Uma poética da ação…
Galeria
de Arte da Unicamp
apresenta
MARILDA
BERNARDES
Uma poética
da ação do tempo nas artes plásticas: a monotipia
exposição:
27/08 a 05/09/2003
Os caminhantes: Terra,
Sol, Lua e Água
O
ato de caminhar pelas ruas da cidade levou-me a refletir sobre a superfície
da Terra na qual o homem pisa. Nestes momentos foi possível perceber a intensidade
que a luz do sol e da lua reflete sobre o corpo, bem como a importância da
água para preservação da vida. Esses fatores foram decisivos para a escolha
das cores utilizadas nesta Série de Monotipias.
· Marrom – a terra é palco de todas as ações do ser humano.
Matriz que acolhe a minha sombra e de outros corpos caminhantes.
· Amarelo – o sol é o luzeiro maior que ilumina o dia. Sem
ele, a vida sobre a face da terra provavelmente seria inexistente. Somos aquecidos
pelo sol; dormimos, acordamos e nos alegramos com o sol.
· Branco – a lua, luzeiro menor que ilumina a noite. Ela possui
quatro fases: cheia, uma bola; minguante, a metade de um queijo; crescente,
uma criança; nova, o surgimento da vida.
· Azul – a água limpa traça caminhos pelo planeta Terra. Cai
da atmosfera em forma de chuva e evapora transformando-se em nuvens. Os joelhos
dos caminhantes assemelham-se às tubulações. Um tubo ou uma gota. A água também
escoa das torneiras ou dos olhos em forma de lágrimas; habita no corpo.
As
manchas maiores e menores caminham em sentido diagonal apresentando-se, às vezes,
nas cores: brancas, amareladas ou azuladas. Percebe-se que figura e fundo se
misturam, as manchas em formato diagonal movimentam-se para o lado esquerdo
propondo sair ao encontro de um outro espaço. Os plásticos passam habitar o
espaço da tela, em algumas áreas enrugaram-se, reforçando a possibilidade de
relacionar as rugas com a passagem do tempo. Devido ao formato dos recortes,
os suportes apresentam certas ondulações, as formas onduladas do corpo. Ao final,
corpo, terra, sol, lua e água se fundiram. Os corpos dos caminhantes…
meu corpo; enfim, tudo se transformou em Universo. Dois foram os processos de
criação: o meu e aquele que o tempo criou a partir da exposição do material
na atmosfera.
Uma
poética da ação do tempo nas artes plásticas:
a monotipia.
Autor:
Marilda Bernardes
Orientador:
Ernesto Giovanni Boccara.
Data
da defesa: 04/09/2003.
Dissertação
de mestrado ligada ao DEPARTAMENTO DE ARTES PLÁSTICAS.