COMPENSANDO ESPAÇOS DE DUALIDADEO espaço em seu sentido mais abrangente, ultrapassando suportes convencionais da bi-tridimensioalidade, permancece como elemento de relevância da obra de arte na contemporaneidade. Espaço compreendido quase no limite existencial da obra. É neste espaço que Eleonora Fabre transita. Suas peças contém explicitamente o intencionalidade de concentrar e liberar o máximo de tensão. Tensão gerada pela polaridade de forças transpostas pelo material utilizado, o imã. Tensão e força intrínsecas ao material , são compensados pela leveza e transparência com que a artista articula suas peças.
A construção de cada trabalho está rigidamente concentrada na força de atração permitida pelo campo imantado e no limite do expresso pelo tempo de permanência desta atração. Nos trabalhos de Eleonora é detectada a possibilidade de montar e desmontar cada peça no espaço; criando um jogo sutil entre o lúdico e o trágico. O lúdico enquanto prazeroso pode ser percebido através da construção e desconstrução das peças, da qual não é permitida ao espectador participar, recebendo a obra no espaço determinado. Ficando , assim, o lúdico contido na sutileza implícita de um jogo virtual e o trágico identificado no ponto máximo de tensão: o ponto zero, que faz passar do existente ao inexistente, da vida à morte, ponto limite em que vivemos.