Vicinalidades

“Vicinalidades” é o título da mostra individual de Paulo Cheida Sans, que é parte de seu doutorado em Artes pela Unicamp. O título escolhido se refere às sintonias criativas de sua nova produção, objetos e instalações, em homenagem a quatro artistas da arte brasileira: Antonio Henrique Amaral, Arthur Bispo do Rosário, Luise Weiss e Rubem Valentim.

A abertura da mostra será em 08 de junho, às 12h30, na Galeria de Arte Unicamp / IA, à Rua Sérgio Buarque de Holanda, s/no. Prédio da Biblioteca Central – Térreo, Campinas, SP. A curadoria é do prof. Dr. Marco do Valle.

Paulo Cheida apresenta as obras “Gavetas do tempo”, “Sombras emblemáticas”, “Depositório para um anjo” e “Pontas e bananas” como uma produção artística que encerra uma fase e começa outra, segundo o artista. Para ele, a mostra encerra a sua fase da série de “gravatas”, não se utilizando mais de recursos da sátira na gravura que lhe deu inúmeros prêmios e participações em bienais do gênero no exterior.

A nova produção do artista une gavetas, esculturas com canos de pvc, obras com cabos de vassoura e tem até banana gigante sendo perfurada com palitos ponteagudos. Paulo Cheida diz que desenvolve obras tridimensionais desde 1998, não as mostrando com a mesma frequência do que as gravuras por causa do porte das peças que necessitam espaço maior para serem expostas.

O doutorado possibilitou a oportunidade ao artista de pesquisar e criar obras com recursos materiais mais diversificados. Como exemplo de sua nova etapa artística, Paulo Cheida chama a atenção para a obra “Gavetas do tempo” em que coloca uma fotografia em grande proporção de seu pai dirigindo um trator na década de 1950 com mais cinco objetos, tendo a gaveta como suporte principal. Cheida diz que essa obra é muito poética, valendo muito mais pela nostalgia e a inusitada sintonia entre os elementos que a compõe do que a sua habilidade técnica como artista.

Paulo Cheida Sans é professor do curso de Artes Visuais da PUC-Campinas e diretor do Museu Olho Latino, instalado em Atibaia, SP. Participou de cerca de 400 mostras, tendo recebido 41 prêmios em Salões de Artes no Brasil e 3 no exterior, Portugal, Estados Unidos e França.

Participou dos principais salões do país, como de Belo Horizonte, Recife, Curitiba, São Paulo, Porto Alegre e outros. Expôs em 6 edições do Prêmio Internacional de Desenho Juan Miró em Barcelona e suas gravuras foram expostas em mais de 80 eventos no exterior, entre os quais, na The Hanga Anual no Museu Metropolitano de Tóquio, Japão, e na Trienal Internacional de Gravura em Vasa, Finlândia. Está representado em diversos acervos, como: Embaixada do Brasil em Ottawa, Canadá; Cooperativa de Atividades Artísticas Árvore, Porto, Portugal; Museu Nacional de Belas Artes, Santiago, Chile; Casa das Américas, Havana, Cuba; Casa de Humor e Sátira, Gabrovo, Bulgária; Museu Pohjanmaan, Vasa, Finlândia; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; Museu da Gravura, Curitiba; Museu de Arte Contemporânea, Curitiba. Museu de Arte de Brasília; Caixa Cultural – Brasília e Casa da Cultura da América Latina – Universidade de Brasília. Organizou inúmeros eventos atuando como curador: Grabados Argentinos Hoy – Brasília; Grabados & Brasil – Havana, Cuba; Grabados & Gravuras – Universidade Laval – Quebec, Canadá, Gravuras do Acervo Caixa – Brasília e outros.

É autor dos livros: Pedagogia do Desenho Infantil (Alínea) e Fundamentos para o ensino das artes plásticas (Alínea).

A mostra permanecerá aberta até 29 de junho, dia em que o artista defenderá a tese “Trajetórias e vicinalidades entre a gravura, o objeto e a instalação” no recinto da mostra, às 14 horas. A orientadora é a prof. Dra. Luise Weiss.

 

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