Minhas Mortes
Minhas Mortes
encontros poéticos suspensos no tempo
Minhas Mortes, é composta de uma série de urnas cerâmicas lacradas, que será apresentada conjuntamente com a defesa de meu Doutoramento em Artes e compreende as conseqüências artísticas do percurso de meu corpo poético após ter impresso meu corpo físico nas modelagens dos vazocorpos1 elaborados e construídos para o Mestrado, em 2003.
Neste percurso, encontrei a morte, fonte de renovação e valorização de valores artísticos e subjetivos, síntese simbólica do corpo nas produções cerâmicas das culturas pré-coloniais da Bacia Amazônica. Interno às urnas e às cerimônias funerárias desta cultura, percebi o percurso de meu corpo nas artes e na cidade e elaborei poeticamente as minhas mortes. Poética de um corpo que se extingue e recria, ciclicamente, entre o contemporâneo e o pré-colonial, entre o subjetivo e o relacional. |
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Elaborei e construí minha produção cerâmica como recipiente lacrado de conteúdo omitido, um objeto artístico de conceito formulado, inútil à função utilitária e amplo de percepção poética. A produção artística e a palavra percorreram os processos criativos e teóricos com olhares distintos. Ambas tornaram-se um todo indissociável ao suprirem uma a ausência da outra; a produção buscou o conceito e a história, a teoria desejou-se criação, representação poética contextualizada e não a mediação do objeto ausente.
CARUSTO CAMARGO
1 vazocorpos: série de 6 objetos cerâmicos modelados e queimados em escala humana, quando: Vazei / forma vaso / vazei corpo / imprimi contra corpo / corpo vazo / vaso corpo / vazocorpos. |
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leia matéria no Correio Popular | Defesa de doutorado: 05 de junho 2008 13h30 |