Roberto Mícoli

07 a 31 de maio 2001

ROBERTO MÍCOLI
luminum@uol.com.br

leia divulgação no Correio Popular
jornal Semana da UNICAMP: 1 – 
Dédalo, grande arquiteto e artista da antiguidade, construiu um labirinto para o rei Minos esconder seu filho Minotauro, metade homem, metade touro.Para manter o segredo da saída do labirinto, o rei Minos aprisionou ali o construtor Dédalo e seu filho Ícaro.

Mas eles conseguiram escapar construindo asas feitas com penas de aves e cera de abelha.

Ícaro, porém,  desobedecendo a seu pai, voou alto demais e  aproximou-se do sol que derreteu a cera  de suas asas, precipitando-o no mar.

No labirinto eram sacrificados jovens para aplacar a fúria do Minotauro.

Ariadne, filha do rei Minos, apaixonando-se por Teseu, entregou-lhe um novelo de linha, ele entra no labirinto, mata o monstro e foge com ela.

Fio de Ariadne, 
fio de linha e costura.
Construção com retalhos, fragmentos de cor,
Ouro do sol, vermelho do sangue, azul do céu.Lenço de lágrimas e espinhos 
Tela para pintura, arma para luta.Desenho, sinais negros no branco do papel, sementes achadas, semente presente, crina de cavalo.
Auto retrato, máscara de arame,
persona e sombra.
“…Mícoli parte do potencial das religiões. São os ritos e parâmetros dos povos das Américas, África e Ásia que constitui o material sígnico de seu trabalho: a aesthesis religiosa reifica, re-liga.
O gesto artístico valendo-se da prática artesanal paciente e caprichosa para articular, tecer, amarrar, costurar, resgata práticas civilizatórias ancestrais e as põe  em contraste com a racionalidade da expressão formal.
O artista vale-se do minimalismo, da serialidade, da repetição, reificando os códigos e estimulando o diálogo com o observador.”Lisbeth Rebolo Gonçalves, 1997
Mostra Itinerante pela América Latina e MAC-USP 
“…do alto do seu atelier o artista avista parte da metrópole de São Paulo. É desta perspectiva que retoma, quase como uma meditação, um fazer antigo: trançar, perfurar, cozer, tingir.Há uma certa reverência no trato dos materiais, um comedimento no manuseio, uma economia de recursos. A solução plástica retém a concisão formal, a integração forma/cor, o rigor da fatura característicos de sua produção. 
Não se trata aqui de uma abordagem romântica do primitivo. As obras aludem a cultura neolítica sem deslizar para o exótico ou cair na banalidade do artesanato.Há uma inteligência plástica nestes objetos cuja sensualidade latente atenua qualquer rigidez construtiva. Segundo o ensinamento zen, é o pensamento que guia a seta para o alvo.”Maria Alice Milliet – 1994
Exposição Individual MAM – S.Paulo
“… passar a vida a limpo, isso é certo. O que os olhos colhem pelas avenidas não é apenas geométrico e a paixão não é abstrata, como a dor não é só concreta; do mesmo jeito os sonhos não beiram só o surrealismo, mas também linhas mondriânicas, assim nada cala as ansiedades nem mesmo a loucura.
“Não havia caminho celeste e os homens inventaram as beberagens sangrentas”. Escreveu Nietzche. E assim foi inventada a magia.” “…em seu caleidoscópio entrou de tudo: os desenhos de Caribé, a pintura de Sued, os peixes de vento da Liberdade, o bairro japonês paulistano, a arte plumária e as pinturas corporais dos indígenas, a arte africana com suas máscaras e esculturas e um profundo amor pelo caos babilônico. Os
painéis anônimos espalhados pelas cidades, os olhos fechados em sonhos e
pesadelos, a arquitetura natural das formas e a natureza dos desejos.
“Agora estou fazendo o vocabulário dos meus signos”. Ele passa suas horas
rascunhando folhas de papel onde coloca suas sínteses e não vai a tela enquanto não se sente recheado de imagens-sínteses.Miguel de Almeida – 1985
Exposição Individual Galeria São Paulo
“…em sua produção atual, o estágio de volta ao passado da História da Arte já foi ultrapassado e Mícoli parece Ter encontrado, enfim, uma região anterior ao surgimento da História, a noção originária do artista, aquele quase deus que, exercendo a ação sobre a matéria, organiza o caos. 
Se acompanharmos o seu processo nos últimos anos veremos como o artista aos poucos vai realizando essa trajetória de regresso a figura mítica do artista através, inicialmente, do uso que fez de signos originários das mais diversas culturas para a elaboração de suas obras.”Tadeu Chiarelli – 1988
Exposição Individual Galeria Espaço-Capital – Brasília / DF
“…a atmosfera de casualidade que exala do conjunto desses desenhos de Mícoli, nos quais as linhas brincam de momentaneamente significarem isso e aquilo, um pé, um peixe, uma planta, para o momento seguinte se embaralharem, apontando possibilidades inefáveis, que não se deixam
capturar explicita o processo mediante o qual marcamos nossa presença no mundo, um processo onde um se amolda ao outro.”Agnaldo Farias” 1998
Exposição Individual Galeria Nara Roesler, S. Paulo

 

ROBERTO MÍCOLI
luminum@uol.com.br
CURRICULUM
1953 – Campinas / SP
Reside em São PauloEXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
1998
OBJETOS E DESENHOS – Galeria Nara Roesler – São Paulo / SP
1994 
OBJETOS – MAM – São Paulo / SP
1991
DESENHOS  – PROJETO ARTE NO METRÔ  – Estação Sta. Cecília – SP
1988
PINTURAS  – Galeria Espaço Capital – Brasília / DF
1987
PINTURAS – Galeria  Montessanti – São Paulo / SP
INSTALAÇÃO – “A Via Láctea” – Galeria Unicamp – Campinas / SP
1985
PINTURAS – Galeria São Paulo / São Paulo / SP
1984
PINTURAS E OBJETOS – Espaço Kaos Brasilis – São Paulo / SP
1979
DESENHOS – Galeria FUNARTE – Rio de Janeiro / RJ
1978
DESENHOS – Galeria Castro Mendes – Campinas / SP
1975
DESENHOS – Galeria SESC – Campinas / SP

EXPOSIÇÕES COLETIVAS
1999
 “AMÉRICA, AMÉRICA” – MASP – São Paulo / SP
 “IDENTIDAD E GLOBALIDAD”  – Biblioteca Nacional – B. Aires / Argentina
1997
“ARTE BRASILEÑO CONTEMPORANEO – E. Simón Patiño – La Paz – Bolívia
“LUZ” – Casa das Rosas – São Paulo / SP
“SÃO PAULO VISITS LA” – BGH Gallery – Los Angeles – USA
“SEIS ARTISTAS BRASILEÑOS” – Fundacion Kingman – Quito / Equador
“DIMENSÕES DA ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA” – MAC – São Paulo 
“ALIANÇA XXI” – SESC Pompéia – São Paulo / SP1996
“UMA POLTRONA – NOVE ARTISTAS” Galeria Tok&Stok – São Paulo / SP
“VIVA BRASIL”-OCHO ARTISTAS DEL BRASIL-MAC de Chile – Santiago/Chile
1995
“GREENPEACE” – São Paulo / Tókio
“ENTRE OBJETOS”  – Galeria Nara Roesler – SP / SP e MAM -Rio de Janeiro/RJ
” A GRANDE VIAGEM” – Itinerante – Brasil / Estados Unidos e Canadá
1992
“CIDADANIA 200 ANOS” – Itinerante no Brasil e exterior
“VIVA IANOMAMIS VIVOS” – CEF – Brasília / DF
1991
“ARMADILHAS INDÍGENAS” – MASP – São Paulo / SP
1990
“PANTANAL” – Galeria Sadalla – São Paulo / SP
1988
“1981/1987” – Galeria Arco – São Paulo / SP
1987
“COR, TENSÃO E HUMOR” – DESENHOS – Galeria Papier – São Paulo / SP
“PINTURA FORA DO QUADRO” – Galeria Espaço Capital – Brasília / DF e Casa de
Cultura Laura Alvin – Rio de Janeiro / RJ
“A TRAMA DO GOSTO” – Pavilhão Bienal – São Paulo / SP
“PINTURA EM SEGUNDA GERAÇÃO” – MAC – São Paulo / SP
1985
“BRASILIDADE E INDEPENDÊNCIA” – Teatro Municipal de Brasília / DF e Museu da Casa Brasileira – São Paulo,SP
1984
“7 INSTALAÇÕES 7 ARTISTAS” – MAC – Campinas / SP
“COMO VAI VOCÊ GERAÇÃO 80?” – Escola de Artes Visuais P.Lage, R.Janeiro/RJ

OBRA PÚBLICA
1991 – “O GRANDE COCAR” – Metrô Estação República – São Paulo / SP

Textos publicados em catálogos sobre a obra do artista:
Tadeu Chiarelli
Maria Alice Milliet
Lisbeth Rebolo Gonçalves
Agnaldo Farias