De Onde Nascem as Coisas

foto de Sylvia Furegatti A presente exposição mostra ao público um conjunto de fotografias, maquetes, livros de artista e intervenções no espaço expositivo (intra extra-muros) da artista campineira Sylvia Furegatti.
Sylvia graduou-se em Artes Visuais pela Unicamp em 1991 e hoje atua como docente no mesmo departamento onde estudou. Nesses últimos 18 anos, Sylvia logrou construir uma trajetória sólida e de grande coerência, que alia teoria e prática e se pauta por um forte questionamento da noção consagrada de obra de arte, dos limites do espaço da galeria/museu e do poder de legitimação do mercado. Sua filiação a movimentos artísticos que, nos anos 1960, buscaram romper com os paradigmas modernistas é clara e se faz evidente tanto em suas pesquisas acadêmicas (Mestrado sobre a obra de Richard Serra e Christo Javacheff e Doutorado sobre Intervenções Urbanas no Brasil) quanto em seus trabalhos práticos, voltados para a discussão da relação da arte com seu entorno, do homem com seu ambiente.
Intrigantes, complexas, suas propostas levam o espectador a adotar uma postura reflexiva, ativa, e a rejeitar noções artísticas pré-concebidas. Seu campo de trabalho é ampliado e toma a paisagem – urbana ou rural – como lócus privilegiado de
intervenção. Nele, porém, não há espaço para a celebração da obra enquanto objeto aurático nem para a exaltação do artista enquanto demiurgo.

Prof. Dra. Maria de Fatima Morethy Couto

Intitulada De Onde Nascem as Coisas, a mostra apresenta um conjunto recente de trabalhos dentre intervenções, instalação, maquetes e livros de artista que têm na paisagem seus elementos estruturais.
Sylvia é docente do Depto de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade desde 2008. Em sua trajetória de pesquisa vem dedicando-se aos estudos acadêmicos e a projetos práticos orientados pela relação contemporânea entre Arte e Meio Urbano. Já realizou várias intervenções na paisagem da cidade de Campinas e outros centros urbanos, além da participação ativa na construção dos projetos artísticos que desenvolve como integrante do Grupo Pparalelo de Arte Contemporânea (www.pparalelo.art.br).

De onde nascem as coisas foi criada para o espaço interno e avança para o entorno da Galeria da Unicamp situada no térreo do edifício da Biblioteca Central da Universidade, área que concentra grande fluxo de pessoas durante todo o dia.
Mantendo-se atenta às questões do fluxo dos espaços abertos por onde costuma atuar, Sylvia busca ampliar o espaço expositivo da Galeria, já bastante facilitado pelas generosas janelas de que dispõe, construindo no espaço anexo à sua entrada duas pequenas montanhas de areia e terra de cerca de 2 m de altura que tem sua maquete apresentada no espaço interno.

O interesse da artista em apresentar plasticamente elementos originários da paisagem que, supostamente, fazem nascer os lugares e as coisas que percebemos no mundo, guarda ainda a intenção de propor uma reflexão sobre a origem do trabalho artístico contemporâneo, evidentemente conceitual, dada a freqüente pesquisa de novos materiais, tempos de duração e valores para o objeto da arte.

A instalação formada por uma árvore morta, de cerca de 5 metros de comprimento, pintada de branco e suspensa por cabos de aço ocupa o maior espaço da Galeria ao lado de objetos na parede que trazem folhas de plantas com desenhos descritivos da Botânica aplicados sobre sua estrutura. Os livros de artista, linguagem que também é bastante presente no trabalho da artista, são peças adquiridas em sebos, datados de meados das décadas de 1940 e 1960, que são interferidos com novos desenhos e colagens. A arquitetura do livro, além de seu conteúdo, são os contextos que geram a escolha pelos livros que trabalha e a ampliação visual desses elementos dá forma ao livro de artista que propõe.

As outras duas séries fotográficas presentes na exposição trazem o registro de uma intervenção e a pesquisa por construções de montes/montanhas artificiais depositadas pelo homem nas rodovias e arredores urbanos visitados pela artista.
São eles: a intervenção Contour line, criada em 2007 e só realizada nesse ano com a viagem às cidades históricas de Minas Gerais e Seres Primordiais, seqüência fotográfica de montes temporários, depósitos de minerais construídos artificialmente pelo homem na paisagem urbana.

Divulgação no Portal Vitruvius

Divulgação no Portal Canal Contemporâneo

Divulgação no Portal Mapa das Artes

 

 

 

Epiphyton. 2009

Instalação.

6,10 x 2,50 x 2,50m.

 

fotos de Antônio Scarpinetti