Maneira Negra

de Maneira Negra que ocorreu em 2019 no Instituto de Artes, uma realização do Gabinete, da Galeria de Artes do IA e do Laboratório de Gravura da Unicamp (com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, da PROEC, do PPG AV-IA, do MAV, do LABgravura e da Seção de Programação Visual – IA).

A maneira-negra – ou mezzotinta – é o principal procedimento que utilizo na produção do meu trabalho pessoal com
gravura em metal, na época foco da pesquisa de mestrado e, atualmente, da pesquisa de doutorado que desenvolvo no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da Unicamp.

A ideia de realizar uma mostra que teria como base a exposição internacional de gravuras, com este recorte técnico
específico e construída através de uma chamada aberta à participação, teve como referência o Festival Internacional de Mezzotinta de Ecaterimburgo, na Rússia.

Uma das regras do processo de seleção, divulgadas dentro da chamada aberta para inscrições, determinava que os trabalhos selecionados para participação na Mostra Internacional de Maneira Negra fossem doados ao acervo do Gabinete de Estampas da Unicamp. Tendo recebido inscrições de 46 artistas, a comissão selecionou 72 obras de 34 artistas oriundos de 22 países.

Além das obras selecionadas a exposição incluiu gravuras de dois artistas convidados, Nori Figueiredo e Rubens Matuck, e de um hors-concours, Marcio Périgo. A Mostra contou também com palestras e demonstrações dos artistas convidados, gravadores com relevante trabalho em maneira-negra no país.

Dentro do escopo deliberadamente limitado que propusemos, nos deparamos com uma diversidade surpreendente de
estilos e temas, com particularidades nas execuções das gravuras. A maneira-negra, criada em 1642, foi uma inovação tecnológica para a reprodução de pinturas e retratos que logo se tornou obsoleta, mas continuou sendo praticada sem essa função, mesmo que por um grupo reduzido de persistentes gravadores. Reunimos estampas que nos mostram diferentes abordagens desta maneira de gravar o metal, mundialmente, na atualidade.

Em Junho de 2022 lançamos o catálogo digital da Mostra, com as reproduções das obras e com textos de apresentação que detalham mais seu processo de construção.

Se esse registro do catálogo, mesmo que digital, já permite que o panorama da produção contemporânea em maneira-negra apresentado pela Mostra tenha um amplo e rápido alcance, a presença dos originais na coleção do Gabinete de Estampas, acessível para consulta, apreciação e pesquisa, mantém a Mostra Internacional de Maneira Negra disponível para um olhar mais aprofundado na Universidade Estadual de Campinas.

André Berger.

Setembro de 2022.