Desenhos e Gravuras | Manual de Sobrevivência

A Galeria do Instituto de Artes – GAIA/UNICAMP convida para as exposições que ocorrerão no mês de abril de 2017.

 

Abertura 5 de abril de 2017 | Visitação 5 de abril a 2 de maio, das 9h00 às 17h00

 

 

NO CORAÇÃO DA SOMBRA

Em todos os tempos e culturas diferentes encontramos histórias, mitos e alegorias da sombra. Quando nos debruçamos sobre elas entramos na complexa área da representação que surge da sedimentação de imagens e de lendas que constituem a construção do conhecimento. Nessas narrativas a sombra se comporta como uma parte anímica e vital do corpo e são estas as características que alimentam o olhar do artista. Nos desenhos e gravuras de Marcio Périgo assim se comportam as sombras: vitais não apenas na idealização de seu território imagético, mas também usadas para reconstruir o mundo.

O artista afirma que:

“…são considerações sobre o mito da caverna, do filósofo grego Platão … Há algum tempo reflito sobre isso e então dividi esses trabalhos, em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos sentidos (nesse caso, o tato sensível à realização de uma gravura) e a outra, a inteligível, que é o mundo no plano das ideias e dos procedimentos.

Na trama, alinhavada pelas linhas e manchas, elas se tornam entidades estranhas e inquietantes.

Nosso olhar é enfeitiçado pelo claro-escuro e começa a escavar a superfície em busca de coisas que não estão lá, mas que se fazem representar. Estas sombras estáticas nos colocam na espessura e na densidade da matéria gráfica, num movimento que busca perceber a profundidade estruturada através das camadas e da repetição das formas que organizam o espaço. Estamos diante de sombras que, em vez de esconder, revelam. A sombra aqui é a forma visível da alma.

Lygia Eluf

 

 

Nesta exposição o trabalho da artista Sheila Ortega nos indaga sobre o ambiente que nos circunda. A artista nos transfere para diversos espaços: a cozinha, a sala, o quarto, a lavanderia como também para a rua, a cidade e espaços urbanos.

Os objetos escolhidos são comuns, facilmente identificáveis, pois pertencem ao nosso univer­so contemporâneo. O acúmulo e excesso des­constroem a unidade de cada objeto selecionado cuidadosamente, o resultado deste trabalho suge­re um diálogo entre objetos, entre cores e com­posição, transcendendo suas características par­ticulares e pertinentes às suas funções. A soma e o acúmulo formam nesta obra uma rede única de inter-relações visuais.

Os objetos são esvaziados de sua utilidade, ar­rancados de sua condição natural e adquirem um novo significado. É diante dessas considerações que a artista se questiona: “Por que nos afeiçoa­mos às coisas? Por que guardamos objetos e os acumulamos? Quais sentidos os objetos nos res­ervam? Por que guardamos tanta memória em forma de objetos? Quais são as memórias que dispomos para compor nossos manuais de so­brevivências”?

Quando a artista se pergunta a respeito do acúmu­lo de objetos, ao sentido que estes nos reservam, não há uma preocupação com os fatos em si, mas sim, com o significado que eles possuem para o sujeito que o experimenta. A exposição Manual de sobrevivência pode provocar reminiscências de um tempo particular, memórias e histórias que não têm como não passar pela emoção e afeto.

 

Jean-Jacques Vidal

(Escultor/ceramista, doutor pelo Instituto de Artes da UNESP)

 

 

IMAGEM DIVULGAÇÃO – Formato PDF

Sala 1 – Imagens Márcio Périgo

Sala 2 – Imagens Sheila Ortega