiva na arte brasileira, bem como a chance de conhecer parte do acervo de uma nova instituição artística da cidade, o Museu de Artes Visuais da Unicamp, instituído no início de 2012.
Profa. Dra. Maria de Fátima Morethy Couto
Diretora do Museu de Artes Visuais da Unicamp